Netflix - Deep

7/17/2021 08:08:00 PM |

Uma das grandes vantagens da Netflix é ver longas de lugares que você nem imagina que fazem filmes, e um dos pontos que mais costuma chamar a atenção é a forma que costumam trabalhar algumas ideias, pois já ouvimos falar muito sobre pessoas insones, sabemos um pouco sobre as drogas que muitos tomam para dormir, mas pouquíssimo ouvimos falar sobre o inverso, drogas fortes para manter as pessoas acordadas, tirando claro as famosas bebidas a base de cafeína, energéticos e o xodó dos caminhoneiros, o rebite, mas e se existisse algo extraído das pessoas insones capaz de acordar até quem está em coma? Com essa base o longa tailandês "Deep" trabalha bem um grupo de jovens estudantes que aceitam entrar para uma pesquisa aonde um chip vai tirar esse hormônio do corpo deles, porém não podem dormir por mais de 60 segundos senão morrem, e aí é que entraria toda a tensão em cima dos insones que lutam para ficar dias acordados até o percentual da droga ser atingido. O mais interessante é que logo no começo vemos a professora falando das coisas que aconteceria com quem ficasse muitos dias seguidos acordados, vemos toda a imaginação dos jovens, mas não utilizaram essa base para causar algo aterrorizador mesmo, sendo apenas desesperador as longas dormidas de alguns em uns casos, mas faltou o terror mesmo, começar a ver monstros, loucuras da mente e tudo mais, ficando morno demais nesse sentido, mas ao menos é um bom filme e mostra a criação de uma amizade entre pessoas bem diferentes.

A sinopse é bem básica e nos conta que quatro estudantes insones da faculdade de medicina são atraídos para um experimento de neurociência que foge do controle e precisam encontrar uma saída antes que seja tarde demais.

Diria que a proposta dos diretores e roteiristas até foi algo que mereça ser lembrado, pois é uma trama com estilo, que trabalha um tema tenso que são as alucinações e os perigos de ficar acordado diversos dias seguidos, mas não trabalharam a fundo essa ideia a ponto de criar algo aterrorizador, meio que deixando de lado o ar tenso e mostrando a criação de uma amizade, a desenvoltura que podem conseguir sendo cobaias de uma pesquisa e claro os desafios de se sair de um programa de pesquisa depois que assinou um contrato. Ao ponto que ficou faltando dar nuances de intensidade, criar uma dramatização maior em cima de tudo, pois mesmo a jovem ficando desesperada para tirar sua irmã do projeto é algo tão casual, que ela só pensa nos amigos que criou, e assim o resultado fica apenas bonito e interessante de ver, e não algo que faltasse a respiração em cima de tudo, que criasse a intensidade toda, que começasse a ver monstros e coisas nos rostos, como rolou em alguns pouquíssimos momentos. Ou seja, é um bom filme do estilo, mas que não explode como um terror/suspense que poderia recorrer, caindo mais para o lado misterioso e dramático, que não é ruim de ver.

Sobre as atuações, diria que os jovens foram carismáticos dentro do que se propuseram a fazer, e entregaram olhares bem marcados, e claro fazendo caras e bocas de pessoas exaustas, afinal um dia sem dormir até é fácil e muitos aguentam por ter insônia, mas dois, três, quatro, a coisa já vai ficando bem tenso. Panisara Rikulsurakan trouxe o ar estudioso e familiar para sua Jane, desesperada com qualquer coisa que aconteça com a avó e com a irmã, tendo a fobia de esquecer algo sem trancar pelo passado dos pais, e fez parecer fácil ficar acordada. Kay Lertsittichai trabalhou bem o festeiro Win, e até deu um certo ar de galanteio, trabalhando sempre com grandes sorrisos na cara, e mostrando meio que de forma oculta ainda seu apreço/luto pela mãe. Supanaree Sutavijitvong entregou algo muito característico das blogueiras de moda/cosméticos com sua Cin que é ficar falando rápido demais e estar sempre preocupada com a aparência, ao ponto que vemos toda sua desenvoltura soar até exagerada ao descobrir o problema do amigo. Krit Jeerapattananuwong já fez o ar nerd clássico com muita afixação por jogos, por envolvimentos rápidos e marcantes, e claro pela paixonite rápida por alguém, encaixando boas nuances até. Quanto aos demais, vale um rápido destaque para o pesquisador alemão Kim Waddup pela desenvoltura com os jovens, e para a professora Nichcha vivida por Dujdao Vadhanapakorn pela revelação intensa nos atos finais.

Visualmente a trama foi simples, pois temos basicamente um colégio com poucos alunos, mas muitos usando o relógio do experimento, a casa da protagonista bem simples apenas com seu quarto e um pequeno restaurante embaixo, uma sala de uma clínica aonde inserem o chip nos jovens com um pequeno revólver e uma cadeira apenas, sem grandes chamarizes, a casa de Peach aonde rola uma festança entre os jovens e depois uma sala aonde os jovens passam os dias desesperados meio que presos após os últimos momentos, mas nada muito chamativo, porém bem colocado ao menos dentro da proposta.

Enfim, é uma trama até que interessante, com um estilo que certamente com um pouco mais de terror em cima dos medos e desesperos dos jovens após alguns dias sem dormir cairia muito bem, mas que ao menos não cansa, valendo a conferida de uma forma despretensiosa, e assim sendo até que recomendo o longa para todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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