Netflix - Xtremo (Xtreme)

6/05/2021 01:39:00 AM |

Se você curte um bom filme de pancadaria envolvendo gangues/máfias de drogas que comandam o mundo certamente irá curtir o que é mostrado no novo longa espanhol da Netflix, "Xtremo", porém já deixo bem claro que todos os clichês do gênero estão presentes, desde o não uso de armas para quase nada (o melhor é sempre sair na mão, ou no máximo com uma faca/espada, mas se tiver um bastão ou uma chave inglesa é perfeito para brigar!) até uma história básica de vingança pessoal daqueles que não dá para acreditar que a pessoa sobreviveu para ir atrás de tudo, e claro começando no meio do nada para que não entendêssemos absolutamente nada do que aconteceu antes dali. Ou seja, lendo assim você até pode pensar que é um filme ruim, mas não é, pois mesmo com esses diversos absurdos, que temos de relevar se quisermos curtir a ideia completa, o filme tem uma boa pegada, tem bons momentos de ação e interação de personagens, e principalmente tem um bom fechamento, mas nada mais é que um bom filme de lutas e vingança, que se alguém for conferir esperando qualquer outra coisa irá se decepcionar bastante, mas do contrário a diversão é garantida.

A sinopse nos conta que dois anos depois que seu "irmão" Lucero traiu a família, matando seu pai e seu filho, e deixando-o para morrer, Max, um assassino aposentado, está pronto para executar sua vingança. Seu plano cuidadosamente elaborado avança quando os homens de Lucero matam impiedosamente a família de Leo, um adolescente sob a proteção de Max. Sem nada a perder, Max enfrenta os homens de Lucero um por um até que ele alcance seu alvo final.

Mas tenho de fazer um adendo meio que grande para falar da narrativa do filme, afinal muitos vão falar que é exagero, porém com a história criada pelo próprio protagonista fica claro que ele desejava se mostrar ao máximo com seu potencial para lutas, tiros e cenas de ação, afinal Teo Garcia já é dublê há um certo tempo, e aqui entregou seu algo completamente explosivo no sentido da ação, que muito bem dirigido por Daniel Benmayor acabou mostrando as suas diversas qualidades, porém acredito que necessitaria um pouco mais de explicações no começo (ou será que tínhamos de ver o seu curta de 2006?) para sabermos quem eram cada uma das máfias, o que era realmente o conclave deles, e quem eram os diversos mandantes de tudo, pois somos jogados já em uma cena de matança imensa, e a partir daí o filme tem até o seu sentido funcional, porém o antes temos de esquecer. Ou seja, a direção é boa? Sim! O roteiro é interessante? Sim! Porém faltou a determinação, a ideia, e acredito que isso tenha faltado quando o ator/dublê jogou sua ideia nas mãos de outros roteiristas que não souberam o que fazer com tudo, e apenas jogaram acreditando que funcionaria bem, apenas não contavam que outras pessoas que querem algo mais completo assistiriam, e assim vale ver com essa ressalva.

Agora falando das atuações, temos de pontuar que Teo Garcia é um ótimo dublê de ação, luta magnificamente bem com armas brancas e claro com suas mãos, tem uma boa desenvoltura corporal para todos os momentos, mas nas cenas que precisou dialogar seu Max ficou bem estranho de trejeitos, ou seja era melhor ter ficado só na pancadaria mesmo. Óscar Jaenada tem um estereótipo bem característico de vilão, conseguiu fazer umas caretas incríveis com seu Lucero, saiu matando a rodo na abertura do filme, mas depois fugiu demais, ao ponto que só voltamos a ver ele nas cenas finais, ou seja, precisaria de um pouco mais de atitude no miolo para tudo funcionar melhor, pois depender de capangas não traz empolgação pra trama, e o ator funcionaria bem em outros momentos. E já que estamos falando de capangas, Sergio Peris-Mencheta deu boas nuances com seu Finito, e entregou alguns atos interessantes dentro da trama, mas como todos não tinham grandes diálogos para chamar a atenção, ele também ficou mais nos atos que nas falas. Andrea Duro foi a que mais teve um trabalho de interpretação realmente com sua Maria, e a atriz ainda deu boas nuances de lutas, ou seja, não era um trabalho difícil para os demais chamar a atenção. Óscar Casas não tem a mesma qualidade interpretativa que seu irmão que tanto vemos nos filmes espanhóis, mas ainda é bem jovem e certamente deve melhorar, e aqui seu Leo tem bons momentos e bons exageros, que ninguém em sã consciência faria, mas como estamos falando de um filme de brigas na mão de máfias, tudo é aceitável, e o jovem não foi ruim. Quanto aos demais praticamente apenas apareceram, fizeram algumas boas nuances, mas certamente a melhor briga com o protagonista ficou a cargo de Alberto Jo Lee, que é pancadaria de primeiro mundo.

Visualmente o longa teve boas cenas em boates, em oficinas, numa grandiosa mansão e num hotel, e claro sempre com tudo ao redor disponível para as lutas, ao ponto que vemos portas de carro virar arma, serras, chaves de todos os tipos, além claro das tradicionais armas verdadeiras como bastões, espadas, rifles (que não acertam nunca o protagonista, e que com 1 tiro mata 10), ou seja, toda aquela armação máxima que com uma boa ação funciona, e mostra que a equipe de arte estava preparada para quebrar tudo. Além claro de muito sangue cenográfico voando para todo lado, espirrando na câmera, e fazendo uma sujeira tremenda.

Enfim, não é um filme brilhante de história, mas que funciona dentro do que se propôs a entregar, que é um filme de lutas com uma boa dose de ação, e assim sendo volto a frisar que quem for conferir esperando ver isso sairá satisfeito da sessão, caso contrário nem dê o play. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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