TPM! Meu Amor

9/02/2023 08:13:00 PM |

Costumo dizer que algumas tramas precisam se desenvolver melhor para ir além, mas também digo que muitas vezes usar artifícios de conexão exagerados acabam não dando a experiência correta para uma obra. Comecei o texto de "TPM! Meu Amor" dessa forma pois a ideia em si do filme é bem interessante e bacana de ver, mas diria que como uma série de alguns poucos capítulos o resultado seria muito melhor desenvolvido, pois usaram alguns artifícios exagerados que acabam tirando o foco em alguns momentos, ou então caso não ligassem tanto para alguns momentos, cortar mais a trama e deixar com algo próximo de uns 90 minutos. Ou seja, é um bom filme, bem interpretado, mas que exagerou desnecessariamente em situações meio que bobas que não fazem rir nem nada.

Na trama, Monique é uma enfermeira que, além de precisar lidar diariamente com um chefe extremamente abusivo e ter perdido uma promoção no trabalho, ainda sofre com crises de tensão pré-menstrual (TPM) terríveis. Frustrada e cansada de ser subestimada, Monique decide fazer as coisas do seu próprio jeito e deixar sua TPM comandar. No começo, o plano parece funcionar muito bem: ela fica muito mais sedutora e determinada - porém, também se torna impiedosa e possessiva, e vai precisar encontrar uma forma de balancear suas duas versões.

Diria que faltou um pouco mais de síntese para que a diretora Eliana Fonseca entregasse algo emocional e também divertido sobre o tema, mas que conseguiu ao menos desenvolver bem a mensagem dos estilos de TPM, envolvendo o público com uma pegada bem colocada que chama a atenção e entretém. Ou seja, é daqueles roteiros que propõe muita simpatia e até funciona bastante, porém quis ir mais além e se perdeu um pouco da proposta, trabalhando coisas demais que podiam ficar apenas subjetivas, mas ainda assim a diretora soube cativar com algo que as pessoas mais temem.

Sobre as atuações diria que a protagonista Paloma Bernardi foi bem marcante com sua Monique de forma que segurou a responsabilidade com estilo, demonstrando as emoções com personalidade, e principalmente não se deixou fechada para o que precisava expressar, e assim mesmo a trama tendo vários outros personagens que talvez puxassem olhares, tudo vertia para ela. Quanto aos demais vale poucas menções para Maria Bopp com sua Carol, Marisa Bezerra com sua Manu, Rafa Maia com seu Sidney que deram as devidas conexões para a protagonista, não deixando nada de jogado, mas sem se dúvida Rafael Zulu encaixou um maior destaque com os atos de seu Júlio. 

Visualmente a trama explorou bem um hospital, mostrou um pouco da casa da protagonista, a clínica de uma psicóloga, algumas festas, tudo de modo bem representativo, valendo claro mostrar os detalhes de alguns tipos de TPM, como fome, libido e agressividade, com personificações bem encaixadas que entregam bem toda a ideia.

Enfim, é um filme que consegue chamar atenção pela forma que desenvolveu o tema de uma maneira graciosas e bem encaixada, que talvez pudesse ir mais além usando as sacadas com a outra personalidade escondida, meio que brincando com o lado duplo da mulher, mas que mostrou a força de uma enfermeira que só queria ajudar a todos enquanto passava pelo seu período ruim. Não diria que muitos vão se conectar tanto com o longa, mas de certo modo funciona no que foi proposto. E é isso pessoal, hoje ainda vou ver mais um longa nacional e volto mais tarde para falar dele, então abraços e até logo mais.


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