Morbius

4/01/2022 01:15:00 AM |

Já vou ser bem direto que sei no que a maioria que virá ler a crítica quer saber, "Morbius" não é um filme ruim! É um filme de introdução, com um roteiro até que bagunçado demais que poderia ter sido mais direto em alguns momentos e aprofundado mais em outros, mas que como história de início de um personagem funciona muito bem, agora sem dúvida alguma é o pior longa com efeitos especiais e maquiagens que eu já vi, conseguindo ficar abaixo do primeiro "Crepúsculo" e muitas outras tentativas ruins que tivemos de maquiagem/efeitos nos anos 70/80, sendo bizarro nesse quesito, tendo cenas aceleradas, efeitos de slow-motion péssimos, e coisas tão estranhas visualmente que você fica olhando e pensando quem pagou os caras para fazer isso, então se você não liga para algo feio demais, a história acaba sendo bacana e interessante de ver, mas do contrário é melhor você fugir senão a chance de ter pesadelos horrendos com os personagens é bem alta. Ou seja, certamente vão destruir novamente Jared Leto num papel de quadrinhos, mas a culpa aqui novamente não é sua, pois o ator até se sai bem nas cenas que precisou se expressar um pouco mais, a culpa aqui é gigantesca em cima da equipe de efeitos especiais e de maquiagem, pois nem no primeiro ano de uma faculdade de cinema uma equipe falharia tanto nas coisas colocadas na tela, parecendo realmente um trabalho inacabado, ou pior, um trabalho exageradamente mexido que ficou destroçado já que o longa voltou para a mesa de edição pelo menos 9 vezes contando pelos adiamentos sofridos, e sendo assim era melhor terem adiado mais uma vez e reparado tudo antes de jogar para exibição.

Baseado no personagem de mesmo nome da Marvel Comics, Michael Morbius sempre sofreu com uma condição rara em seu sangue que o faz andar de bengala e desde criança ser excluído por outros, mas sua vida solitária foi preenchida por livros. Após se formar na faculdade, Doutor Morbius é renomado na área de biomedicina e tenta achar uma cura para sua rara condição, afim de não apenas se ajudar, mas ajudar outras pessoas que também sofrem como ele. Experimentando com o DNA de morcegos, Morbius espera achar a cura e se usa como teste para o soro. Usando o DNA que isolou e uma mistura de eletrochoque, a cura foi um sucesso temporário, mas os efeitos colaterais acabaram transformando-o em um pseudo-vampiro e que agora precisa sobreviver como um. Apesar de ganhar capacidades iguais a de um morcego, Morbius precisa de sangue humano para sobreviver, os efeitos colaterais também o fez mudar fisicamente, ganhando presas e uma pele pálida. Além disso, a cada pessoa que ele morde, ela também vira um ser igual a ele.

Diria que o diretor Daniel Espinosa ficou tão empolgado em lhe darem um roteiro de personagem dos quadrinhos que quis ousar na tela, e sendo uma trama que é puxada para o lado do terror, ele foi um nome até que bem colocado na produção, porém não dá para saber o que lhe foi passado na ideia que queriam para o visual do personagem e nos "voos" dele, pois certamente muitos irão atacar como sendo um erro de direção que ocorreu, e até podemos dizer que tem um pouco de culpa, já que no corte final ele poderia pedir melhorias nos trabalhos da edição e finalização para que o filme não ficasse tão estranho. Claro que ele conseguiu criar um clima de terror meio que das antigas, aonde o visual dos personagens soa tenebroso, usou e abusou de ambientes bem escuros, e claro muitos ataques mortais dos personagens, que até poderiam ter mais sangue com a violência (mas vamos dizer que os vampiros não deixaram escorrer nenhuma gotinha para fora!), e assim sendo concentrando na história, o longa foi bem trabalhado, conhecemos mais do ego do protagonista de não querer ganhar prêmios, mas sim sua cura, não desejar tanto dinheiro, embora já parecesse meio rico, e claro trabalhou bem toda a intensidade nas brigas, embora a luta final tenha ficado meia insossa e ganhada fácil demais, mas serviu bem e até agrada, se relevarmos muitas coisas.

Sobre as atuações, mesmo sendo extremamente maluco em tudo o que faz, eu curto demais o estilo do Jared Leto, e aqui nas cenas que ele teve um pouco mais para interpretar o personagem acabou se saindo bem, dando uma dosagem meio que desesperada para ele, um ego forte, mas controlado, e até um estilo misto entre querer ser herói ou vilão, porém há uma falha gigantesca na passagem de sua luta final, aonde está sendo vilão, com o que rola na segunda cena pós-crédito, pois lá ele já está como um vilão querendo ir atrás do Homem-Aranha junto do personagem que aparece, sem nem saber sequer o motivo disso, ou seja, ficou meio jogado ali a cena, o que não é culpa do ator. Agora quem se saiu muito bem em cena foi Math Smith com seu Milo, pois deu nuances de revolta, se entregou bem nos atos mais imponentes, e lutou com muito estilo em todas as cenas, aparentando estar gostando de ser um vilão realmente, e poderia ter ido até mais além em muitas cenas, mas não sobrou espaço para isso. Adria Arjona até teve alguns atos para tentar aparecer mais com sua Martine, teve o ar romantizado bem colocado, mas não se impôs em nenhuma cena mais chamativa, e isso acabou pesando um pouco, agora é ver o que vai rolar se tiver uma continuação do filme (o que acho bem difícil de ocorrer). E se para os protagonistas já foi difícil chamar a atenção, então para os secundários ficou algo ainda pior, ao ponto que Tyrese Gibson até tentou ter alguns atos sérios e chamativos para seu investigador, mas não foi muito além, e Jared Harris até foi bem marcante como um médico que cuidou a vida toda dos dois protagonistas, mas acabou sumindo demais na maioria das cenas, e isso nunca é bom. 

Agora entramos no principal problema do filme, os efeitos visuais, pois o filme poderia ser incrível com o laboratório imponente do protagonista com seus morcegos voando num grandioso tubo, poderia ter trabalhado mais na cena da caverna que é quase um enfeite alegórico bem rápido, poderia ter trabalhado mais o segundo laboratório que ele cria numa buraco meio que abandonado da cidade, mas não tudo isso é colocado em cena sem quase ser usado, e até mesmo nos atos das crianças vemos apenas uma rápida conexão no internato, depois algo bem rápido que nem é mostrado direito a mansão do vilão, ou seja, tudo é muito jogado na tela, e piora ainda mais quando os personagens ficam pulando pelos prédios, com efeitos de aceleração horríveis e estranhos, quase como flashes de imagens, e se falarmos então do trabalho da equipe de maquiagem, se eu fosse o maquiador do longa mandaria tirar meu nome dos créditos, pois não irá arrumar trabalho nunca mais.

Enfim, é um filme que até daria um 8 pela história interessante, um 4 pelo visual e maquiagem (tem salvação se pensarmos como um filme de terror), e um 3 pelos exageros na montagem de velocidade com cenas em slow desnecessárias, saltos e tudo mais de bizarro possível, resultando numa média 5, mas como acredito no potencial vou dar um ponto a mais e fechar com um 6, mesmo as cenas pós-créditos sendo ainda mais bagunçadas com tudo (tem duas rápidas logo de cara que não tem nem nexo como já falei acima pelo que rola). Ou seja, é daquele filme que vai ter bem mais reclamações do que elogios mundo afora, que muitos irão ver para realmente ter certeza que é tudo de zoado que estão falando, mas que quem sabe uma continuação caindo nas mãos de um diretor melhor consigam salvar o personagem, então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.


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