Amazon Prime Video - Awareness: A Realidade É Uma Ilusão (Awareness)

10/12/2023 11:24:00 PM |

Costumo dizer que alguns diretores e roteiristas dormem todas as noites com tantas ideias que quando acordam já querem desenvolver uma tonelada de filmes, e por vezes se você polir bem toda a ideia não vai chegar a algo que realmente impacte como deve acontecer. E comecei o texto do novo longa da Amazon Prime Video, "Awareness - A Realidade é uma Ilusão", pela simples e objetiva realidade da trama, que logo que a Amazon Studios começou a produzir vários filmes, essa ideia já pintou como um nome para ocupar o lugar de grandes filmes de ação distópica nos moldes de "Divergente", porém para que isso acontecesse, deveriam ter trabalhado melhor a trama introdutória para que o filme ficasse mais interessante por completo, pois aqui temos até um bom começo para os personagens, mas tudo é tão confuso, cheio de conflitos e desenvolturas que remetem a um passado, misturando com a briga no presente, que quando o protagonista começa meio que a rebobinar suas cenas na cabeça, quem fica tonto com tudo somos nós espectadores, e com isso até diria que posso esperar um bom segundo filme (afinal a Espanha tem essa pegada do segundo ser melhor que o primeiro), mas vão ter de pensar com muitas cabeças para conseguir convencer o público de comprar a ideia, já que aqui falhou um pouco.

A sinopse nos conta que Ian é um adolescente rebelde que vive com o pai à margem da sociedade. Eles sobrevivem de pequenos golpes graças à incrível habilidade de Ian de projetar ilusões visuais na mente dos outros. Depois de perder o controle de seus poderes em público, duas facções em guerra começam a caçá-lo. Em sua fuga, Ian terá que decidir de que lado lutará nesta guerra da qual foi forçado a participar.

O diretor e roteirista Daniel Benmayor tem em sua essência filmes de ação com muitas lutas e cenas abstratas, e com um filme mais voltado para algo irreal, cheio de nuances imaginárias mais amplas ele conseguiu dar uma percepção maior para um projeto que talvez não decolasse tão fácil, e não digo que isso seja algo ruim, pois quando temos vértices desse estilo, o resultado acaba funcionando aos poucos até que muitos acreditem no potencial e a franquia desenrole. Claro que estou falando de uma franquia apenas pelo que vi, e pela forma de fechamento do longa, afinal nada ainda foi anunciado nem pela produtora do longa, nem pela Amazon, mas acredito que não deixariam tão aberto a trama se já não tivessem pelo menos mais um filme já escrito dentro das gavetas, então agora é esperar o que vão criar e como vão desenrolar tudo, pois apresentado (mesmo que de forma bagunçada) já foi, e agora não tem volta.

Quanto das atuações, diria que faltou um pouco mais de desenvoltura para o jovem Carlos Scholz dominar seu personagem Ian de uma maneira mais bem encaixada, pois ele trouxe um estilo bem trabalhado, fez olhares e sensações bem interessantes e nos atos finais até demonstrou uma certa segurança do papel, mas dava para ter ido um pouco mais além para que não ficasse apenas na dúvida do famoso "quem sou eu?", "de onde eu vim?", mas como bato na tecla de ser uma franquia, passaram bem a ideia de tudo para ele ao menos. Eu apelidei Óscar Jaenada de emoji triste, pois quase em todos os filmes que atua consegue fazer com a boca a carinha triste para baixo, algo que nunca vi quase ninguém fazer, e aqui seu Perceptor é interessante, tem uma pegada forte bem direta no que deseja, e usa bons trunfos para guiar as pessoas ao seu redor, de modo que mostrou imponência na tela, algo que é difícil de acertar, e foi bem. A jovem María Pedraza também entregou atos de muita ação com sua Esther, fez trejeitos sensuais bem encaixados e conseguiu ser uma motivação a mais para o protagonista, de modo que foi muito segura em tudo o que fez, e seu final chega a ser engraçado, pois o personagem não quis assim para sua realidade. Ainda tivemos bons atos de Pedro Alonso com seu Vicente cheio de personalidade, aparecendo bem nas duas épocas do filme, apenas fazendo mudanças com uma barba meio esbranquiçada que lhe deu um visual completamente diferente, e o mesmo com Lela Loren com sua Adriana, que na versão jovem usou cachos no cabelo, e assim ambos trabalharam de forma estilosa, com Lela podendo ir mais além nos próximos filmes.

Visualmente a trama tem um desenrolar bem interessante na proposta, mostrando vários ambientes que são mudados pelos protagonistas, tendo uma perseguição simples que vira quase um filme apocalíptico com granizos gigantes caindo, vemos um quarto de hotel todo decorado de repente virando algo em reforma, um assalto sem armas virar algo com tiros, além de um laboratório no meio do nada cheio de soldados que facilitam a fuga de um prisioneiro, vemos máquinas e tudo mais, além de uma mansão imensa e vazia que do nada virá uma festa a rigor com todos lutando ainda por cima contra o protagonista, ou seja, uma produção bem grandiosa, cheia de nuances e tudo mais, que agradaram bastante com o que fizeram, mas volto a frisar, tudo é tão maluco que vai dar um nó na cabeça de quem conferir.

Enfim, é um filme que funciona na tela, mesmo sendo bem confuso e cheio de ideias artificiais, mas que facilmente poderia ser melhorado aos montes com algo um pouco mais linear explicativo sobre o projeto e tudo mais, para aí ocorrer toda a desenvoltura e chegar aonde chegamos com a trama toda, pois demoramos quase que uns 40 minutos mais ou menos para compreender que ele não é alguma continuação de algo, mas sim uma montagem meio maluca que vai sendo explicada aos poucos durante toda a exibição, então se você não liga para isso, o longa vai funcionar bastante, e quem sabe com a continuação deslanchar realmente para algo melhorado. Então deixo a recomendação com um pouco de ressalvas, pois não é ruim, mas raspou a trave de virar algo que ninguém entendesse nada. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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