Diria que facilmente o diretor Miguel Sapochnik soube escolher uma vivência para passar em seu filme, pois o longa trabalha bem mais essa síntese de ensinar a ser humano para uma máquina, afinal o conhecimento de tudo ela já tem (ao menos 72% de todos os livros escaneados para sua memória - para não virar nenhum Einstein), mas a vivência, os sentimentos e toda a desenvoltura só alguém passando e a máquina experimentando, e isso funcionou quase como uma lição rápida de pai para filho no longa. Ou seja, vemos um ar sentimental bem marcado, vemos erros e acertos, e principalmente conseguimos ver um diretor que praticamente só mexeu com séries ir além também experimentando algo novo, e conseguindo criar quase que um road-movie ficcional no meio de uma cenografia seca e direta, mas que é maravilhosa quando paramos para pensar na existência completa da trama, e assim sendo o filme flui demais.
Quanto das atuações, já vimos o que Tom Hanks sabe fazer sozinho em "Náufrago", mas aqui junto somente do robô e de um cachorro soube fazer com que seu Finch fosse muito didático nos ensinamentos para o robô, e quase que numa interação pai/filho ser sucinto nas broncas, sentir remorso de ter sido duro e tentar amansar depois, trabalhou cada conexão com uma desenvoltura única, e principalmente passou sua doença de uma maneira sutil, porém impactante para que o filme tivesse esse sentimento de perda, e com isso vemos o ator entregando novamente um papel icônico muito bem desenvolvido aonde pareceu estar se divertindo em cena, e que foi incrível de ver. Não sei se Caleb Landry Jones fez captura de movimentos ou deu apenas voz para o robô Jeff, mas seu tom de voz é tão bem encaixado, suas dinâmicas são sempre de descoberta e isso deu um tom tão bem trabalhado que parece realmente que estamos vendo um jovem evoluindo, e isso só se dá pelo bom trabalho do ator. Outro que foi muito bem treinado e certamente passou um bom tempo para ter o carisma pelos atores foi o cãozinho Seamus, que inclusive lhe colocaram nos créditos, afinal seu Goodyear é incrível, passa os olhares perfeitos para os protagonistas, e é muito intenso em todas as cenas, sendo perfeito para o papel.
Visualmente o longa é ao mesmo tempo assustador pelo ambiente distópico e pós-apocalíptico, tendo somente muita areia para todo lado, construções abandonadas, o risco de entrar em algum lugar e encontrar comida ou alguém disposto a te matar pelo que tem, fora que vemos que o protagonista é uma pessoa meio que anti-social pelas conversas, então não quis ir para lugares lotados brigar pela vida optando por ficar em seu laboratório cheio de detalhes e que virou praticamente uma casa, vemos as tempestades monstruosas junto com tornados, todo o clima árido e ao mesmo tempo bonito pelo passar da aurora boreal, temos um trailer imensamente preparado para grandiosas viagens muito bem montadas, mas a cena da ponte é de cortar o coração, a do hospital com o robozinho menor, e claro o momento da "praia" aonde vemos a conversa final, além claro do fechamento com o robô e o cachorro, ou seja, é um filme cheio de detalhes, cheio de histórias, com tudo sendo muito simbólico desde a passagem de informação para a memória do robô com as escolhas de livros e o processo de escaneamento até toda a desenvoltura final com as peças robóticas preparadas para os devidos feitios, ou seja, um trabalho de produção e da equipe de arte minucioso.
Enfim, é daqueles filmes sentimentais que tudo é ao mesmo tempo duro de se refletir, mas belo de sentir, e que cada momento passado floreia um pouco mais em nossa mente e assim o clima fica gostoso demais mesmo nos atos mais tensos, ao ponto que diria que até tem alguns defeitos e exageros, mas passam tão despercebidos que o resultado acaba indo além do imaginado e vale demais a recomendação para todos. Bem é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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