A sinopse nos conta que o ex-detetive de homicídios Roy Freeman passa por um tratamento revolucionário para Alzheimer quando é chamado para reexaminar um brutal caso de seu passado. Intrigado e lutando para recuperar sua memória, Roy pede a ajuda de seu ex-parceiro para retomar a investigação envolvendo um condenado no corredor da morte, que ele prendeu dez anos atrás e que alega inocência. À medida que novos elementos surgem, uma complexa teia de mentiras se revela, forçando Roy a enfrentar uma terrível realidade que muda o seu mundo para sempre.
O diretor Adam Cooper tem muitos bons longas que assinou como roteirista, porém na cadeira principal é sua estreia, então fica claro o motivo de não ter dificultado mais para o público a descoberta final, pois acredito que o livro de E. O. Chirovici tenha dinâmicas mais fechadas e intensas para que o público fique amarrado na poltrona apostando suas fichas em quem matou realmente o professor, pois toda a essência vemos que está na tela, mas a desenvoltura acaba sendo entregue rapidamente enquanto os atos se prendem sozinhos, o que facilmente não deve acontecer em uma trama de suspense. Ou seja, talvez o mesmo roteiro nas mãos de um especialista em direção do estilo daria um rumo para o filme daqueles que você ficaria tenso e preso na poltrona esperando cada desenvolvimento de tudo, o que aqui em alguns atos até chega a ocorrer, mas quando vemos o diretor já deixou explícito com o rumo que escolhe passar na tela, o que é uma pena.
Quanto das atuações, sempre digo que Russell Crowe é daqueles atores que entregam em seus filmes todo o esforço de conseguir passar a ideia cênica para o público, não deixando nada em segundo plano para reclamarmos de suas expressões e trejeitos, de tal forma que aqui seu Roy passa bem a ideia de não lembrar nem aonde colocou um controle remoto na noite anterior, quanto mais saber o que fez anos atrás, e brinca bem com olhares tristes e dimensões reflexivas bem colocadas para que cada ato nos convença de tudo o que está conseguindo ligar em sua investigação. Tommy Flanagan trabalhou seu Jimmy Remis com um ar canastrão mesmo depois de velho, e isso ficou até que divertido de ver na tela, mas talvez pudessem ter trabalhado melhor a personalidade dele em alguns atos para que o filme ficasse mais intenso. Karen Gillan trouxe para sua Laura/Elizabeth um estilão denso, que chega a chamar atenção e consegue marcar bem o envolvimento com os vários homens da trama, de forma que a atriz praticamente se reinventa na tela com caras e bocas bem colocadas. Ainda tivemos bons atos de Marton Csokas como Joseph Wieder cheio de nuances, Thomas M. Wright com seu Wayne Devereaux sempre aparecendo nos cantos, entregando algo meio que perigoso para desviarmos os olhares, e Harry Greenwood bem encaixado nos atos meio que malucos de seu Richard Finn, mas sem ir muito além na tela.
Visualmente o longa tem um ar sujo meio que noir que todo bom suspense pede, um apartamento bagunçado, mas recheado de coisas de um crime para que o protagonista pudesse investigar mesmo depois de aposentado, uma faculdade clássica de filmes com crimes, gravações incriminadoras, um matadouro estranho, muitos bares e tudo com detalhes e histórias meio que duplas, mostrando que a equipe de arte até que brincou bem com o quebra-cabeça jogado para que fôssemos montando, mas o diretor acabou acelerado demais e se perdeu um pouco.
Enfim, é um filme que tinha toda a ambientação para ir bem mais além, porém faltou pegada por parte da direção para ir mais além e convencer o público das demais pistas, e assim sendo acaba sendo um passatempo fácil para quem gosta do estilo, o que não é ruim de ver, mas esperava mais dele com o trailer tenso que foi entregue antes. Então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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