Netflix - Rua do Medo: Parte 1 - 1994 (Fear Street)

7/04/2021 06:18:00 PM |

O gênero "terrir" é daqueles que alguns gostam muito e outros preferem passar bem longe, ao ponto que alguns costumam até colocar a classificação de terror juvenil dentro da proposta para ficar mais bonito e apresentável, mas seguem sempre a mesma base: jovens correndo de assassinos ou alguém envolvido em alguma maldição tentando buscar seu objetivo de matar alguém, e com isso seguir alguma sina. Dito isso, a primeira parte da trilogia "Rua Do Medo", baseado nos livros de R.L., Stine entrou em cartaz com uma proposta interessante e que até diverte de certo modo, mas é simples demais, acaba sendo ao mesmo tempo pesado para um estilo, e bobo para outro, e que parece faltar com algo, já que começou do contrário por 1994, aonde o garotinho nerd já sabe tudo o que ocorreu no passado e tenta usar isso para se salvar, e depois iremos para 1978 e 1666, ou seja, algo que talvez no final tenha alguma justificativa prática, mas que aparentemente é apenas algo pensado para fazer marketing. Ou seja, não digo que seja um filme ruim, pois funciona dentro do estilo pensado, mas não é algo que muitos vão se conectar com a ideia toda.

No longa, um grupo de adolescentes é perseguido por um assassino mascarado em 1994, na cidade de Shadyside, Ohio. Quando começam a investigar as mortes, eles descobrem que não são as primeiras vítimas do psicopata e que a cidade tem uma longa história de assassinatos brutais.

Muitos podem olhar a trilogia como uma série de três capítulos, mas felizmente a diretora e roteirista Leigh Janiak optou pelo estilo e formatação de um filme realmente, com cada um tendo seu começo e fim bem determinados, e claro algumas grandes conexões para serem representativos, assim como os livros de R.L. Stine, e dessa forma vamos acompanhando tudo, rindo das loucuras que cada personagem acaba fazendo, e principalmente vendo as matanças ocorrerem por motivos mais bestas possíveis (a conexão com "Tubarão" foi algo muito engraçado de ver). Ou seja, é daquele estilo de filme que tem uma proposta determinada, e certamente quando leu tudo a diretora quis brincar com o estilo, quis ir colocando cada premissa de uma forma clara, e ao desenvolver todos os personagens vamos até nos conectando de certa forma. Claro que não diria ser um filme espetacular, daqueles que vamos nos lembrar de cada detalhe, e assim como o outro clássico do escritor, "Goosebumps", muitos irão curtir o filme por completo, e outros vão apenas conferir, pois é daquelas tramas bem bizarras se pararmos para analisar tudo.

Sobre as atuações tenho de começar falando do garoto Benjamin Flores Jr. que entregou uma boa personalidade para seu Josh, mostrou que em filmes de assassinos em série os nerds são muito úteis por saberem tudo o que vai acontecer, ou como se salvar pelo menos, e fez vários momentos bem sacados que acaba agradando bastante, e certamente conseguiu puxar a responsabilidade cênica para si o que foi bom de ver. Kiana Madeira trabalhou sua Deena com um estilo meio contido demais, ao ponto que como protagonista precisaria se envolver mais na trama e se entregar completamente ao que o filme pedia, não colocando tantas dinâmicas na personagem, mas ao menos mostrando seu lado passional em pauta em diversos momentos bem trabalhados. Fred Hechinger já foi o inverso com seu Simon, se jogando completamente dentro do que a personalidade do personagem pedia, colocando nuances bem malucas e cheias de estilo, e praticamente acelerado no nível máximo, brincando com todos os atos, e se encaixando totalmente na pegada mais bizarra, ao ponto que chega a ser até exagerado algumas de suas situações, mas funciona ao menos. E Julia Rehwald trabalhou sua Kate com um pouco de insinuações forçadas, mas condizente com a pegada da trama, misturando um pouco o ar de traficante, mas com uma jovialidade meio que estranha, mas não vai muito longe, e ao menos passar uma segurança bacana para o jovem nerd. Quanto dos adultos, Ashley Zukerman trabalhou bem o policial Nick Goode, mas sempre ficando atrás de tudo, e sem se impor como deveria acabou não chamando tanta atenção, o que é uma pena. E do lado dos mortos-vivos, com toda certeza o destaque fica para a bela Jordyn DiNatale que entregou uma Ruby Lane com muita precisão e que certamente deverá chamar ainda mais atenção nos demais longas da saga.

Visualmente o longa tem boas nuances, trabalhou bem o estilo dos anos 90 com figurinos, computadores (inclusive com o estilo de chat que o jovem conversa sendo icônico!), vemos as tradicionais caixas de drogas, personagens marcantes sempre indo para lugares tradicionais como escolas, matas, hospitais, além claro de momentos como babás, ou seja, todos os clichês clássicos de filmes de terror juvenis, e contando também com muito sangue e pedaços de pessoas. Ou seja, a equipe brincou bastante com cenas rápidas, não trabalhando tanto sustos gratuitos, mas fazendo um serviço simples, com cores fortes e algo que certamente marcará o estilo da saga, o que veremos nas semanas seguintes.

Agora um ponto que foi bem usado, e claro sempre se destaque em longas do gênero é a trilha sonora, que conta com músicas marcantes dos anos 90, e que junto com a boa parte orquestral que mantém o clima do começo ao fim, acaba dando um bom ritmo e faz boas nuances, e que quem quiser curtir, deixo aqui o link.

Enfim, é um bom filme que traz um certo envolvimento gostoso de curtir, mas que passa bem longe de ser algo que vamos nos lembrar daqui alguns anos, mas ao menos a proposta é boa e temos de ver o que vai acontecer nos próximos longas da saga nas próximas semanas, que talvez tenha uma finalização surpreendente, mas contando apenas com esse filme posso dizer que foi algo levemente superior ao mediano, e assim recomendo ele com muitas ressalvas só para quem curte o estilo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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