Cidade Perdida (The Lost City)

4/23/2022 02:50:00 AM |

Costumo fugir de comédias românticas por esperar sempre algo a mais que me faça rir ou emocionar na proposta, mas quando fazem algo bem feito o resultado acaba empolgando e vale demais a conferida. Comecei falando assim do longa "Cidade Perdida" principalmente por ele estar classificado nesse gênero, mas o colocaria fácil dentro de uma comédia de aventura, com algumas pitadas românticas, mas com uma base mais propícia para fazer rir do que se emocionar, e com personagens tão bem dispostos a se entregar na ideia maluca que o resultado acaba fluindo naturalmente e até chega a soar bizarro pelas loucuras enfrentadas pelos dois. Ou seja, é daqueles filmes que rimos das situações, rimos dos percalços que os protagonistas enfrentam e até mesmo dos seus trejeitos, pois as piadas em si dentro do roteiro soam exageradas, mas transparecem fáceis, e assim agrada mais do que força o público a rir, sendo algo diferente do usual, com uma pegada não tão leve, usando algumas conotações mais pesadinhas, mas que agrada na medida certa.

A sinopse nos conta que a brilhante, porém reclusa, autora Loretta Sage escreve sobre lugares exóticos em seus romances populares de aventura, cujas capas são estreladas pelo belo modelo Alan, que tem dedicado sua vida a personificar o personagem herói, Dash. Durante a turnê de promoção de seu novo livro com Alan, Loretta é raptada por um bilionário excêntrico (Daniel Radcliffe), para que ela o guie ao tesouro da cidade perdida descrita em seu livro recente. A fim de provar que é possível ser um herói na vida real, não somente nas páginas de seus livros, Alan parte para resgatá-la. Forçados a viver uma aventura épica na selva, o par improvável precisa trabalhar junto para sobreviver e encontrar o antigo tesouro, antes que seja perdido para sempre.

Diria que os diretores Aaron e Adam Nee trabalharam bem a ideia toda de um livro indo além do que apenas foi escrito, com a autora vendo acontecer em sua frente o desenrolar que não conseguiu sair de sua mente, e que ampliando uma produção que poderia ser simples demais, deram um toque bem marcado pelas dinâmicas dos protagonistas e com isso o resultado não fica preso, nem alegórico demais, pois conseguimos ver os personagens como eles pensaram e também ir junto da autora em sua nova jornada após algum tempo presa na sua casa de luto, e isso fluiu muito bem, caracterizou de uma maneira gostosa, e principalmente colocando o seu par como alguém meio bobão demais, mas também charmoso e galã que envolvesse o filme para si de um modo agradável. Ou seja, os diretores brincaram com atos de ação, de aventura, colocando a comicidade em pauta para divertir, e ainda dosando leves momentos de romance entre eles conforme tudo vai acontecendo, e assim não ficamos presos à gêneros nem com a falta de uma intensidade maior por parte dos atos, o que acabou pesando um pouco no ritmo, que não é ruim, mas poderia ir mais além.

Sobre as atuações, a química entre os protagonistas é daquelas não tem como não ficar feliz de ver, e até mesmo entre os secundários vemos ações bem trabalhadas que agradam muito, ou seja, algo bem colocado entre todos. E claro que temos de começar falando de Sandra Bullock, aqui como seu último filme já que anunciou uma aposentadoria das telas, e vemos sua Loretta bem trabalhada, disposta a tudo, sagaz nos diálogos e com um carisma bem próprio para entregar tudo em cena, ou seja, pode até não ser seu melhor papel, porém se divertiu muito em cena e demonstrou isso no que fez. Channing Tatum literalmente pôs o corpo todo para jogo com seu Alan/Dash, e desenvolvendo a personalidade do começo ao fim, se impondo nos atos que precisava consegue ser bem carismático e interessante, mesmo fazendo alguns atos bobos, passa emoção e graça para que o papel flua certinho. Agora depois de vários anos como herói, agora Daniel Radcliffe tem gostado de botar um ar vilanesco em cena com seu Abigail Fairfax, fazendo trejeitos fortes bem colocados e divertidos de ver, que não chega a dar raiva, mas que agradam no que entrega. Quanto aos demais ainda tivemos praticamente uma participação especial de Brad Pitt com seu Jack, claro para não roubar a cena de heróis de Tatum, mas foi bem no que fez, e também tivemos grandes momentos espaçados com Da'Vine Joy Randolph fazendo a empresária da autora, Beth, com boas sacadas que agradam bem de forma geral. 

Visualmente o longa foi riquíssimo de detalhes, com muitas cenas bem encaixadas numa selva, todo um ambiente no meio de grutas, a vila no meio da ilha, motos correndo no meio do mato, sacadas com tamanhos de personagens versus carros, toda a produção de um evento de lançamento "moderno" com as famosas diretoras de mídias meio fora de eixo, e tudo brincando sempre com o lado da escritora, do livro e claro da vida real versus escrita, o que deu bons momentos para tudo. E claro não poderia deixar de lado toda a megalomania do vilão com aviões, tanques, mesas repletas de comidas e muito mais que funcionaram bem dentro do contexto todo. A equipe de arte ainda brincou com sangue, tiros, explosões, sanguessugas, nu, e tudo mais que uma ilha pode ter no chão e nos aviões, mostrando uma boa pesquisa.

Enfim, é um filme com um desenvolvimento interessante, que diverte bastante, e que inclusive tem uma cena no meio dos créditos com uma surpresa bem marcada e que funciona bem, assim como todo o longa, que vai fazer quem gosta do estilo sair contente com o que é mostrado. E dessa forma posso indicar ele para todos, pois funciona tanto como uma boa ação cômica, como uma comédia romântica de ação, e assim pega um público amplo e que vai rir e gostar bastante. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, com a última estreia da semana nos cinemas, mas volto em breve com mais textos dos streamings, então abraços e até logo mais.


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