Já falei muito de Afonso Poyart no começo, e volto a frisar o quão bom é o diretor, que não tem um currículo gigantesco, mas prezando pela qualidade ao invés da quantidade, tem pego boas histórias e conseguindo fazer com que elas ficassem bem imponentes na tela, de modo que muitos vão reclamar do excesso de efeitos, da falta de desenvolver mais alguns personagens, mas ele entrega o que o público comum que gosta de um bom cinema fora do clássico quer ver, então ele vai com tramas de ação, policiais e até quando encarou uma comédia dramática soube como não deixar ela comum, e isso é brilhante, pois vemos pegadas clássicas de tramas de muitos países lá fora em suas ideias, mas mais do que isso vemos originalidade nos seus planos, nas dinâmicas, e com isso ele acaba indo além. Tanto que aqui seu longa é um futuro, mas não algo lá longe, algo que pode estar num pulo literalmente falando aonde a tecnologia e o crime cibernético se define, aonde ele brinca com o saudosismo da protagonista gostar de treinar numa pista antiga abandonada com uma competição toda tecnológica com luzes e sensores de recordes criativos, e ainda traz todo o elo de rixas familiares, de criminosos que parecem bonzinhos, e assim até tem em segundo plano algo meio novelesco, mas que felizmente não precisou forçar tanto. Outro grande acerto posso dizer que foi o roteiro de Josefina Trotta, que brincou bem com toda a ideia da culpa, do vender a alma que disse no começo, mas principalmente colocou todo o lance do quão forte e potente pode mudar um super-humano paratleta?
Quanto das atuações, não conhecia Jessica Córes, afinal só tinha em seu currículo novelas e séries que não confiro, então aqui no seu primeiro longa e já de cara como protagonista, soube segurar bem as emoções e trazer dinâmicas fortes para que sua Maria fosse imponente e cheia de estilo, trabalhando bem os saltos, não deixando que a prótese ficasse falsa, e principalmente criando tensões com seu parceiro de cena, para que o filme funcionasse por completo, e sendo assim agradou bastante com o que fez. Bruno Gagliasso dispensa elogios, afinal ele sabe segurar qualquer trama que lhe jogarem para fazer, e aqui seu Heitor é ao mesmo tempo durão como chefe da organização, tendo um lado meio que doce e amistoso para com os atletas que ajuda, mas tem muitos segredos, e sabe criar nuances no olhar como ninguém o que acaba chamando muita atenção na tela. Ainda tivemos a rapper e atriz Gabz fazendo uma Gabi cheia de marra e personalidade, mas jogando exatamente como seu papel pedia, e isso acabou agradando bastante na tela. Danton Mello trouxe um ar calmo demais para o policial Guerra, de modo que talvez um pouco mais de intensidade levaria o personagem para rumos maiores, mas não desapontou com o que fez. O longa ainda contou com muitos outros atores como Miguel Falabella fazendo uma pontinha no final, Klebber Toledo entregando o irmão do protagonista no comecinho, Paulo Vilhena fazendo um técnico/médico de performance da equipe de salto, Nill Marcondes fazendo o pai/técnico das garotas, mas sem dúvida quem chamou mais atenção entre o elenco secundário foi Christian Malheiros com seu Gus bem marrento e com estilo, que no final já pode ser chamado para um outro filme de super-heróis bem conhecido.
Visualmente a trama brincou com tecnologia e esporte, tendo claro muitas cenas feitas com computação gráfica, usando e abusando de efeitos, mas principalmente dando boas nuances para as próteses, que ficaram bem marcantes em todos que usaram (de modo que se alguém achar um making off gostaria de ver que deve ter sido bem bacana o famoso processo de criação/gravação), tendo todo um sentido multicolorido, mas também brincando com coisas mais densas e antigas como os estádios de treinos, carros e elementos alegóricos que talvez ficassem mais caros se fossem brincar tanto com o futuro, mas como disse no começo, não foram tantos anos a frente, então não precisaram abusar, e o resultado ficou interessante de ver na tela funcionando.
Enfim, é um longa que fui conferir já com muita expectativa, e isso pesa sempre como já falei outras vezes que é o pior jeito de ver qualquer filme, mas diria que ficou bem dentro do que eu esperava ver, e que vale com certeza a indicação para todos conferirem, afinal é algo diferente dentro do nosso cinema nacional, e só por isso já faz valer o play, mas com uma história boa e interessante acabou sendo algo gostoso de ficar na frente da tela pelo tempo proposto, então fica a dica. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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