Espiral - O Legado de Jogos Mortais (Spiral: From The Book of Saw)

6/11/2021 12:46:00 AM |

Quem me conhece sabe que uma das franquias que mais amo no mundo do cinema, mesmo tendo diversos problemas técnicos, é "Jogos Mortais", e com certeza torcia para ir até o número 200 que não iria reclamar, então desde que foi anunciado o longa "Espiral - O Legado de Jogos Mortais" já comecei a ficar empolgado com as possibilidades que iriam criar, quais tipos de armadilhas iriam fazer, o nível de violência, e claro o que iriam usar para justificar os crimes e mortes, afinal como todo longa da série tínhamos um mote bem armado que ao final surpreendia completamente. Dito isso, o novo longa até tem armadilhas fortes e imponentes, o maldito porco continua assustando na captura das vítimas, temos um motivo até que compreensível para as mortes, mas ficou parecendo que faltou um envolvimento maior na investigação, aquele algo a mais para criar tensão e tudo mais, não sendo algo ruim, mas não sendo algo chocante como era o fechamento. Porém deixaram a saga aberta para uma possível continuação, o caso é se irá rolar ou não, pois não foi tão bem nas bilheterias, nem ganhou tanto os críticos mundiais, então veremos, e claro, estarei lá conferindo caso tenha mais um.

O longa nos conta que o detetive Ezekiel "Zeke" Banks se une ao seu parceiro novato William para desvendar uma série de assassinatos terríveis que estão acontecendo na cidade. Durante as investigações, Zeke acaba se envolvendo no mórbido jogo do assassino. Ele percebe que o serial killer é um imitador determinado a seguir os passos do assassino Jigsaw.

O diretor Darren Lynn Bousman dirigiu os capítulos 2, 3 e 4 da franquia, e volta agora após 14 anos a pegar no legado da trama que o deixou famoso, mas diferente do que fez lá em 2005, 2006 e 2007, aqui ele pareceu levemente afobado em querer mostrar as traquitanas criadas para o filme, não desenvolvendo realmente uma história que trabalhasse os momentos, que criássemos algum vínculo maior com o protagonista, ou até mesmo que começássemos a levantar suspeitas sobre muitos personagens, pois como sabemos que originalmente Jigsaw já morreu, então ficamos opinando sobre quem desaparece, ou quem mais poderia estar envolvido já que tudo rola ao redor do protagonista, mas não atinge nenhum grande ápice nesse sentido, ao ponto que o resultado acontece sem grandes sustos. Ou seja, não é um filme ruim, pois levamos vários sustos, as armadilhas e mortes chegam a ser chocantes, e até o medo que estávamos de um humorista estragar tudo não acabou acontecendo, mas acredito que fui muito sedento esperando algo realmente intrigante como eram os filmes da saga, e isso não aconteceu, mas pode ser que role numa continuação, afinal agora já sabemos o que o novo assassino deseja, e pode ser que colham frutos dessa nova temática.

Já que falei do maior medo que muitos estavam, vamos seguir falando das atuações, pois realmente muitos se chocaram ao ver Chris Rock, que usualmente só faz piadas com seus personagens, aparecer como o detetive protagonista da trama Zeke Banks, e ele até faz algumas boas expressões, se impõe dentro do que o filme pedia para o personagem, mas certamente um ator mais denso daria outras proporções para o personagem, e até talvez alguém novo no mercado, afinal já dando um spoiler, o personagem será usado caso haja continuação. Max Minghella trabalhou até que bem seu William Schenk, dando as nuances clássicas de um novato, e fazendo algumas boas caras e bocas, mas não diria que sua finalização foi tão impressionante como se esperaria, ao ponto que talvez um ator mais marcante caísse melhor para o papel. Outro que esperava bem mais era Samuel L. Jackson com seu Marcus Banks, pois conhecemos o ator e sabemos que seus papeis são sempre imponentes, mas aqui sumiu tão rapidamente de cena que mesmo em suas cenas do passado não consegue chamar tanta atenção. Quanto aos demais, diria que o que valeu de ver foram as armadilhas que cada personagem acabou caindo, então nem vou soltar spoilers de cada ator, dizendo que todos pelo menos se desesperaram bem nos momentos imponentes, enquanto na delegacia ou na investigação todos ficaram meio que apáticos e sem muita desenvoltura, ou seja, poderiam ter mostrado um pouco mais de expressões para mostrar seus atos.

Visualmente o que gostamos de ver realmente no franquia são as armadilhas, e todas tirando a da cera quente foram violentamente imponentes, desde a do trem com a língua, passando pela dos dedos presos na banheira, até chegarmos na arremessadora de vidros e na do fechamento com a sacada da metralhadora cada uma na sua forma de crueldade e montagem certamente foi pensada por mentes completamente insanas, e o acerto com muito sangue e bons elementos criativos funcionaram bem para o resultado completo, não sendo algo que vamos lembrar para sempre, mas que foram muito bem feitos pela equipe de arte, pois como bem sabemos mesmo tendo ainda muita computação, a montagem visual ainda é prática, e certamente faz com que os atores ficassem com muito medo em cena.

Enfim, muitos estavam na dúvida se seria uma continuação ou reinício da franquia, e eu diria que não é nenhum dos dois casos, pois usa as bases da franquia que é de torturas e armadilhas, coloca um tema de vingança como base, e transforma numa ideia de outro estilo, que seria um intermeio de tudo, ao ponto que quem for fã e for conferir esperando algo muito bom vai se decepcionar um pouco, mas que não é ruim de tudo e acerta em alguns pontos pelo menos, de forma que dá para recomendar com algumas ressalvas, pois assusta com o porco sequestrador clássico, e causa asco como a franquia fez no passado, então fica a dica. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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