Amazon Prime Video - A Jornada (Proxima)

3/26/2023 05:35:00 PM |

Tem surgido poucas estreias chamativas nos streamings, então finalmente resolvi ir pegando alguns filmes que coloquei nas listas e dar play, e um dos que pareceram mais interessantes foi "A Jornada", que pode ser conferido na Amazon Prime Video, mostrando a dificuldade de uma mãe de se separar de sua filha, mesmo já tendo treinado vários anos com ela, para ir para o espaço, e o mais bacana é que a diretora e roteirista Alice Winocour pesquisou bastante com as várias astronautas como foi esse processo difícil de separação, afinal diferente de uma viagem de trabalho comum que é ir para outra cidade, estado ou até mesmo um país, agora os riscos de ir para fora da Terra são muito maiores já que estão sentados em cima de milhares de quilos de explosivos, se bem sucedida a decolagem são meses ou anos fora com pouquíssimo contato mesmo por vídeos, além de uma difícil volta também bem arriscada, ou seja, são vários riscos físicos e também psicológicos, principalmente para mães que acabam perdendo muito da conexão que tem com seus filhos. E aqui a diretora quis mostrar bem esse processo de testes antes da separação, do sofrimento nas avaliações e exercícios, até mesmo da emoção em não poder tocar sua filha antes de partir, e o longa tem toda essa intensidade bem alocada com as devidas dinâmicas, sendo algo bem chamativo e emocional.

A sinopse nos conta que Sarah é uma astronauta francesa treinando na Agência Espacial Européia em Colônia. Ela é a única mulher no árduo programa. Ela mora sozinha com Stella, sua filha de oito anos. Sarah se sente culpada por não poder passar mais tempo com sua filha. Seu amor é avassalador, inquietante. Quando Sarah é escolhida para se juntar à tripulação de uma missão espacial de um ano chamada Proxima, isso cria o caos na relação mãe-filha.

Como falei no começo do texto, a diretora e roteirista Alice Winocour trabalhou bem sua pesquisa sobre astronautas femininas, pois o longa tem todo esse envolvimento maternal, mostra bem os desafios de uma profissão quase que totalmente masculina, e envolve bem toda a síntese da despedida, afinal tudo pode acontecer numa profissão que não depende totalmente de você, aliás ser astronauta é depender muito mais dos outros do que de si mesmo, e essa preparação para os riscos, o lado emocional e toda as dinâmicas são colocadas em cheque no treinamento da personagem. Ou seja, a diretora soube criar o envolvimento materno meio como se ela estivesse se despedindo da filha e passando a ser não mais a fornecedora de afeto, mas sim quem vai precisar se conectar à outro cordão umbilical, no caso à equipe de voo, e esse sentimentalismo é bem passado, traz desenvolturas fortes, e mais do que isso chegamos a nos conectar tanto com a protagonista, que nos seus últimos atos quase queremos bater nela, e isso é algo que mostra que a diretora foi muito bem, afinal sentimos a força da trama e de tudo o que desejava passar, sendo um grande acerto.

Sobre as atuações, Eva Green mostrou não apenas a sua qualidade expressiva para que sua Sarah fosse intensa, como trabalhou bem em diversos idiomas, mandando ver em francês, inglês, alemão e russo, e muito além de poliglota, a atriz soube dimensionar seus atos com um carisma próprio bem duplo, estando feliz por conquistar seu sonho, mas sofrendo tanto pelo forte treinamento e pela distância da filha, oscilando bastante nos olhares, nas emoções e fazendo dessas suas forças internas mais performáticas, de modo que o filme até tem vários outros personagens, mas a trama é sua, o sentimento é seu, e o desenvolvimento funciona todo ao seu favor, ou seja, deu show. Outra que foi muito bem em cena foi a garotinha Zélie Boulant que deu um tom muito amplo para sua Stella, trabalhou o envolvimento com a mãe ali em cena como algo bem de cobranças mesmo, e conseguiu chamar atenção nos atos que precisou, não soando artificial como ocorre em muitos casos, e isso agradou demais. Quanto aos demais, tivemos bons atos intensos com os companheiros de viagem da protagonista vividos por Matt Dillon e Aleksey Fateev, alguns atos bem colocados de Sandra Hüller como a psicóloga que acompanhava a garotinha nas viagens para ver a mãe, e claro toda a conexão familiar com Lars Eidinger como o ex-marido da protagonista, mas todos apenas dando as devidas conexões, já que o filme foca quase que em tempo integral nas duas personagens.

Visualmente a equipe filmou bastante em Star City na Rússia, conseguindo bastante envolvimento com o tema, vivendo todo o treinamento que a maioria dos astronautas do país são colocados, além de bons atos em hotéis com as devidas reflexões, chamadas de vídeo e tudo mais, além claro de muitos elementos cênicos bem representativos para evidenciar a conexão entre as personagens, ou seja, um filme aonde a equipe desenvolveu bem tudo para ser bem simbólico, afinal a saudade é algo que não é muito fácil de se representar, mas conseguiram através de muitos elos.

Enfim, é um filme bem marcante e chamativo, aonde os sentimentos das protagonistas praticamente saem da tela, sendo daqueles que quem for conferir esperando algo mais científico, como a viagem para fora do planeta e/ou algo mais intenso como o treinamento para a viagem, se decepcione um pouco, afinal o longa é sobre a despedida em si e o sentimento materno da separação, e com isso quem for pronto para essa síntese mesmo vai se emocionar e gostar bastante de tudo o que é apresentado na tela, então fica a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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