Diria que o diretor Toby Meakins soube ser bem ousado em sua estreia com longas, pois a ideia toda tem um bom trabalho de estilo, capta bem a síntese dos jogos de duas respostas apenas, e brinca com a vontade clara de uma pessoa desejar algo a mais e depois se ver encrencada com o que acaba acontecendo, ou seja, ele pode ter exagerado em não dar um estilo mais verossímil para toda a ideia de sua trama, mas como esses joguinhos trabalham algo bem bobo realmente, o resultado funciona, ainda mais trabalhando com o vértice da maldição ou bruxaria que trabalha de forma livre quando colocado em filmes. Ou seja, podemos não acreditar na bizarrice que é mostrada no fechamento como a criação do jogo e a ideia do uso da maldição, mas para o esquema do jogo funciona, e assim sendo se relevar essa ideia e curtir a loucura o resultado do primeiro trabalho dele até acaba sendo bom, mesmo que force tudo para essa loucura ser "crível".
Sobre as atuações, essa foi a primeira atuação em longas da jovem Iola Evans, e faltou um pouco mais de expressividade para que sua Kayla decolasse realmente, de modo que ela fez o que o filme pedia jogando e seguindo pelas fases, e em alguns atos se questionou sobre tudo, mas poderia ter ido além, chorado mais, enfrentado mais e assim quem sabe explodido um pouco mais também. Agora sei que muitos vão falar que eu só não o vi crescer por não estar conferindo uma série famosa, mas os anos voaram para Asa Butterfield, que de garotinho em "A Invenção de Hugo Cabret" e "O Menino do Pijama Listrado" já está um jovem adulto imponente com nuances e sacadas bem colocadas com seu Isaac, trabalhando meio que de lado toda a ideia, mas também fluindo bem na ideia toda, e interagindo bem com o jogo, além de demonstrar um carinho a mais pela protagonista. Quanto aos demais, talvez pudessem ter trabalhado um pouco mais os outros personagens, pois a família inicial parecia ir bem, e Eddie Marsan jogou bem a ideia com seu Hal, mas quiseram dar um pouco mais de destaque para o traficante vivido por Ryan Gage, deram uma usada extra de personalidade para Joe Bolland, e assim ninguém foi além, porém como personagens do jogo até foi válido cada elemento artístico.
Visualmente o longa foi bem interessante com algumas cenas de mutilação fortes logo no começo, algumas intensas também no miolo pro fim, mas outras ficaram um pouco subliminares e até estranhas, porém no contexto geral a equipe de arte brincou bem com o conceito de jogos via telefone e dos primórdios da computação, ao ponto que até chega a chamar atenção, mas muitos vão reclamar de faltar aquele algo a mais de criatividade, e isso pode pesar um pouco contra o filme, pois não usaram os cenários por completo, deixando as locações subjetivas demais, o que não brinca tanto com a maldição em si.
Enfim, está bem longe de ser perfeito, mas acaba sendo um longa pronto para quem gosta de filmes de terror B, daqueles de baixo orçamento, que prezam por situações mais sujas do que assustadoras realmente, e assim fica sendo uma boa dica para esse público que costuma ter bem poucas opções sendo lançadas. E é isso pessoal, recomendo com algumas ressalvas, mas digo que a proposta foi cumprida, e assim sendo vale a conferida. Eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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