O diretor e roteirista Lukas Dhont já tinha acertado muito bem a mão no seu filme de estreia, "O Florescer de Uma Garota" (Girl), e mostrou que seu estilo é de envolver o público com atos fechados, dinâmicas rápidas e olhares amplos sobre temas que muitos facilmente poderiam pesar a mão dentro da história, mas não ele, pois mesmo colocando situações difíceis de se discutir, ele nos traz o olhar singelo de jovens, sabe sintetizar sem precisar ficar enfeitando a trama, e mais do que isso, ele mostra que sabe brincar com o que tem em mãos, não fazendo filmes duros e secos, mas sim que floreie a discussão na cabeça das pessoas, coloca palavras na nossa mente e facilmente muitas vezes você já se viu em alguma situação do estilo de seus filmes, e assim o resultado sempre agrada, mesmo que não seja algo voltado para você, mas sim pela dinâmica escolhida. Claro que aqui volto aonde falei no começo da minha principal reclamação do longa, pois estou sendo bem enfático nessa dinâmica dele dar a quebra logo no começo, mas foi sua escolha e embora não agrade aos meus olhos isso, para alguns vai soar todo o ar reflexivo, e assim pode ser que seja algo correto, então é apenas uma questão de gosto, e como sempre digo: cada um tem o seu!
Agora outro fato nato do diretor é ser formador de novos talentos, pois se no seu primeiro filme fez Victor Polster soar incrível e chamativo, aqui fez exatamente a mesma coisa com Eden Dambrine que conheceu em um trem e chamou para os testes, e o jovem garoto tem um olhar, tem tantos trejeitos e desenvolturas com seu Léo que inegavelmente se crescer e estudar mais ainda de atuação vai ser daqueles que vamos ter de colocar na lista para acompanhar, pois ele simplesmente carrega o filme inteiro nas costas, se joga no hockey, cai imensas vezes, e o principal cativa como protagonista de primeiríssimo nível, ao ponto que se algum dia perguntarem sobre o filme basta lembrar do garotinho loirinho de olhares marcantes, que vai vir na hora o nome. Gustav De Waele também se entregou bastante nas cenas iniciais e mesmo demonstrando atos mais carentes não aparentou tanto que faria o que fez com seu Rémi, mas soube ser carismático e bem envolvido com a produção, sendo bem as qualidades do ator citada na roda de alunos. Agora outra que soube explodir suas emoções foi Émile Dequenne dando a sua Sophie classe até mesmo para chorar, não sendo daquelas explosivas, mas sim um choro doce e bem sentimental, além claro de passar a emoção para o jovem garoto sem soar falsa, ou seja, encaixou muito bem no papel e certamente a troca de experiências com ele foi muito boa.
No conceito visual da trama tivemos uma paisagem bem bonita no meio dos canteiros de flores (não vou saber o nome, mas quem souber pode colocar nos comentários!), vemos a produção e a preparação que o jovem aprende do solo com a família, tivemos os atos na escola, todo o envolvimento de quase grudados dos protagonistas, muitas cenas nas bicicletas, o passeio no mar para conhecer as belezas dali, vários atos na quadra de hockey, sendo algo que diria um filme seguro pela equipe de arte, mas que conseguiu ser bem representativo em todos os atos, e assim não erra pelo menos.
Enfim, é um filme que cada um vai tirar várias conclusões, mas que tem um ar sentimental e emotivo muito bem trabalhado, que acaba agradando bastante quem gosta de filmes artísticos mais fechados e densos, então fica a dica para ir conferir no cinema já sabendo o que esperar, e claro logo mais na plataforma do Mubi já que entra em cartaz em Abril por lá. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas essa semana ainda tenho muitos filmes para conferir, então abraços e até logo mais.
2 comentários:
Sentimental e emotivo. Mas é uma tristeza só e solitária do garoto. Realmente o Léo carrega o filme inteirinho nas costas. André
Fala André... Gostei, mas queria mais... esperava a virada mais pro fim... foi muito no começo, aí sobrou pro pobre garoto dominar o filme inteiro... Abraços!
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