Back To Black

5/17/2024 01:20:00 AM |

Antes de mais nada temos de falar de tipos de biografia, pois temos a documental (fictícia com representações ou apenas de imagens de arquivos) que costuma se aprofundar em tudo da vida de uma personalidade, e temos a de homenagem (que também pode seguir das duas formas com arquivos de imagens e/ou representações cênicas por atores), e na maior parte das vezes familiares que detém direitos de pessoas que já morreram optam pela segunda versão, pois ninguém quer ver artistas se drogando, se jogando maluco pelo mundo afora, mas sim ter uma visão ainda mais de fã da pessoa pelo que realmente ela era boa, mas claro dando alguma pontuação em determinados delitos para que tudo chamasse atenção. E claro que com "Back To Black" não foi diferente, pois vemos uma Amy Winehouse com grandes conexões familiares com sua avó e com seu pai, vemos ela bem amorosa e apaixonada pelo seu namorado/marido, e extremamente criativa em cima dos seus problemas, o que muitos diriam ser algo não muito verossímil com a realidade, mas que dentro do cunho ficcional da trama, acaba funcionando, sendo interessante e também vemos o famoso vilão de sua vida que foi o álcool e os paparazzi que não largavam um segundo a cantora. Ou seja, muitos podem reclamar de um certo exagero em não mostrar ela completamente bêbada e aprofundar em seus dias ruins, mas como bem sabemos ela também teve dias bons e de muita glória, isso claro no documentário que aconteceu em 2015, também bem mais cerceado por situações bonitas da cantora, o que acaba emocionando e envolvendo com suas ótimas canções, e pasmem, com a voz da atriz escolhida que se assemelhou demais com a original.

O longa-metragem narra a carreira sombria da artista conhecida por sucessos como 'Rehab' e 'Black to Black', que morreu precocemente aos 27 anos de idade por intoxicação alcoólica em 2011. Através da jornada da adolescência até a fase adulta, sua curta carreira profissional é apresentada, desde os seus primeiros dias em Camden até a produção de seu álbum inovador, Back to Black, que serviu como um grande impulso para a fama global de Amy. A história, contada através dos olhos da cantora, explora e abraça as muitas camadas da artista icônica, além de seu relacionamento amoroso tumultuado com Blake (Jack O'Connell). Durante sua caminhada no estrelato, a cantora criou álbuns Frank e Back to Black, o último dos quais lhe rendeu seis prêmios Grammy. Até hoje, Amy é considerada uma das grandes lendas da música soul e R&B.

Costumo falar que a diretora Sam Taylor-Johnson ("O Garoto de Liverpool", "Cinquenta Tons de Cinza") sabe o que fazer na tela, mas por não ousar tanto quanto poderia entrega filmes um pouco simples demais de essência, de tal forma que o longa não entrega uma estrutura vamos dizer de época para que o público se situe em que ano está, se ela já está famosa ou não, e em que época se perdeu por completo, parecendo ser um recorte de uma época misturada com outras tudo numa velocidade rápida demais para contar tudo. Ou seja, acaba sendo um filme bacana para reviver algumas boas canções, conhecer rapidamente alguns conflitos e relações de Amy, seu jeitão forte, e não desenvolver nenhuma das três coisas, o que não é ruim de ver, pois até dá um certo ar linear para tudo, mas acaba não focando tanto quanto poderia. Claro que quem for realmente fã vai enxergar detalhadamente cada momento, cada época e tudo mais, mas quem apenas viu o documentário sensacional sobre a cantora em 2015, aonde o diretor Asif Kapadia trabalhou muito bem o material completo da vida da cantora, acabará achando que faltou falar muita coisa no longa ficcional. 

Quanto das atuações, já tinha ouvido tantas críticas para a personificação de Marisa Abela como Amy que estava até achando que ela poderia estragar demais o filme, mas muito pelo contrário, a jovem em diversos momentos me lembrou a verdadeira que confesso que vi poucas vezes, mas que no documentário se assemelhou demais, e principalmente no tom de voz encontrado para falar e claro cantar, afinal gravou pelo menos seis canções que consegui contar durante os créditos, ou seja, se empenhou bastante e agradou dentro do que precisava fazer, que com certeza não chegará nem perto do desejado pelos fãs, mas não decepcionou em momento algum. Eddie Marsan trouxe um Mitch tão carinhoso e cheio de personalidade que com toda certeza o verdadeiro bancou muito do filme, pois muitas vezes ouvimos falar dos conflitos da cantora com o pai super-protetor, e aqui ele pareceu um doce de pessoa, ou seja, talvez pudessem mostrar um pouco mais como era exibido e possessivo pela filha. Jack O'Connel trabalhou seu Blake com trejeitos bem encaixados, foi seguro como "um fã" inicial da cantora, e brincou bem com uma personalidade até bonita do rapaz, mas o mostrou também como um pouco exagerado e tóxico, o que no documentário acabou mostrando um pouco mais imponente. Ainda tivemos muitos outros bons personagens se conectando com a protagonista, mas valendo destacar mesmo só Lesley Manville como Cynthia, sua avó e referência musical, e Sam Buchanan bem encaixado como Nick, seu primeiro empresário.

Um dos maiores problemas do longa eu já falei no começo que foi a falta de uma "datação" dele, pois quem não for fã não lembrará que anos ela ganhou isso ou aquilo, que ano começou a se envolver com Blake, que ano teve as maiores crises e por aí vai, de tal forma que isso acabou pesando também sobre a direção de arte, que mostrou mais uma casa bagunçada, recheada de bebidas e drogas para todos os lados, vários encontros em bares e alguns shows da cantora, valendo claro o destaque para a equipe de caracterização que consegui fazer o penteado bagunçado, porém imponente da cantora.

Enfim, é um filme que se olharmos a fundo entrega uma simples biografia que poderia ter ido muito mais além, porém como as canções são icônicas e bem encaixadas nos devidos momentos como algo representativo de seus momentos, o resultado acabou sendo até que bem interessante de ver na telona, e valendo a indicação tanto para os fãs ficarem tristes de rever a perda dessa grande voz que certamente ainda explodiria muito, quanto para quem curte um drama biográfico simples, porém bem trabalhado, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais. 


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