A sinopse nos conta que após um encontro com o enigmático Benfeitor, Kevin se vê arrastado para uma série de realidades alternativas. Desesperado para reencontrar sua esposa, Molly (Elizabeth Tabish), ele embarca em uma busca desafiadora e perigosa através de mundos distópicos e desconhecidos. Enquanto luta pela sua sobrevivência e tenta decifrar os motivos por trás da intervenção do Benfeitor, Kevin é confrontado com escolhas difíceis e dilemas morais. Cada nova realidade apresenta obstáculos únicos, testando não apenas sua determinação, mas também a sua fé no amor verdadeiro. Com reviravoltas emocionantes e uma narrativa cativante, The Shift - O Deslocamento é uma aventura de tirar o fôlego que explora os limites do que o telespectador está disposto a enfrentar pelo bem daqueles que se tem amor e apego.
Embora seja a estreia do diretor e roteirista Brock Heasley em um longa metragem, ele fez em 2017 a versão curta da mesma história, ou seja, testou bem e claro vendeu os direitos para fazer algo maior e mais imponente, o que acabou dando muito certo, pois como já disse a base do filme é religiosa e usa um pouco da história de Jó embasada na Bíblia, só que não ficou preso em algo metódico e marcado apenas para os religiosos, conseguindo que seu filme tivesse uma pegada mais ficcional envolvente, que brincasse com o que mais se tem falado no mundo do cinema que são os famosos multiversos e aparelhos capazes de se transportar entre eles, de tal forma que ainda ousou bem na briga entre bem e mal, e também na fé e na perda dela. Ou seja, é o famoso mirar em algo que já é grande e acertar em algo maior, aonde a compostura técnica não chega a ser brilhante, tendo alguns momentos que davam para elaborar um pouco mais, mas que mostrou uma direção centrada e certeira, o que certamente o qualifica para esperarmos mais do diretor, principalmente nessa linha que vai fazer sucesso.
Quanto das atuações, diria que Kristoffer Polaha segurou muito bem todo o protagonismo, entregando atos bem encaixados para seu Kevin, ousando trejeitos fortes, fazendo toda uma passagem de alguém elegante para quase um mendigo, fora suas várias outras versões mostradas num telão de cinema, numa alegoria bem interessante, ou seja, se doou ao máximo para o diretor e conseguiu convencer dentro do que o filme pedia. Neal McDonough conseguiu passar um ar não tão diabólico para seu Benfeitor, de forma que ele convence naturalmente como uma pessoa comum que quer vender algo e vemos muitos assim, que tentam tirar o sonho das pessoas só com a lábia e o olhar, ou seja, conseguiu chamar atenção e agradar sem precisar usar de estereótipos comuns em filmes do gênero. Ainda tivemos bons atos com Sean Astin com seu Gabriel e até mesmo alguns atos bem encaixados de Elizabeth Tabish com sua Molly deram o tom para marcar as cenas mais formatadas da trama para cima do protagonista, sendo que cada um do seu modo soube passar a sua mensagem e chamar atenção sem sobrepor o personagem principal, mas quem conseguiu transparecer bem e vale o destaque pelo teor desesperador foi Rose Reid com sua Tina, pois mesmo tendo praticamente duas cenas para si, foi marcante e tensa de ver.
A equipe de arte também foi bem dinâmica, criando ambientes meio que distópicos, mas sem criar realidades paralelas exageradas, trabalhando o mundo principal para onde o protagonista vai com policiais imponentes com capacetes meio que robóticos, um ar sujo e meio que abandonado, muita miséria pelas ruas e tendo base cinemas para ver sua versão em outras realidades como algo que as pessoas gostam de ver, além de toda a ideia de uma encenação do principal ato de renuncia, ou seja, isso só na base principal, além de algumas passadas por outros universos bem interessante que o visual fez bem a diferença na tela.
Enfim, não vou afirmar que muitos não religiosos vão se apaixonar pela obra, aliás alguns vão reclamar bastante, porém dentro desse estilo acredito que tenha sido um grande passo para uma mudança efetiva no gênero sem precisar forçar a barra com dramas cansativos e exagerados, caindo para um vértice ficcional que vai levar mais jovens religiosos ao cinema, e conhecerem algumas passagens bíblicas sem toda a fantasia abstrata que muitas vezes não convence, mas que em uma trama de ficção certamente vai causar mais, então fica a dica para mais diretores arriscarem dessa forma, e também fica a recomendação para que todos vá ao Cinemark de sua cidade conferir à partir de quinta dia 23/05, pois aparentemente é uma exclusividade da rede de cinemas no país. E eu fico por aqui hoje, agradecendo o pessoal da Kolbe Arte que sempre está trazendo longas religiosos para os nossos cinemas, e que mandou a cabine para conferida, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...