Repito o que disse no longa de comédia que o diretor Mauricio Eça dirigiu dois meses atrás que ele é muito melhor em dramas do que comédias, pois sabe pegar uma história e desenvolver ela com tanta imponência e desenvoltura que não conseguimos tirar os olhos da tela, de tal forma que se com os dois primeiros filmes ele conseguiu fazer duas histórias completamente diferentes, usando praticamente as mesmas cenas, aqui ele usou das falhas dos assassinos para mostrar a desenvoltura da polícia em conseguir as confissões, amarrando várias pontas no melhor estilo de drama policial que estamos acostumados a ver, tendo personagens imponentes, uma história bem fechada, e que mesmo que tudo tenha sido tão detalhado nos jornais do país, hoje o público consegue julgar cada dinâmica de cinismo dos protagonistas contando com uma versão bem elaborada e marcante. Ou seja, o diretor deu show com o estilo encontrado para representar tudo, não caindo em artifícios novelescos, nem forçando a barra para que deixasse uma versão mais limpa, mas sim encaixando tudo com detalhes polêmicos e agradando bastante em tudo.
Quanto das atuações, todos foram muito bem em cena, desde os protagonistas principais, passando pelos secundários, e até mesmo alguns personagens bem simples da trama conseguiram encaixar bem seus atos, ao ponto de mostrar mais um acerto da direção em não deixar nada vago na tela, e claro que o destaque máximo ficou novamente para Carla Diaz, pois ela trabalhou tantos trejeitos fortes, criou imposições marcantes e fez com que sua Suzanne fosse tão cínica que convence em alguns momentos até que não tem nada a ver com a morte dos pais, e como disse no começo, vai ser difícil tirar da mente tudo o que ela fez para a personagem e olhar ela em outros papeis sem ver sua Suzanne, mas ela é boa atriz e vai conseguir. Da mesma forma vale dar um grande destaque para Allan Souza Lima com seu Cristian imponente, cheio de insinuações e desenvolturas, dando um show de atuação no momento de sua confissão, sendo explosivo e bem colocado do começo ao fim do filme. Ainda tivemos Bárbara Colen bem preparada e direta nos questionamentos de sua Delegada Heloisa, criando todo o ambiente em sua mente e preparando cada detalhe na amarração para chegar junto de Che Moais como um imponente Carlão, de modo que tudo funciona no melhor estilo policial possível, ou seja, deram show na tela também. Ainda tivemos muitos outros bons personagens, como Augusto Madeira e Debora Duboc como os pais dos Cravinhos, e claro Leonardo Bittencourt com um Daniel meio que traumatizado em cena com tudo o que acaba ocorrendo, valendo bem sua determinação no papel, isso sem falar no garoto Kauan Ceglio que deu boas nuances para seu Andreas, ou seja, um elenco bem preparado para chamar atenção e funcionar.
Visualmente o longa ficou mais dentro da delegacia, tendo todo o agrupamento da imprensa querendo detalhes e tudo mais de todos, vemos as várias salas de interrogatório bem preparadas para montar as devidas dinâmicas, claro tivemos cenas na mansão e na casa dos Cravinhos, com destaque para a festança na piscina que Suzanne deu para os amigos alguns dias depois do enterro, e falando em enterro tivemos uma bela montagem da tradicional cena que saiu em todos os noticiários dela com o namorado e a família na beirada da cova, ou seja, a equipe de arte foi bem fiel em detalhes do processo, e conseguiu montar uma trama policial de primeiro nível, que chama atenção.
Enfim, é um filme que talvez pudessem ter trabalhado um pouco também do julgamento deles para ir direto para a cadeia, mas que talvez ficasse mais alongado que é algo que o pessoal não curte tanto, então o resultado funciona bem como algo trabalhado em cima das investigações e das pressões em cima dos assassinos para que confessassem, e acaba agradando bastante para quem curte esse estilo de filme, então fica a dica para dar o play e se envolver com tudo. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto ainda hoje com mais uma dica, então abraços e até logo mais.
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