Os Roses: Até Que a Morte os Separe (The Roses)

8/30/2025 01:35:00 AM |

Costumo comparar muitas vezes fazer um filme com cozinhar para outra pessoa, pois em ambos os casos o diretor ou o cozinheiro sabe o que quer entregar, tem as ferramentas e os produtos para isso, mas acabam desandando em algum fator que a pessoa que receberá o filme ou a comida acabará se perguntando o que é isso que estou experimentando. E é justamente essa a sensação que o longa "Os Roses - Até Que a Morte os Separe" me entregou, pois se era para ser cômico, rolou em duas ou três cenas, se era para ter uma crítica aos casamentos atuais que vão se desgastando facilmente com o passar dos anos, não ficou evidente, e se era para termos qualquer carisma com os protagonista (que sabemos que são bons atores!), isso não aconteceu em um só ato que fosse. Ou seja, não posso comparar em nada com o original de 1989, mesmo porque lembrava de nada dele, e acabei lembrando de uma ou duas cenas enquanto via essa nova versão, mas o que posso afirmar é que faltou o diretor colocar tempero e vida na sua trama para que o longa chamasse realmente atenção, pois ficou algo insosso e sem sabor algum na tela.

O longa acompanha a vida perfeita do casal Ivy e Theo. Tudo parece extraordinário: Ivy é uma bem-sucedida chef de cozinha com seu próprio restaurante, Theo é um arquiteto renomado; o casamento dos dois é repleto de amor e carinho e seus dois filhos são maravilhosos. Um contratempo, porém, acaba desembocando num conjunto de ressentimentos e competição que acaba com essa fachada de família de margarina e vida ideal. Enquanto a carreira de Ivy decola, a de Theo despenca quando ele perde o emprego. É assim que a tempestade perfeita se forma e uma bomba cheia de mágoas escondidas, implicâncias em público e disputas ferozes se prepara para explodir.

Diria que o diretor Jay Roach não estava nos seus melhores dias, pois seu estilo de filmagens é bem interessante e cheio de facetas, porém aqui ele fez uma trama bem automática com personagens fazendo o básico que sabem fazer, aonde a trama nem consegue fluir sozinha, e principalmente não faz o necessário para que o público de risadas na sala, parecendo que todos estavam vendo um programa de culinária na telona. Ou seja, faltou o diretor colocar personalidade para que a trama não ficasse mais do mesmo, e que os atores criassem uma química maior para que seus atos não ficassem esquecíveis.

Quanto das atuações, Olivia Colman é uma tremenda artista, e isso todos nós sabemos, porém aqui com sua Ivy não mostra empolgação nem nos atos que precisaria explodir, quanto menos nos atos que precisou dialogar com seu parceiro cênico, ou seja, fez algo tão automático que nem parecia ser a ganhadora de tantos prêmios que conhecemos. Benedict Cumberbatch trabalhou seu Theo de uma forma tão artificial que acaba não convencendo de sua entrega, parecendo estar ali sem vontade alguma, e isso soou tão estranho de ver, pois ele sabe segurar bem seus personagens, tem entonação chamativa, porém não se jogou na onda que tinha, sendo divertido ver apenas o meme viral que rolou. Agora sem dúvida esqueceram de avisar Kate McKinnon que sua Amy não estava numa esquete do Saturday Night Live imitando alguém, pois ficou parecendo isso na tela de tão incômoda foi sua entrega. Ainda tivemos as crianças se exercitando sem parar, mas não valendo destacar nada em nenhuma das idades, e por fim vale citar Andy Samberg com seu Barry despontando apenas na cena dos advogados, mas nada além.

Visualmente a trama teve locações interessantes, contando com vários restaurantes bem cheios de pratos requintados, também tivemos alguns pratos chamativos na casa dos protagonistas, e a segunda casa que foi construída num luxo sem igual, com muita tecnologia e também alguns elementos chamativos de destaque para realçar a proposta, tendo bons destaques nos atos que arremessam coisas uns nos outros, atiram e tudo mais no final, sendo uma boa sacada de fechamento, mas que valeria ter sido mais grandiosa. 

Enfim, vou tentar rever o original de 1989 que certamente era mais negócio, pois o resultado aqui ficou tão morno que nem vamos lembrar dessa refilmagem, o que é uma pena, pois volto a frisar que são dois ótimos atores e um diretor que sabe fazer um cinema bem feito, então acredito que se perderam em algo, ou então fizeram apenas por fazer, não sendo algo que valha a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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