Skinamarink: Canção de Ninar (Skinamarink)

3/19/2023 02:19:00 AM |

Diria que o terror "Skinamarink: Canção de Ninar" é claustrofóbico de certa forma por não mostrar efetivamente os atores, nem trabalhar com uma tensão de sustos, mas acredito que tenham exagerado demais na duração da trama, e talvez na escolha do desenvolvimento para que fosse mais "entendível", pois quem não ler a sinopse inteira antes de conferir o filme provavelmente não irá entender absolutamente nada do que está sendo mostrado na tela com imagens cheias de ruído e que causam uma certa estranheza de olhar para os ambientes da casa, cantos, objetos e brinquedos caídos, e tudo mais. Em certo momento acreditei ir por um caminho meio óbvio usando a fala do pai da criança logo no comecinho, mas depois nada me fez acreditar nisso com grande afinco, então apenas digo que não sei se fui atingido como deveria pela trama. O mais estranho é que o longa se tornou viral mundo afora, então deve chamar muita atenção do público nas salas de cinemas, aliás eu mesmo quis conferir a cabine de imprensa logo que chegou o convite, mas meu medo agora é com os amigos gerentes de cinema, pois a chance de pedidos de reembolso vai ser meio que alta, e não por ser um filme ruim, apenas por ser algo tão diferente e experimental, que muitos não vão se conectar com o resultado, e isso sim é uma falha grande. Ou seja, se o diretor cortasse cerca de 30-40 minutos eu diria que seria algo perfeito, que criaria tensão e grandes estranhamentos com tudo, mas 100 minutos foi algo que acaba se perdendo muito fácil sem ter alguém ou algo na trama para se conectar.

A sinopse nos conta que após um acidente bizarro, uma menina de seis anos e seu irmão de quatro anos acordam uma manhã e descobrem que todas as portas e janelas dentro de sua casa desapareceram. Todos os telefones estão mudos e o cabo também. O pai deles também está desaparecido. Para lidar com a situação estranha, os dois trazem travesseiros e cobertores para a sala e se acomodam em uma festa do pijama tranquila. Eles reproduzem antigas fitas de vídeo de desenhos animados para preencher o silêncio da casa e distrair da situação assustadora e inexplicável. O tempo todo na esperança de que eventualmente alguns adultos venham resgatá-los. Depois de uma noite dormindo na casa lacrada, coisas estranhas começam a acontecer. As coisas desaparecem. Sons estranhos emanam do andar de cima. As luzes se apagam sozinhas. Depois de um tempo, fica claro que algo está cuidando deles.

Diria que o diretor e roteirista Kyle Edward Ball foi muito esperto, pois em seu primeiro longa, usou toda a sua experiência com o canal de vídeos curtos que tem e através de um crownfunding (ou vaquinha como conhecemos aqui) arrecadou o dinheiro para fazer o longa e com isso seu filme teve diversos produtores mundo afora, de tal forma que o famoso boca a boca se popularizou, então não é por ser uma trama aterrorizadora de pesadelos de infância que o filme explodiu, mas sim por muitos irem indicando e com isso mais e mais pessoas querendo ver, e aí variando dos gostos, cada um enxergou algo na ideia aberta do longa e o resultado foi assim. Ou seja, a trama acabou sendo exageradamente experimental, tanto para o diretor que teve sua primeira experiência com um longa, quanto para o público, que diria ter sido usado em algo que não traz quase que nenhum sentimento, e isso é algo que pesa bastante.

Só não vou pular a parte que falo das atuações, por respeito aos meus leitores, pois o filme tem quatro atores, sendo duas crianças (Lucas Paul como Kevin e Dali Rose Tetreault) e dois adultos (Ross Paul e Jamie Hill), mas facilmente daria para fazer igual nos desenhos do "Tom e Jerry" em que os humanos não aparecem a cabeça nem o corpo direito e colocar qualquer um em cena, pois diria que consegui enxergar os jovens umas quatro ou cinco vezes por inteiro, e sem expressões quase que nenhumas, e os adultos tentam dar alguns sustos em tons de vozes e poucas aparições, ou seja, se quisesse economizar com cachê pegava uma atriz pequena e ela faria os quatro papéis.

Visualmente, o que conseguimos ver no meio das cenas bem escuras é uma casa de dois andares, vários cantos dela, um quarto de casal aonde rolam algumas cenas estranhas com uma mulher sentada na beirada, um porão e um banheiro que some a privada e precisam usar baldes (aliás a única cena com luz total que vemos bem o ambiente), e claro aonde rola praticamente o filme todo que é a sala aonde os protagonistas mirins levam suas cobertas e ficam por ali assistindo alguns desenhos antigos, além de um chão cheio de brinquedos de montar que vão sumindo, e uma mosca logo no começo que pareceu até sair de minha TV (único momento que fiquei bem tenso querendo tirar o bicho dali, devido a profundidade que deram para tudo), ou seja, a equipe de arte sofreu mesmo para se achar na casa escura, e o diretor optou por um excesso gigante de ruído na tela que acaba incomodando de uma forma bem ruim, mas é um estilo.

Enfim, é um filme completamente diferente de tudo o que já vi nesses anos de crítica, e isso é bom por mostrar criatividade, mas como já disse o gênero experimental (nem vou classificar o longa como um terror) é um dos que menos gosto, então pelo meu gosto pessoal não recomendaria a trama, mas sei que tem gente que ama o estilo, então talvez se apaixone pelo resultado, e assim sendo fica a dica para os que estão completamente malucos para ver a trama pelo hype criado na internet e nos aplicativos de vídeos instantâneos. E é isso pessoal, fico por aqui hoje agradecendo a distribuidora A2 Filmes pela cabine de imprensa, e volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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