O longa fala sobre um desertor norte-coreano, Loh Kiwan, que resolve realizar o último desejo de sua mãe: viver em um lugar onde ele possa ser ele mesmo, usar seu nome e sobrenome sem medo. Loh, então, decide ir para Bélgica se refugiar, mas ele acaba desamparado, sem meios de ganhar a vida e sem casa. Marie, uma ex-atleta de tiro, vive com seus próprios conflitos interiores até encontrar Kiwan e roubar sua carteira. Os dois acabam em uma inimizade gigantesca até um entender a história de vida do outro e ali nascer uma atração.
O diretor Kim Hee Jin entregou até que um drama bem colocado em sua estreia nas funções de roteiro e direção, de forma que conseguiu convencer trabalhando dinâmicas entre os protagonistas e todo o envolvimento das várias subdivisões, de modo que em alguns momentos até parece que é uma novelona por ambientar muitas situações, algumas que até saem do eixo da trama no miolo, mas como não criou mais personagens para dividir, focando apenas nos protagonistas mesmo diria que acabou acertando no estilo, apenas alongando com eixos que não seriam tão necessários, mas que acabaram funcionando sem grandes derrapagens. Ou seja, ele manteve o foco total em Loh Kiwan com seus vários serviços enquanto tentava conseguir uma cidadania como refugiado querendo cada vez mais viver, e também focou bem em Marie tentando sobreviver ao crime e as drogas, de modo que cada quebra que deu, abriu também o vértice para conexões, e assim o resultado acabou bem preso e resultando em algo interessante para o estilo.
Quanto das atuações, o jovem Song Joong-ki melhorou consideravelmente em relação ao seu último filme que apareceu por aqui "Nova Ordem Espacial", de forma que se lá ele oscilava muito de humor, aqui ele segura o drama e a emoção no olhar do começo ao fim, passando bem seus sentimentos, e principalmente segurando o protagonismo sem precisar de levantamentos por parte dos demais que atuaram junto com ele, ou seja, foi bem em cena. Choi Sung-eun também fez uma boa entrega com sua Marie, mostrando personalidade para os atos mais dramáticos, mas também sendo bem emocional e direta nos momentos que precisou, representando bem na tensão das drogas e de uma disputa de tiros. Ainda tivemos outros personagens bem encaixados, mas como a base foca bem nos dois nem vale dar grandes destaques, e isso mostra uma segurança do jovem diretor em não fazer com que seu filme saísse da base.
Visualmente a trama mostra bem a vida de rua de refugiados, tentando sobreviver das maneiras mais impossíveis no frio, vendendo garrafas, apanhando de jovens, vivendo em banheiros, comendo o que achar, todos os julgamentos para conseguir uma cidadania, mostraram um pouco dos cassinos de apostas envolvida por máfias com um buraco praticamente para tiros com muita computação envolvida, e um pouco da casa e dos rituais de luto dos personagens, além de uma fábrica de carnes aonde muitos acabam trabalhando ilegalmente.
Enfim, é um filme que funciona bem dentro da proposta, que facilmente poderia ter ido mais além, mas que dentro do que o diretor cadenciou acabou entregando resultado e agradando de certa forma. Claro que poderia ser mais curto eliminando alguns atos duplos desnecessários, mas para que o filme tivesse a intensidade escolhida de um jovem diretor até que foi bem no que fez, valendo a indicação. E é isso pessoal, eu até ia tentar ver mais um longa hoje, mas um só já está bom, então volto amanhã com mais dicas, fiquem com meus abraços e um bom restinho de final de semana.
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