O Protetor - Capítulo Final (The Equalizer 3)

10/07/2023 02:32:00 AM |

Em hipótese alguma vou falar que "O Protetor - Capítulo Final" é um filme ruim, pois a trama até tem boas sacadas, tem estilo e uma violência de certa forma intensa em alguns atos, porém me dá uma agonia  imensa escrever capítulo final para algo que não pareceu satisfatório para um fechamento, pois se nos longas anteriores para conseguir seu objetivo o protagonista chegou até a suar, aqui tudo foi muito fácil, de tal forma que Denzel suou mais para subir e descer as escadarias da locação belíssima do que para fazer os vilões virarem picadinho. Ou seja, a trama pareceu ser algo que sobrou do roteiro dos longas anteriores e resolveram filmar para dizer que fizeram uma trilogia, ao ponto que quem chegar com muitas expectativas vai acabar até brochando com o resultado, mas digo que ainda deu para ter uma certa diversão com as cenas mais violentas do protagonista.

A sinopse nos conta que desde que desistiu de sua vida como assassino trabalhando para o governo, Robert McCall tem dificuldades para se reconciliar com as coisas horríveis que fez em seu passado, e encontra um estranho conforto em trazer à justiça aos oprimidos. Após encontrar um lar inesperado no sul da Itália, ele descobre que seus novos amigos vivem sob o controle dos chefes do crime organizado do local. Assim que os eventos se desdobram para acontecimentos mortais, McCall sabe o que precisa fazer: se tornar um protetor para seus amigos e enfrentar a máfia.

Assim como falei hoje mais cedo na animação dos cachorrinhos, sempre vou ser a favor de que uma franquia fique nas mãos do diretor original, pois já criou o personagem no primeiro filme, já sabe para onde seguir com toda a ideia, e assim sendo as continuações não precisam voltar para atrás para explicar algo ou desenvolver novamente o personagem, e no caso de Antoine Fuqua não teria nem como dar qualquer longa da franquia para outro diretor, afinal ele soube explodir todo o personagem, criar os devidos carismas, e depois deixá-lo mais direto na continuação, porém agora diria que tanto o protagonista quanto o diretor sentiram o cansaço de uma continuação, fazendo uma trama simples demais, aonde os atos de ação ficaram meio que em segundo plano dando mais desenvoltura para mortes rápidas e sem brigas, o que não dá a empolgação tradicional da série. Ou seja, Fuqua optou por terminar a franquia dando paz para o personagem, ou será apenas uma desacelerada para uma volta mais imponente num verdadeiro fechamento? Acho difícil por Denzel já estar com quase 70 anos, mas como já disse outras vezes, ele ainda acha que tem idade de quando começou a atuar, então veremos o que vai rolar.

Quanto das atuações, não posso falar que não gosto de ver Denzel Washington mais equilibrado, cheio de nuances e usando sua inteligência bem trabalhada nos olhares e desenvolturas, mas isso em filmes que peçam isso, não aqui com seu Robert McCall que é a explosão pura e bem sacada, de tal maneira que até vemos boas nuances suas, trejeitos mais bravos e imponentes, mas faltou ir além. É uma pena que Dakota Fanning aparece em cenas mais espalhadas longe de Denzel, tendo apenas dois atos de diálogos bem encaixados, pois já vimos eles bem conectados 20 anos atrás com "Chamas da Vingança", e a química entre os dois na época foi bem de parceria mesmo, e agora a jovem como a policial Collins teve alguns atos bem sacados, mas foi quase um enfeite na trama, apenas voando em um atentado e fazendo alguns olhares espalhados. Remo Girone foi bem simpático como o médico Enzo, teve boas nuances junto do protagonista, e até chamou a responsabilidade para si num ato meio estranho na rua, mas foi bem no que fez ao menos. Quanto dos vilões, é claro que tanto Andrea Scarduzio com seu Vincent quanto Andrea Dodero com seu Marco fizeram carões imponentes, mas fraquejaram muito nas cenas com o protagonista, não se impondo nem atirando primeiro como tradicionalmente um vilão faria, mas são coisas de filmes do estilo, então não erraram nos trejeitos pelo menos.

Visualmente a pequena vila italiana aonde o protagonista deseja encontrar sua paz, mas acha alguns conflitos para resolver é bem bonita, cheia de casas incrustradas no morro na beira do mar, vemos igrejas no topo com escadarias imensas, todo um comércio tradicional e simples bem colocado, e claro também a mansão da máfia bem imponente cheia de detalhes, ou seja, tudo teve um bom contexto para mostrar o contraponto entre riqueza de vida e ostentação fora dos padrões com carrões e tudo mais, mas vale o destaque claro para a cena de abertura com toda a matança espalhada numa vinícola, com detalhes bem imponentes, muito sangue e claro pedaços de pessoas para todos os lados, mostrando que a quebradeira ali foi boa.

Enfim, é um filme que fui esperando muito mais do que me entregaram, que até serviu como um bom passatempo, mas de forma alguma honrou o legado dos outros dois filmes, sendo que até poderia ter visto ele com uma alegria maior se não tivesse nenhuma expectativa, mas como muitos irão conferir esperando o famoso tiro, porrada e bomba, vão apenas se impressionar com algumas cenas, e quase dormir em outras, de tal forma que até recomendo ele para quem quiser fechar a franquia, mas vá sem esperar nada ou até menos do que imaginaria para gostar um pouco mais. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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