TeleCine Play - Galveston: Destinos Cruzados (Galveston)

6/28/2021 12:46:00 AM |

Sabe aqueles filmes que você termina de assistir e fica se perguntando qual era a real ideia de tudo? Que não sabe se gostou ou não do que viu pôr a trama não ter uma conexão direcionada para algo? Pois bem, eis que aproveitando ainda do sinal aberto do Telecine Play resolvi clicar no novo filme de Mélanie Laurent, mas não como atriz de sucesso que vimos em "Oxigênio" alguns meses atrás, mas sim como diretora, e seu "Galveston: Destinos Cruzados" é exatamente desses, pois até usarmos a ideologia do subtítulo nacional que eles se cruzam em um dos trabalhos de matança do protagonista, a salvando de ser morta e levando-a consigo está valendo, mas e sobre o que seria o filme? Sobre reconciliações, sobre mudança de vida que não ocorre, sobre salvar a vida de alguém, sobre vinganças, se me fizesse essa pergunta agora, com toda sinceridade eu não saberia responder, pois é daqueles filmes que acontecessem de tudo, ao mesmo tempo que nada acontece, que temos cenas impressionantemente bem dirigidas, com planos-sequências incríveis, com técnicas, violências incrustradas, mas não leva nada a lugar algum, ao ponto que no final apenas falamos é isso, e pronto.

O longa nos conta que após escapar de uma armação feita pelo seu antigo chefe, um assassino moribundo resgata uma jovem prostituta e foge com ela para Galveston, onde planeja sua vingança. Os dois precisam encontrar suas forças enquanto são perseguidos por pessoas perigosas e pela sombra de seus passados.

O longa que é baseado no livro de Nic Pizzolato tem até boas intenções e cenas bem fortes e intensas, porém acredito que a diretora Mélanie Laurent não soube conduzir o filme num fluxo que ficasse explícito suas intenções, pois vemos um pouco de cada coisa rolando durante toda a exibição, mostrando que a diretora até tem técnicas bem aprimoradas de estilos diferentes, mas faltou uma coesão em cima de tudo para que o filme funcionasse e não fosse apenas intenso de trama, já que vemos tudo acontecer com ambos os protagonistas, e não conseguimos enxergar exatamente para onde desejavam nos mostrar algo. Ou seja, não é um filme ruim se analisarmos a fundo, pois tem toda a nuance de uma tentativa de mudança de vida, e também tem toda a proposta em cima de uma vingança por tentar acabar com a vida dele de alguma forma, mas nenhum dos dois vértices acaba acontecendo e o resultado acaba ficando vazio demais. Claro que o envolvimento cênico funciona bem, ficamos com pena da garota, vemos uma mudança no clima do protagonista, e até passamos a conhecer mais eles, mas nada atinge um ápice, e ao final acabamos sem entender aonde desejavam chegar com tudo.

Sobre as atuações tenho que dizer que é inegável o quão bom estão os dois protagonistas, pois certamente foi uma das melhores interpretações que Ben Foster já fez, colocando seu Roy com uma postura forte, várias dúvidas na cabeça, mas sem abaixar ela se jogou com muita imposição para cima de todos fazendo trejeitos bem marcados, situações intrigantes, e claro muita densidade cênica para que seu personagem fosse marcante, ou seja, acertou bem no estilo que escolher e manteve até o final. Da mesma forma Elle Fanning trabalhou bem sua Rocky, se entregando em nuances ousadas, porém mantendo também um ar infantil, daquelas mulheres que acabaram sendo mães tão cedo que ainda não se tocaram na vida, além claro da vida que passou a viver por esses abusos, e seu acerto visual é bem expressivo e certeiro para a trama, só precisava ter alguma dinâmica maior que encaixasse com o filme por completo. Já os demais cada um apareceu dentro do que o filme pedia, e isso é algo ruim, pois nada vai além da trama, desde Beau Bridges como o grande chefão do crime Stan, passando pela dona da pensão Nancy vivida por C.K. McFarland, até o jovem Robert Aramayo com seu Tray super ladrão profissional, mas a grande expressividade caiu mesmo no final de Lili Reinhart com a versão adulta de Tiffany, que merecia até um pouco mais de momentos para o fechamento ficar melhor.

Visualmente o longa tem uma boa intensidade, mostrando a confecção de faixada aonde rolam as negociações do mafioso da cidade para quem o protagonista inicialmente trabalha, temos uma pensão na praia bem interessante aonde se desenvolvem alguns momentos da trama, e claro temos muitos diálogos nos carros, em bares, e até mesmo a intensidade na cabana de Orange e no fechamento em um apartamento em meio a um furação, ou seja, a equipe de arte desenvolveu bem os ambientes para que o clima ficasse forte, as maquiagens dos socos ficassem bem realistas nas cenas finais, e que tudo parecesse um filme mais complexo, o que acaba sendo um grande acerto, mas como disse, o filme não tem um bom resultado, e sendo assim tudo o que a equipe de arte criou ficou apenas para um conceito.

Enfim, é um filme que não consigo recomendar, pois como disse não enxerguei aonde a diretora exatamente queria chegar, e assim sendo o resultado do ambiente todo passa a ser estranho de ver, ou seja, é daqueles filmes que alguns vão achar incríveis se conectarem com a ideia por completo, mas infelizmente não fui uma dessas pessoas, e sendo assim é melhor optar por outro longa já que a plataforma tem tantos filmes novos para escolher. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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