TeleCine Play - Um Milagre Inesperado (Penguin Bloom)

7/19/2021 01:01:00 AM |

Se você tem algum animal de estimação certamente sabe a diferença que ele faz em sua vida, e principalmente quando ele entrou nela o tanto que mudou em você. E no filme "Um Milagre Inesperado", que entrou em cartaz nos canais Telecine e no streaming Telecine Play, vemos bem essa essência de mudanças na vida de uma família que está num clima completamente tenso após um acidente, e que ao entrar o passarinho Penguin na vida deles tudo passa a mudar para melhor, com muito mais envolvimento, muito mais vida, e claro mais vontade por parte da mãe que já se considerava apenas um objeto na casa. Diria que a trama tem um belo envolvimento cênico, uma fotografia lindíssima, e uma história muito bem contada por ser baseada em algo real que aconteceu na família Bloom, porém o nome nacional é péssimo, já que você fica esperando algo a mais, ou então já nem assiste achando ser um daqueles longas religiosos, mas já deixo claro, que não há nada fora do normal, não temos religiosidade, não temos coisas sobrenaturais, apenas um esforço produtivo maior que um bichinho passa a ajudar forçando as pessoas a se conectarem.

O longa conta a história de Sam Bloom, uma jovem mãe cujo mundo virou de cabeça para baixo depois de um acidente quase fatal que a deixou paralisada. Sua família está lutando para se ajustar à nova situação quando um improvável aliado entra em seu mundo; uma ave bebê ferida que eles decidem chamar de Penguin. A chegada do pássaro é uma distração bem-vinda para a família Bloom, ensinando Sam a viver novamente.

O diretor Glendyn Ivin foi muito bem intencionado na forma que escolheu para passar todas as situações da trama, encontrando bons ângulos e dominando toda a interação dos protagonistas junto das diversas aves que foram usadas para representar o pássaro Penguin, afinal deve ter sido bem difícil já que pássaros não são tão treinados como gatos, cães e cavalos, e assim sendo gravar com um animal real que é o protagonista praticamente da trama certamente foi algo insano para todos, mas que deu muito certo, pois aparentemente tudo saiu bem bonito e envolvente, além de termos toda a trama bem desenvolvida dentro da proposta, e que mesmo sendo embasado em um livro, não ficou algo capitular nem como um diário de viagens. Ou seja, o diretor certamente extraiu todos os momentos chaves do livro e recriou tudo para que a fluidez da trama envolvesse e fosse marcante, o que acabou dando muito certo.

Sobre as atuações, além dos diversos pássaros extremamente expressivos, tivemos claro Naomi Watts se jogando a fundo numa depressão forte pós-acidente, e se desenvolvendo completamente durante todas as cenas para que sua Sam voltasse a viver realmente, ao ponto que vemos nuances fortes, vemos textos intensos, e claro muita motivação sentimental que acaba sendo bem bacana de ver cada ato seu, mas principalmente os junto do pássaro. Griffin Murray-Johnston fez sua estreia nos cinemas com seu Noah, e que expressividade o garotinho foi capaz de entregar, trabalhando sempre algo sereno, mas cheio de intensidade que marcam cada cena, cada olhar, e sua cena principal desabafando no meio da sala é algo tão duro e tão marcante que chama demais a atenção, agradando muito com tudo o que fez no longa inteiro. Andrew Lincoln trabalhou seu Cameron com um pouco de temor abaixo dos planos, não se colocando a frente em nenhum grande momento, mas mantendo a intensidade cênica de ser o marido/pai que passa a fazer tudo na família, e segurou bem a onda de forma que até pelo livro ser escrito pelo verdadeiro Cameron não focar tanto nos seus árduos momentos, ou seja, foi bem, mas poderia ter ido além. Quanto aos demais, os dois pequeninos se divertiram bastante durante a gravação do longa, mas sem nenhum destaque de interpretação, e Jacki Weaver foi intensa no momento da discussão com o seu genro, mas sem dúvida o destaque fica por conta das boas interações de Rachel House com sua Gaye no treinamento da protagonista em um novo esporte.

Visualmente o longa foi bem bonito pelas boas interações com os pássaros, trabalharam bem todo o ambiente para a locomoção e dificuldade de vivência da protagonista, colocaram em pauta sentimentos e durezas de se ver em fotos antes de acidentes, e principalmente ambientaram tudo para que o filme tivesse ares graciosos, mas duros ao mesmo tempo tanto para o garotinho que carregava essa culpa em sua mente, e da mãe com as ideias saindo do plano completamente, ou seja, praticamente só ficaram na praia e na casa deles, mas tudo ali tinha um significado bem marcante e funcional, já nas cenas na Tailândia (que facilmente poderiam ter gravado em qualquer lugar, pois não tem nada muito significativo visualmente) foram rápidas e simbólicas, enquanto as cenas em um bar e na casa da mãe da protagonista foram duras pelo ambiente bonito, mas sofrido com os diálogos. Ou seja, a equipe de arte certamente teve muito trabalho com os cocôs dos pássaros, e com as montagens significativas para a trama.

Enfim, é um filme bonito, emocionante e que tem uma boa vivência simbólica, que até poderiam ter ido além em alguns ensejos ficcionais, mas como é uma obra adaptada de um livro que é baseado em algo que realmente aconteceu não puderam ir muito longe, mas ainda assim vale a sintonia e todo o envolvimento passado pela trama, valendo a indicação de conferida. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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