Não conhecia o estilo do diretor e roteirista Navot Papushado, mas pela sua filmografia é um amante de um terror bem sanguinolento, ao ponto de que caindo aqui para algo mais cheio de desenvoltura de ação com tiros, optou em fazer praticamente todos os personagens sangrarem muito das formas mais brutais pensadas, ao ponto que se em uma cena você acha que vai ser mais leve que a anterior, ledo engano seu, pois logo vem outra mais forte, e mais forte, até chegarmos na biblioteca aonde o pau come solto, e aí você acha, agora acabou vamos acalmar, mas não, uma ligação chama para algo que parecia apenas um acordo tranquilo, então aguarde e depois seque embaixo de sua TV, pois vai escorrer sangue pela tela, e isso não é ruim, pois o estilo pede essa violência que muitos longas de máfia e organizações criminosas acabaram deixando para trás, e aqui o diretor soube colocar isso numa trama bem armada, com uma história funcional sobre o tema, e que claro vingança gera vingança, matar uma pessoa errada gera retaliação, e retaliação gera mais tiroteio, então ficou o prato perfeito completo, e certamente vão lhe encomendar uma sequência, pois embora tenha sido bem fechado, ainda dá para brincar com o tema.
Falando sobre as atuações, sabemos bem o potencial de Karen Gillan em cenas de ação, e aqui sua Sam tem muita imponência e desenvoltura na medida para sair distribuindo socos e tiros de todas as formas possíveis, brincando com as sacadas e se envolvendo bem com cada elemento da trama, ao ponto que nem parece cansar no meio de tudo, o que é bacana de ver. Da mesma forma sua mãe na trama, Lena Headey entregou uma Scarlet bem colocada, cheia de trejeitos explosivos, e que empunha uma arma como ninguém, sacando tiros e fazendo bons trejeitos em cena ainda por cima. O trio de "bibliotecárias" vivido por Michelle Yeoh com sua Florence, Carla Gugino com sua Madeleine e Angela Basset com sua Anna May foi muito bem trabalhado, com nuances fortes e diálogos tão bem trabalhados nos olhares, gestuais e envolvimentos que mereceriam até um filme solo para chamar de seu, explicando mais suas escolhas para esconder armas nos livros de autoras famosas, pois quando botaram pra quebrar abusaram um pouco de artes marciais com correntes, martelos e metralhadoras, não ficando algo tão singelo de ver. Do lado masculino da trama, tivemos Ralph Ineson com uma voz medonha para seu Jim McAlester, fazendo atos chamativos, mas não indo muito além, deixando com que os seus capangas resolvessem tudo (ou melhor, tentassem!), ao ponto que o destaque dos capangas ficou com os olhares meio insanos de Adam Nagaitis com seu Virgil, mas nada que fosse muito além. Ainda tivemos bons atos com Paul Giamatti com seu Nathan, coordenador da organização "A Firma", mas que não tão usado, tivemos o médico maluco que mais usa gás do riso que tudo, vivido por Michael Smiley, e claro o grande destaque pelas boas sacadas interpretativas da garotinha Chloe Coleman vivendo Emily, que aliás essa já anda aparecendo em tantos filmes que daqui a pouco sobe para a cabeça, mas é boa de trejeitos e tem futuro.
Visualmente a trama é bem imponente, cheia de desenvolturas em cenários clássicos como uma lanchonete das antigas que serve seus milkshakes de maneira bem bonitinha, mas que não se pode entrar armado tendo de entregar para a garçonete antes de ir pra discussão, temos uma clínica médica meio que vazia, mas cheia de detalhes também aonde tem de deixar as armas, porém em ambos os casos quando ninguém quer, o tiroteio rola, ainda tivemos a ótima biblioteca bem recheada de ambientes com muita desenvoltura cênica dos livros usados e claro muitas armas, a casa da protagonista com várias saídas secretas passando por túneis, e ainda tendo toda uma belíssima perseguição de carros em um estacionamento com a garotinha pilotando o carro, numa sacada genial da direção, e muito bem montada pela equipe de arte, ou seja, um luxo completo.
Como já disse no começo, a trilha sonora é de primeiríssima linha, e além de dar o ritmo da trama, conseguiu fazer um envolvimento cênico quase que perfeito com os tiros, quase fazendo com que os tiros fossem parte da percussão das canções, ou seja, uma jogada tão boa que faz valer demais a conferida delas dentro do filme e claro depois também, então deixo aqui o link para isso.
Enfim, no dia que vi o trailer imaginei que gostaria do que veria com o longa, mas foram além e conseguiram impressionar com um bom visual, um bom roteiro, e claro muita briga da boa, fazendo valer completamente a conferida e a recomendação desse longa que foi produzido pela Netflix lá fora, mas que foi vendido os direitos de exibição na América Latina para a Amazon Prime Video, então dê o play e curta bastante. Bem é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto mais tarde com outros textos, então abraços e até logo mais.
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