Netflix - Capitã Nova (Captain Nova)

4/03/2022 12:57:00 AM |

Costumo falar que um tema que vai sempre ficar na moda e gerar filmes de diferentes formas é o tal do apelo climático para salvar o futuro, pois é algo que sabemos que está ocorrendo, nos importamos de certa forma com tudo, mas ao mesmo tempo fazemos tão pouco para isso, e que claro uma hora os recursos do nosso planeta irão acabar, então quando brincam com isso nas tramas cinematográficas sempre fica a reflexão no ar, e quem sabe alguns se conscientizam mais. Outro tema que sempre funciona muito bem é o de viagem temporal para mudar algo na vida da pessoa, ou então no caso aqui de salvar o planeta antes que alguém aperte o famoso botão máximo da destruição, e confesso que vi poucos longas holandeses, mas o que entregaram na trama da Netflix, "Capitã Nova", foi algo bem trabalhado, com um estilo mais jovial, com uma pegada leve e bem trabalhada sem grandes impactos, mas que é bem desenvolvido e funciona para justamente entrar nessa ideia ampla de evitar o que pode ser a maior destruição de tudo. Ou seja, como cinema em si, o filme tem algumas falhas de não ser forte o suficiente para causar tensão no público, de ter alguns elementos claros e diretos demais no roteiro, mas como mensagem e simbolismo funciona bem e entrega algo gostosinho de curtir na tela, então acaba valendo a conferida e a indicação.

O longa nos conta que em 2050, a Terra tornou-se um lugar seco e desolado. A piloto de caça Nova é forçada a viajar no tempo para evitar um desastre ambiental devastador, no entanto, um efeito colateral imprevisto da viagem no tempo a torna uma criança e ela cai em 2025 aos doze anos. Ninguém parece levar ela e sua missão a sério, exceto Nas - um adolescente negligenciado que tenta manter essa garota misteriosa e seu pequeno robô voador ADD fora das mãos do serviço secreto. Nova e Nas conseguirão salvar o mundo futuro?

Dá para dizer facilmente que o diretor e roteirista Maurice Trouwborst quis entrar num tema profundo de questionamentos, mas quis aliviar um pouco o peso da trama, pois facilmente daria para entrar em nuances filosóficas de certo e errado com seu texto, daria para discutir as ideias de viagem no tempo, daria para questionar muito sobre o uso dos recursos do planeta a qualquer custo, mas para que não ficasse pesado ele optou por colocar como protagonistas dois jovens de 12 e 15 anos, uma arma que não mata ninguém, mas apenas pausa a pessoa em câmera lenta para que ela tenha tempo de pensar na vida, e mesmo no caminho deles entrando pessoas de bom coração que querem algo a mais, e lhe dão ajuda, pois facilmente poderiam ter encontrado grandes problemas, e aí o filme não seria tão levinho. Ou seja, se olharmos a fundo o filme nem tem algo tão imponente como conseguimos enxergar, mas na simplicidade de estilo o diretor acabou conseguindo trabalhar imagens bonitas, um tema gostoso, e principalmente com o tempo certo, pois tendo apenas 86 minutos é dinâmico e direto no que desejava passar sem enrolações, e assim acaba acertando mais do que errando em tudo.

Sobre as atuações, a jovem Kika van de Vijver trabalhou bem uma personalidade mais seca, sem muita expressividade para sua Nova, sendo daquelas soldados que vão para uma missão e não demonstram nada na cara, e a jovem foi muito bem nesse sentido, e quando faz a garotinha que ainda está no presente fez caras mais inexpressivas ainda, o que funcionou demais para a trama, ou seja, demonstrou estilo e personalidade para o papel, agradando demais. Agora sem dúvida o jovem Marouane Meftah tem um grandioso futuro como ator, pois seu Nas é bem imposto, faz expressões de surpresa marcantes e bem colocadas, e se doa totalmente na interpretação do papel, não soando falso, nem dissipando demais os atos, ou seja, perfeito e agradável de ver. A investigadora vivida por Hannah van Lunteren teve boas nuances, mas praticamente correu o filme todo conversando com pessoas, e não foi além em nenhum grandioso momento sem ser o final que nem se expressou muito, ou seja, faltou chamar a responsabilidade e ganhar o público. Agora sem dúvida alguma poderiam ter pego um ator melhor para o papel de Simon, pois Harry van Rijthoven pareceu um bebê chorão na maioria das cenas, falhando consideravelmente em todos os atos, ao ponto de não poder ser o imponente que aparece no futuro de forma alguma, ou seja, falhou bastante. Quanto aos demais, os velhinhos da casa foram bem graciosos, a voz do robô bem bacana e dinâmica, e até o ajudante da policial brincou bem com as peças do jogo, mas não foram muito além de conexões para a trama, e quanto dos adultos do futuro, nenhum chamou a responsabilidade cênica para si, tendo claro o destaque para Anniek Pheifer fazendo a Nova, e Yahya Gaier nem precisando falar quase nada só sorrindo em cena com o papel extra que aparece.

Visualmente o longa chama muita atenção nas cenas do futuro, com uma fotografia bem alaranjada e seca, mostrando o laboratório meio como um acampamento meio que isolado e com ares simples até demais para uma equipe que fez uma nave meio parecida com um carro que voa pelos buracos de minhoca no espaço, mas que até tem bons elementos, já no presente tendo muitas florestas, plantações, hortas e coisas verdes para fazer a jovem reviver sua infância, uma boa fabrica abandonada, um quartel meio simples também demais, mas bem colocado nas salas, e na cena no Polo Norte fizeram poucos atos, mas bem representativo para funcionar dentro do contexto do filme.

Enfim, está longe de ser uma produção perfeita, mas que agrada bastante pela mensagem e funciona bem no que foi proposto de ser algo simples, ingênuo de certa forma e bonito de conferir, tendo uma fotografia interessante, boas atuações e um texto bacana que vai agradar a todos como um bom passatempo de sessão da tarde, e assim valendo a indicação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


2 comentários:

Saraiva disse...

Filme muito ruim

Fernando Coelho disse...

Oloko amigo... não é uma obra gigante, mas vale a conferida sim! Abraços!

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