Um nome quase certo de vermos todo ano no Festival Varilux é o de Sandrine Kiberlain atuando em diversas tramas diferentes brincando em boas comédias, mas também envolvendo em dramas bem colocados, e agora eis que resolveu tomar rumos diferentes e estreia com dupla função de roteirista e diretora com um acerto incrível para um primeiro trabalho, pois seu filme é doce, é leve, descontraído, cheio de atitude por conta de uma protagonista graciosa e radiante como o nome do filme diz, porém ao mesmo tempo ela vai nos assombrando com o fantasma do nazismo rodeando a família judia da personagem, vemos os primeiros atos de apenas um carimbo vermelho no documento de identidade, o confisco de objetos pessoais, e claro o paletó com a estrela no peito, só que a felicidade da moça não se diminui com tudo o que vai rolando junto, e aí é que entra o final perfeito, mostrando que a diretora não só estudou demais sobre o tema, como soube escolher não forçar a barra para impactar sem destruir tudo, e isso só mostra seu potencial na função, que certamente iremos querer ver muito mais em breve, pois não pode parar, afinal começou acertando e pode ir muito mais além.
Sobre as atuações, o foco completo é em cima de Rebecca Marder com sua Irene cheia de desenvolturas, falante em nível máximo, mas com um carisma único para fazer com que nos conectássemos à ela e torcesse pelo seu melhor, mesmo sabendo que não seria possível com toda a base da história, mas a atriz se jogou na personagem e cativou cada momento seu com olhares e ensejos muito bem trabalhados, de forma que certamente vamos querer ver mais dela. Ainda tivemos atos bem gostosos junto de sua amiga Viviane muito bem interpretada por India Hair, tivemos todo o ar emocional da avó muito bem expressiva que Françoise Widhoff entregou, um pai preocupado com tudo o que está acontecendo, mas que acredita de forma errada nos acontecimentos vivido pelo sempre marcante André Marcon, além do irmão bem trabalhado que Anthony Bajon faz muito bem e ainda contando com Ben Attal com seu Jo e Cyril Metzger com seu Jaques, ambos bem simbólicos para os devidos atos, ou seja, um time de bons atores bem encaixados nos papeis, que deram os devidos gracejos para que a protagonista se conectasse e tivesse bons elos durante o filme todo.
É engraçado que mesmo sendo um filme de época, a equipe de arte não quis rebuscar com cenografias marcantes, ousando até que razoável em figurinos, mas deixando os ambientes sem grandes chamarizes, tendo uma boa festa num parque, o teatro mais fechado, alguns atos mostrando os judeus entregando seus bens, também contando com o apartamento bem simples da família, um consultório médico também bem simples e só, ou seja, não quiseram se perder com um orçamento fora da base, e o resultado foi efetivo no que precisava mostrar.
Enfim, um filme muito gostoso de ver, que funciona demais dentro da proposta, e que mesmo sendo simples entrega atitude e envolvimento do começo ao fim, sendo daqueles graciosos por natureza e impactantes com o fechamento, valendo demais a recomendação para todos verem à partir da próxima quinta em cinemas selecionados, então fica a dica. E é isso pessoal, fico por aqui hoje e volto em breve com mais textos.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...