O diretor Marco Kreuzpaintner conseguiu criar em seu filme algo vital em um filme de julgamento que é ter o máximo de reviravoltas possíveis e com cada uma impactar diferentes lados da história, e ainda com uma trama adaptada de maneira surpreendente trabalhou claro algo que ainda choca muito todas as casas alemãs que é o fantasma da época do nazismo, e aqui a jogada foi bem interessante para mostrar leis criadas por eles para tentar amenizar as famílias que participaram disso, ou seja, não bastasse toda a intensidade de um julgamento vieram com cenas chocantes de uma época dura demais, e com isso o acerto foi ainda mais amplo. Sendo assim a trama conseguiu ser chamativa por vários fatores, mas sem precisar apelar para nada foi simbólico tanto para mostrar que você deve defender a sua causa, mesmo que conheça alguém do outro lado, e assim o diretor conseguiu ser ousado, pois logo na primeira cena que descobrimos que o jovem advogado tem conexões com as outras partes e depois vemos que a conexão era ainda maior, o que se imagina é uma inversão de valores, mas tudo vai tão além que o final impacta bastante.
Sobre as atuações, Elyas M'Barek caiu muito bem na personalidade que Caspar Leinen necessitava, sendo daqueles jovens advogados que acabaram de sair de seus cursos e estão com o sangue nos olhos para pegar casos difíceis e resolver da melhor forma, ainda mais quando o adversário é um de seus professores, e o ator conseguiu dominar os olhares, trabalhar bem suas emoções em cada ato diferente, e com isso segurou a responsabilidade completa que necessitava. Franco Nero já fez tantos filmes que consegue entregar qualquer personagem que o diretor quiser, e aqui seu Fabrizio Collini economiza demais nas palavras, mas nos trejeitos se entrega completamente e a cada desenvoltura que seu advogado coloca em defesa ele mais se abre até ir a fundo com toda a história, e claro mostrar o que desejava sentir realmente. Heiner Lauterbach trabalhou seu Mattinger com muita determinação, como se fosse o mais certo de todos, entregando ares clássicos que muitos professores de direito costumam fazer fronte a seus alunos, e assim acaba acertando bem em todos os atos. Manfred Zapatka trabalhou bem seu Hans nas cenas de lembrança do garotinho, e foi impactante ver a cena de sua morte depois, indo bem fundo no ato. Quanto das mulheres da trama Alexandra Maria Lara deu para sua Johanna atitudes marcantes por ter um caso com quem está defendendo o assassino de seu avô, e trabalhou bem os olhares e dinâmicas para deixar as dúvidas bem colocadas, mas não foi muito além, já Pia Stutzenstein colocou um pouco de graça na vida do advogado, e embora parecesse uma personagem aleatória acabou virando uma boa secretária com sua Nina. Ainda tivemos outros bons atores em atos secundários, como Jannis Niewöhner fazendo Hans na época da guerra, sendo bem imponente, Sandro di Stefano dando bons atos com seu Claudio Luchesi, entre outros que apareceram menos no filme.
Visualmente a trama entrega bons atos num tribunal bem montado, aliás bem semelhante a outros filmes alemães que tiveram julgamentos, tivemos a mansão da família aonde o advogado viveu quando mais jovem, temos agora sua casa/escritório bem bagunçado, e claro as cenas da guerra na Itália, além de alguns momentos em análise no necrotério que foram meio desnecessárias, um funeral bem imponente com um jantar de gala logo após, e claro todo o processo investigativo, mostrando que a equipe de arte trabalhou bem nos detalhes para que as provas mesmo sendo mais dialogadas funcionassem bem.
Enfim, é um filme intenso bem trabalhado, que surpreende pelas reviravoltas entregues no caso, que talvez pudesse ser até um pouco menor cortando uns dois ou três atos desnecessários, mas que no contexto geral acaba fluindo bem e agrada bastante, valendo bem a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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