Diria que o diretor Judd Apatow até brincou bastante com a ideia do roteiro, conseguindo desenvolver tudo de uma maneira ampla e cheia de intenções para que uma sátira da vida pandêmica para os cinemas funcionassem bem, porém ele acabou exagerando um pouco na mão na forma mais explosiva, e deixou de lado o ar cômico que poderia ter funcionado melhor, pois já vimos várias sátiras serem até melhores que os filmes originais, bastando ter o básico que é ser engraçada na totalidade. Ou seja, ele trabalhou vários vértices, deu as devidas nuances que o estilo pede, mas quando realmente precisou ousar e deixar algo mais fluído acabou jogando coisas demais na tela, sendo daqueles que tem várias esquetes boas separadas, mas que juntas se perdem e não agradam. Além de outro detalhe gigantesco que é a duração, pois como não tem uma fluidez acaba cansando ao ficar tentando bater na tecla de alguns assuntos e não conseguir a dinâmica correta, e assim o resultado não empolga.
Sobre as atuações, o longa tem muitos personagens soltos, e a maioria até aparece bem em alguns atos, desaparece em outros e funciona em menos atos ainda, tendo destaque claro para Karen Gillan com sua Carol complexa por ter saído da franquia e agora voltando no meio de um confuso processo, trabalhando olhares e intenções claras das pessoas que surtaram durante a pandemia, e até ousando alguns atos mais rebeldes conseguiu chamar atenção pelo menos. Também tivemos Pedro Pascal brincando bem com os galãs viciados em sexo que ficaram sem ter os devidos programas para todos os dias, fazendo entonações malucas e situações bem caricatas, mas divertidas de ver. Tivemos um diretor completamente maluco e sem noção de estilo com suas cenas bem interpretado por Fred Armisen. Nos foi mostrado o famoso casal de Hollywood separado que tendo de ficar junto por um tempo tenta se acertar com Leslie Mann e David Duchovny com ela sempre se achando demais e ele o famoso ator que quer meter o bedelho em tudo mudando o roteiro para algo que acha que ficará melhor. E sendo um longa "familiar" já que contamos com a esposa real do diretor Judd (Leslie Mann), tivemos a filha deles Iris Apatow fazendo a famosinha que estourou no TikTok e é colocada na franquia para estrelar o longa, e a atriz deu um show ao trabalhar bem toda essa turma que vem aparecendo. Ainda tivemos outras boas interações com Keegan-Michael Kelly fazendo seu Sean, tivemos os funcionários do hotel bem encaixados com Samson Kayo, Maria Bakalova e Vir Das, mas apenas deram as conexões e puxaram bem a comicidade para seus devidos atos, e assim quem sabe poderiam ter salvo o filme com mais tempo de tela.
Visualmente o longa também brincou bastante, tendo as famosas tendas de testes de covid, os muitos cotonetes, várias coisas para se fazer nos quartos fechados como comer, ver filmes, brigar com os filmes, coreografar dancinhas, exercitar com a TV, e repetir tudo pelos 14 dias da quarentena, tivemos os vários momentos com os famosos fundos verdes e as interações com personagens não existentes, todo o protocolo de segurança para não ter fugas, as várias vídeo-chamadas e tudo mais em um único filme bem representativo em um hotel bem chique e funcional. Ou seja, a equipe nem precisou de muitas ideias e conseguiu fazer com que seu filme funcionasse bem.
Enfim, é um filme que tinha uma proposta boa para ser desenvolvida melhor, ou então escancarar de vez e fazer uma sátira explosiva maior, mas que optaram por ficar no meio do caminho e não agradou nenhum dos dois lados. Vale como um passatempo, mas veja sem estar cansado, pois o miolo bate um sono nervoso com a bagunça completa. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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