Diria que a diretora Céline Sciamma gosta muito e entende muito sobre o feminino em si, as aflições, os problemas e principalmente os sentimentos das mulheres, afinal seu longa anterior "Retrato de Uma Jovem em Chamas" é bem ousado no sentido de uma época e desenvolve bem a mente feminina em revolta, e aqui ela optou mais pelo ar lúdico e doce, diria até fantasioso, do luto, do saber que a morte virá em algum momento, dos medos de que terá de lidar na vida toda, e por aí vai, brincando bastante com todo tipo de alegoria da infância feminina, do aprender a interpretar outras personalidades, de fazer uma comida brincando, de vivenciar os momentos, e tudo mais. Ou seja, é daqueles filmes que você olha para ele e pensa de cara que será daqueles reflexivos, chatos, monótonos e tudo mais que muitos odeiam ver fora de festivais, mas não, ela entrega algo simbólico de fácil aceitação, e o principal: bem rápido com apenas 73 minutos, que quase foi encaixado como um média-metragem, mas que nesse período deu para brincar bastante literalmente quase como uma brincadeira de garotas, o que resultou em algo bonito, leve e bem interessante de ser conferido.
Sobre as atuações, as duas garotas Joséphine Sanz e Gabrielle Sanz parecem ser uma só, ao ponto que se você não se ligar que uma está com uma faixa no cabelo e a outra não, acabará se confundindo diversas vezes de quem é quem, pois até o temperamento expressivo delas são muito semelhantes, então o resultado que desejavam atingir de passar a memória e o conhecimento de uma para a outra foi perfeito nesse sentido, ao ponto que Joséphine deu um ar mais curioso para sua Nelly, afinal a jovem que foi em busca de conhecer mais a vida da mãe quando era jovem, pouco antes de uma cirurgia, enquanto Gabrielle já ficou um pouco mais retraída para tentar entender quem é essa pessoa tão parecida com sua Marion, ou seja, ambas tem um potencial artístico incrível que se for trabalhado vão ser grandes atrizes futuramente. Quanto aos adultos, todos foram pouco usados, mas foram mais simbólicos para dar nuances aos devidos atos, a mãe vivida por Nina Meurisse passando o ar triste do luto, mas também sendo triste como a garota sempre a viu, a avó vivida por Margot Abascal mostrando já a doença na perna, a bengala, e também todo o carinho que sempre passou, e o pai vivido por Stéphane Varupenne transmitindo segurança, o estar presente com ela e fazendo as vontades da garotinha, todos com ares simples, mas bem feitos, o que daria para nem ter em cena, mas que funcionam bem e agradam como o fazem.
Visualmente a trama tem todo o sentimento amplo da casa, de cada elemento presente ali, do armário escondido com objetos que remeteram a infância da mãe, os jogos, todo o processo de brincar de atuação, e principalmente tudo na casa, a cabana, e muitos outros detalhes que a equipe de arte quis trabalhar com dupla síntese tanto para a garotinha, quanto para a mãe, e as mudanças entre as casas do passado e do presente são tão fortes que impressionam demais, mostrando que quiseram dar as nuances para ambos os momentos, e funcionou demais.
Visualmente a trama tem todo o sentimento amplo da casa, de cada elemento presente ali, do armário escondido com objetos que remeteram a infância da mãe, os jogos, todo o processo de brincar de atuação, e principalmente tudo na casa, a cabana, e muitos outros detalhes que a equipe de arte quis trabalhar com dupla síntese tanto para a garotinha, quanto para a mãe, e as mudanças entre as casas do passado e do presente são tão fortes que impressionam demais, mostrando que quiseram dar as nuances para ambos os momentos, e funcionou demais.
Enfim, é um filme bem curto, direto na proposta, que emociona e envolve demais, e que muitas mães e filhas irão se conectar tanto pelo diálogo passado, sobre saber o que vai acontecer, sobre o vivenciar e tudo mais, ou seja, não é um longa brilhante de ideias, mas funciona demais dentro da proposta, e isso é fazer valer o tempo do espectador, sendo então uma ótima dica para todos conferir. E é isso, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...