Detetives do Prédio Azul 3 - Uma Aventura No Fim Do Mundo

4/21/2022 10:28:00 PM |

Posso dizer com toda certeza que vi o trailer de "Detetives do Prédio Azul 3 - Uma Aventura No Fim Do Mundo" pelo menos umas 100 vezes, pois inicialmente previsto para estrear em 2020 antes de iniciar a pandemia já passava em todas as sessões, entrou pandemia, parou tudo, voltaram as sessões, e lá vai o trailer mais uma vez em todas as sessões, e logo os cinemas se cansaram de passar o trailer e tiraram, voltando agora no começo do ano que finalmente definiram a data de lançamento do longa, ou seja, já estava até cansado do que passava na tela, e só pelo trailer já dava para ver que tinham melhorado a ideia original para algo mais próximo de uma aventura investigativa realmente, não sendo algo tão jogado como foram os dois longas anteriores que eram feitos apenas para as crianças fãs da série do canal Gloob, ou seja, mudaram o diretor e consequentemente com o tempo todo que tiveram nessas idas e vindas puderam melhorar os efeitos e eliminar alguns elos desnecessários, ao ponto que o que foi entregue na tela é gostoso de ver, diverte os pequenos, e tem um funcionamento próximo de algo do gênero de aventura, sendo simples, mas com muitos personagens, locações fantasiosas, e elementos cênicos grandiosos, que até poderiam melhorar talvez colocando um ar mais juvenil do que infantil, mas aí sairiam da base que os fãs gostam, então digo apenas que o resultado funcionou muito melhor que os anteriores, e assim sendo fica valendo a conferida para todos.

O longa nos conta que Pippo, Bento e Sol se vêem em apuros quando Severino encontra um objeto em meio aos escombros de um avião. O que parecia uma inofensiva relíquia era, na verdade, uma das faces do ‘Medalhão de Uzur’, responsável por controlar e manipular toda a magia existente no mundo. Assim que coloca o artefato no pescoço, o porteiro tão querido começa a se transformar em uma figura maligna. Quando as coisas pareciam não poder ficar piores, as bruxas Duvíbora e sua filha Dunhoca estão dispostas a fazer qualquer coisa para colocar as mãos na relíquia. Com as vilãs em sua cola, eles precisam correr contra o tempo para encontrar a metade do bem do medalhão. Sem ajuda de Leocádia, Theobaldo e Vó Berta, que tiveram seus poderes neutralizados por Severino, os detetives e a aliada Berenice, sendo conduzidos pelo Comandante Téo, partem em uma viagem até o Fim do Mundo, um lugar congelante e repleto de magia.

Como já disse a principal mudança do longa ficou por colocarem um diretor bem mais experiente em diversos estilos, e que se propôs a dar uma vida mais ampla para a trama dos detetives, ao ponto que Mauro Lima soube desenhar algo bem próximo das aventuras hollywoodianas, com protagonistas viajando por diversos ambientes, conhecendo outros personagens que se conectem com tudo, e dando principalmente um ritmo coeso para que tudo fluísse bem, ou seja, ele deixou de lado o ar mais caseiro da produção com investigações simples e colocadas, e abriu o leque numa viajem ampla, colocou muitas lutas entre os bruxos e bruxas, e trabalhou bem todo o sentido investigativo, com pistas, com adversários e claro com uma boa síntese, que talvez pudessem ter dado um fechamento melhor, mas já agradaram bastante, só não acredito em ter mais uma continuação, a não ser que seja de passagem de bastão, pois os atores já estão adultos e não caberiam mais nos papeis tão jovens.

E falando nos atores, os jovens Leticia Braga, Anderson Lima e Pedro Henriques Motta já são donos de seus personagens Sol, Bento e Pippo, pois já estão há anos nos papeis e desenvolveram um carisma próprio para cada momento, fazendo os devidos trejeitos e se colocando bem nas interações sem soarem artificiais com o que precisam fazer em cena, ou seja, eles já agem sozinhos e conseguem agradar bastante tanto entre eles, como nos atos que precisam se integrar com os demais, agradando sem apelar, mas como já falei estão grandinhos demais para o tom do filme, então se houver um próximo já estarão com seus quase 18 anos e não vai ser bacana de ver. Nicole Orsini já tinha surgido no longa anterior com sua Berenice, e aqui foi muito mais usada já que a trama envolveu mais feitiços, e assim a jovem deu boas nuances e brincou bem com seu raio roxo. Ronaldo Reis que fez apenas papel meio de bobo nos longas anteriores com seu Severino, aqui incorporou trejeitos mais malvados, tensos e marcantes, já que estando enfeitiçado pode ousar mais e brincar um pouco como um mago bem longe da portaria do prédio, e assim não indo muito longe fez bem tudo o que precisava para aparecer. Quanto aos demais que foram incorporados na nova trama, os destaques ficam para Alexandra Richter e Klara Castanho como as cobras Duvibora e Dunhoca que seguem os protagonistas, soando até bobas demais, mas indo bem no encaixe, e também para o piloto vivido por Rafael Cardoso com ar bem maluco e claro para o bruxão maluco que cuida da fábrica de doce de leite vivido por Lázaro Ramos, mas nada que chame muita atenção, sendo apenas bons conectores para o filme.

Visualmente a trama brincou bem com voos de balão, um museu da aeronáutica, um galpão meio abandonado de aviões, o voo dentro da aeronave meio abandonada, muitas cenas na neve de Ushuaia, uma fábrica de doce de leite mágica com algumas alegorias voando, um trem bem clássico, e algumas cenas dentro de uma caverna encantada com vários portais, tudo isso junto de vários efeitos mágicos, figurinos para o frio de -10º que enfrentaram na Argentina, e alguns momentos meio bobinhos dentro do prédio azul que poderiam até ser eliminados, mas que funcionou dentro da proposta, mostrando que a equipe de arte não economizou.

Enfim, está longe ainda de ser algo memorável e que chama muita atenção, mas se comparado aos outros dois filmes da franquia o resultado é imensamente melhor, valendo bastante para os fãs da franquia que se divertiram bastante na sala, quanto para quem curtir uma aventura infantil bem trabalhada, e sendo assim vale a indicação para todos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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