Netflix - De Volta ao Início (Rewind)

4/11/2024 01:26:00 AM |

Confesso que não sou muito fã de romances nos cinemas, pois é tudo muito bonitinho, tudo floreado demais, tudo açucarado demais, e açúcar eu prefiro comer do que ver, então acabo muitas vezes pulando algumas sugestões que as plataformas dos streamings me dá (lembrando que se sai no cinema, eu vejo tudo, afinal essa é o nome da página, então vou por uma boa causa!), porém hoje a sinopse do longa filipino da Netflix, "De Volta ao Início", colocou algo que gosto muito de ver que é viagem temporal, então resolvi arriscar. E fui enganado com sucesso, pois não é bem uma viagem temporal, mas sim um estilo de mágica temporal religiosa que o protagonista trocando uma ideia com um ídolo (falaram Jesus só uma vez, mas como o cidadão está mais para um iluminador preferiram não entrar na briga com as igrejas) ganha a chance de mudar uma fatalidade trocando a pessoa que irá morrer, e claro que o Jesus eletricista topa a ideia, volta a fita, e pronto, o cara amargo e revoltado vira o homem mais amável do planeta inteiro. Claro que resumi bem tudo o que acontece, e pasmem o pessoal lá das Filipinas não ameniza o final não viu, então não espere algo que você achava que iria ocorrer, pois ainda vai ser floreado, mas não tanto, afinal o açúcar todo acabou quando o protagonista volta, e depois com o que acaba acontecendo apenas aparecendo nas legendas. Ou seja, não é algo que você vai derramar litros de lágrimas, nem se apaixonar pelo que verá na tela, mas é bacana e dá para servir como um passatempo.

A sinopse é bem simples e nos conta que Mary sempre amou John durante toda a vida. Depois de anos de casamento, as prioridades de John mudam, prejudicando o relacionamento deles e levando a um trágico acidente que tira a vida de Mary, porém uma proposta extraordinária permitirá que John volte no tempo.

Não sou um conhecedor do cinema filipino, e por isso não conhecia o tipo de filme que a diretora Mae Czarina Cruz já tinha feito, então vou opinar apenas pelo que vi no longa de hoje, e uma coisa que já virou minha marca de reclamação é que atualmente muitos diretores têm um apreço gigante pelo trabalho feito e ficam com dó de cortar algumas partes, e a diretora usa e abusa ainda de cenas emocionais alongadas, ou seja, aqueles planos parados mostrando olhares e desenvolvimentos que nem sempre são necessários, de tal forma que o longa tem 112 minutos, mas que facilmente dava para entregar algo perfeito com 92 minutos, que trabalharia o mesmo longa e emocionaria muito mais, pois essas seguradas de plano acabam mais cansando do que agradando, e esse é um ponto. Outra coisa que mostrou estilo e gostei muito foi do ídolo ser um ente iluminado e que trabalha com luzes (eletricidade/iluminação), pois ficou com uma aura bem interessante de ver em cima do ator, e mesmo não sendo o que eu desejava ver (já falei no começo que esperava algo de viagem temporal, com quebras e tudo mais que estamos acostumados) acabou ficando agradável e bem sacado por ser um personagem com um ar meio puxado para o sarcasmo. Então de um modo geral, diria que é um trabalho que agrada, mas que dava para melhorar muito com pouquíssimos ajustes.

Quanto das atuações, diria que Dingdong Dantes entregou para seu John uma personalidade extremamente egocêntrica, pesada e com algumas nuances até forçadas demais, porém sua reviravolta acaba jogando algo tão bem encaixado na tela que passamos até a gostar dele, ou seja, o ator não fez algo que surpreendesse e chocasse no longa, mas consegue ter carisma para segurar como protagonista. Já Marian Rivera teve alguns bons atos emocionais com sua Mary, porém ficou muito em segundo plano na trama, de tal forma que o ator protagonista quase não deixa que ela se desenvolva em seus atos, o que é uma pena, pois pareceu ter estilo. O mais engraçado é que aparecendo praticamente apenas três ou quatro vezes, Pepe Herrera entrega para seu Jess/ídolo muita desenvoltura e envolvimento, sendo bem sacado de trejeitos e marcando bem seus atos, o que acaba agradando bastante. Ainda tivemos muitos outros personagens secundários, uns aparecendo mais, outros menos, valendo destacar apenas o garotinho Jordan Lim com seu Austin, mas nada que fosse muito chamativo também.

No conceito visual tivemos uma grandiosa mansão do protagonista, bem decorada e com boas sacadas do trabalho de confeiteira da protagonista, o quarto do garoto carregando um quadro de Jesus que ganhou da avó, tivemos um pouco de desenvolvimento, mas sem ir a fundo na lojinha do pai do protagonista que quase nem entrou no longa, e um escritório de uma empresa com salas tradicionais e uma festa de aniversário meio estranha com algumas danças meio que jogadas para fazer gracejo apenas, além de um acidente levemente exagerado, e como disse o fator luz no ídolo acabou ficando bem bacana, mesmo carregando as lâmpadas nas costas. E sem dúvida lindas cenas de dança entre os protagonistas tanto no miolo quanto no fechamento dando nuances bem marcadas para a trama.

Enfim, passa bem longe de ser algo que impacte e surpreenda quem for conferir, mas que tem seu charme, tem uma canção tema que impregna na cabeça, e acaba sendo gostosinho de ver, porém como esperava outra coisa na tela, acredito que fiquei um pouco decepcionado com o resultado completo, sendo apenas um passatempo ok para se ver, então para quem for conferir já sabendo esses detalhes que dei sem spoilers, acredito que será algo mais bacana, então fica a dica. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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