Jungle Cruise

7/31/2021 03:09:00 AM |

Tem alguns filmes que entregam sínteses tão divertidas e gostosas que acabamos entrando no clima e quando vemos o filme inteiro já passou com os bons momentos colocados, e olha que se pararmos para reparar "Jungle Cruise" tem longos 127 minutos de muita aventura, e em momento algum cansamos do que nos é mostrado, com tanta interação entre os personagens, bons efeitos visuais, e com dinâmicas bem colocadas que acabam chamando a atenção do começo ao fim. Claro que dá para reclamar de muita coisa, afinal o filme se passa no Brasil no começo do século XX, dentro da selva amazônica, e praticamente todo mundo fala um inglês perfeito, mas dentro da proposta com boas piadas, momentos intensos com muitos objetos voando, e principalmente uma trama que chame atenção de quem gosta de uma boa aventura, o resultado flui e até chama atenção para quem sabe uma continuação, afinal a Disney usou de elementos clássicos do estilo para manter a essência, e assim sendo acaba valendo bastante a conferida para toda a família.

O longa gira ao redor do malandro e brincalhão Frank Wolff, capitão do barco La Guilla. Ele é contratado pela Dra. Lily Houghton e seu irmão McGregor para levá-los em uma missão pelas densas florestas amazônicas com a intenção de encontrar uma misteriosa árvore com poderes de cura que poderá mudar para sempre o futuro da medicina. No caminho, eles viverão inúmeros perigos, enfrentando animais selvagens e até mesmo forças sobrenaturais.

É até engraçado ver um filme de aventura da Disney nas mãos de um diretor de diversos longas de terror, pois Jaume Collet-Serra tem essa pegada mais intensa, e nos atos dos conquistadores espanhóis que estão em busca da árvore vemos nuances bem tensas e fortes, vemos personagens com monstros nos corpos como cobras, abelhas, árvores, e que conforme vamos acompanhando tudo o que ele propõe para o público essa aventura tem uma intensidade que vai muito além do estilo clássico de uma aventura comum, só diferenciando por um grande detalhe, que por ser um filme Disney não temos quase sangue algum aparecendo, inclusive nas cenas mais fortes como um ataque de piranhas, uma espada atravessando um corpo e até um massacre indígena, que vemos tudo ocorrendo de maneira bem limpa. Ou seja, o diretor criou todo um vértice bem proposto que lembra diversos outros longas de aventura, mas que não repete clichês, e que dentro de algo criativo envolve e diverte bastante, fazendo com que seu filme passasse empolgando quem for conferir, e assim mais do que um simples passatempo o resultado acaba indo além.

Sobre as atuações, é muito bacana a forma divertida que Dwayne Johnson encontrou para trabalhar seu Frank, pois usando de muitas piadas de tiozão, colocando sua força em primeiro plano, e até mesmo desenvolvendo momentos de luta e trejeitos bem marcados acaba se saindo melhor do que o esperado, lembrando um pouco o que já fez em "Viagem 2: A Ilha Misteriosa", e claro "Jumanji", mostrando bem seu estilo e agradando bastante com toda essa diversão proporcionada. Agora é até engraçado ver uma Emily Blunt tão solta em cena com sua Lily correndo, pulando, saltando, dando conexões para os demais personagens, e principalmente botando em jogo um estilo menos duro que costuma colocar em suas personagens, e assim sendo se jogou completamente para algo que até tem um tom de romance secundário, e que empolga de uma maneira bem gostosa de ver. Agora sem dúvida alguma exageraram demais nos trejeitos de Jack Whitehall dando pinta demais nas ações de seu McGregor, ao ponto que de exótico protagonista rico passou a ser colocado para momentos secundários bizarros e até forçados, mas que divertem, e assim sendo o resultado agrada pelo menos. Dentre os demais, tivemos bons destaques tanto para o vilão nazista maluco vivido por Jesse Plemons, ao ponto que seu Joachim entrega momentos tão surtados que até assusta, e claro para o assustador explorador espanhol vivido por Edgar Ramírez que não se impôs tanto quanto o personagem necessitava, mas que junto de efeitos fortes e marcantes acabou entregando um bom personagem.

Agora quanto do visual o longa é um tremendo luxo, com uma paisagem incríveis para representar a selva amazônica, uma Porto Velho antiga que mais parece ser originária dos filmes de velho oeste (e com vários erros cênicos - por exemplo falando que em Porto Velho passa o Rio Amazonas enquanto o que passa por lá é o Rio Madeira), mas que tirando os detalhes realistas vemos muitas explosões, corredeiras, botos, onças, cobras, brigas de aranhas e escorpiões com direito a apostas, e muita cenografia clássica, além claro de uma Londres bem marcante para as cenas de começo e fim, e ainda tendo todo um ar indígena bem marcado com lendas, com cores até chegarmos num grandioso templo, tudo isso com um barco bem icônico, ou seja, a equipe de arte trabalhou bastante, e a equipe de computação trabalhou mais ainda para criar tudo, mostrando algo de respeito realmente. Não conferi o longa em uma sala com tecnologia 3D, mas é notável muitas cenas com elementos saindo da tela, então certamente o resultado ficou bom também com a técnica.

Enfim, é um filme bem gostoso, cheio de ação e aventura, que fará quem gosta do estilo bem feliz, agradando tanto visualmente, tanto com a história contada, e muitos bons elementos divertidos, e não falei especificamente, mas colocaram trilhas clássicas bem envolventes de fundo, o que deu um tom ainda mais bacana para tudo, valendo a recomendação para todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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