TeleCine Play - Loucos Por Justiça (Retfærdighedens Ryttere) (Riders of Justice)

11/15/2021 11:59:00 PM |

Já vi muitos filmes malucos, mas acho que o longa dinamarquês "Loucos Por Justiça", que estreou no Telecine Play, vai entrar pro topo deles, pois é daqueles filmes que você acaba dando o play pela história, pelo ator imponente que conhece, mas as situações vão ficando tão bizarras e sem noção que no final já nem sabemos mais se vamos aceitar ou se curtimos tudo o que foi entregue, pois é muita loucura para menos de duas horas de filme. Diria que a ideia de misturar estatísticas e coincidências com vingança até foi bem elaborada na mente do roteirista, mas jogar com comédia acho que acabou saindo demais do eixo resultando em um filme mais bizarro do que criativo, que não é ruim de ver, mas esteja preparado para algumas situações totalmente sem noção.

A sinopse nos conta que Markus é um soldado veterano no Afeganistão, volta para casa para cuidar de sua filha, Mathilde, após um terrível acidente de trem. No entanto, ao retornar, Markus tem um encontro inesperado com o analista estatístico Otto, um dos poucos sobreviventes do acidente, que está convencido de que essa tragédia é mais do que aparenta. Na verdade, parece que muitos segredos estão escondidos à vista de todos. Agora, Markus dolorido e letalmente perigoso não tem outra escolha a não ser mergulhar fundo no mundo incompreensível de possibilidades para obter respostas para suas perguntas não formuladas. Mas, ele pode entender a morte?

Por ser uma ideia bem maluca na formatação composta, não diria que o diretor e roteirista Anders Thomas Jensen tenha errado em qualquer um dos pontos, pois tudo é bem intrigante e bem feito, porém o ar cômico acabou indo um pouco além do que o necessário para a produção funcionar, e dessa forma diria que ele perdeu um pouco do controle da trama, optando por absurdos e exageros que acabaram ficando estranhos. Claro que é uma proposta do descontrole do luto, é uma proposta de pessoas obcecadas por estatísticas, mas o momento em que o estatístico fala com a garota vendo que fez a cagada e nada pode mudar as mil linhas de possibilidades, o filme ali poderia acabar que ficaria mais focado, mas ainda teve mais algumas bizarrices depois, e o resultado ao menos é engraçado de ver.

Sobre as atuações, confesso que fiquei olhando umas três vezes no começo do filme para ver que era o Mads Mikkelsen no papel de Markus, tipo fiquei esperando ser outro personagem e tudo mais, pois o ator está totalmente diferente de qualquer outro papel seu, e não é algo ruim de ver essa sua transformação, mas foi algo completamente inesperado, e ele ainda deu um tom violentíssimo para o papel, fazendo suas interações familiares serem até extremas, ou seja, foi uma surpresa estranha vê-lo tão imponente de atitudes, mas acertou a base que o papel pedia. Nikolaj Lie Kaas entregou um Otto bem exagerado de ideias, mas com trejeitos meio que receosos demais, ao ponto que suas cenas ficaram meio amarradas, mesmo sendo um personagem bacana, só precisava de um pouco mais de atitude. Já Lars Brygmann trabalhou seu Lennart com personalidade e reclamação na veia, sendo daqueles que resmunga para tudo, e o ator deu estilo para isso, e claro se mostrou bem traumatizado com seu passado, ao ponto da sua cena no canavial bater até pena, e o ator conseguir segurar bem a barra ao tentar contar a trama. Nicolas Bro já foi colocado como o gordo maluco e nerd que surta fácil, mas não tem coragem nem atitude com seu Emmenthaler, mas fez bons atos e até caiu bem para o papel. Quanto dos demais, a garotinha acabou soando forçada em seu estilo de luto, ao ponto que Andrea Heick Gadeberg entregou sua Mathilde com trejeitos meio que jogados que não vai muito além disso, enquanto os demais apenas foram conexões com os personagens, alguns aparecendo um pouco mais, mas quanto dos membros da gangue foram meros enfeites cênicos.

Visualmente o longa é um pouco bagunçado, com a casa do protagonista no meio do nada, com um celeiro imensamente maior que a casa, aonde os demais acabam levando computadores e monitores para hackear a gangue, um acidente de trem bem imponente com uma desenvoltura até chocante de ver (sendo sem dúvida a melhor cena do filme!), e muitos atos de ataques com armas sem que ninguém veja acontecer, mostrando que os protagonistas são quase ninjas, e com isso temos boas armas cenográficas, e toda uma desenvoltura cênica bem colocada para representar os momentos dentro da casa, como jantares e jogos, mas meio que sem nexo também.

Enfim, confesso que esperava outra coisa do longa, até dando para entrar no clima com as mensagens passadas de luto, de abuso sexual, de abusos no geral e de violência, mas como disse acabou misturando excessos demais na comicidade, e com isso o filme ficou meio que perdido sem ter aonde acertar direito, e assim sendo não vale tanto a recomendação, mesmo sendo bem maluco em todos os sentidos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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