O diretor Chris Foggin e o roteirista Piers Ashworth não são tão conhecidos por aqui, mas posso dizer que ao conferirem o documentário e criarem toda a desenvoltura da trama que virou o longa conseguiram ser bem sagazes com as escolhas do que iriam incrementar para que a história que ainda não está tão bem concluída como mostrada no filme tivesse muito mais sucesso e chamasse muito mais atenção, de tal forma que colocaram personagens mais carismáticos e interessantes, deram desenvolturas de jogos sujos, e claro colocaram até um show gigantesco para atrair fundos, e essas são só algumas das coisas irreais colocadas. Mas isso não vem ao caso, pois como analiso o resultado da trama como cinema, diria que tudo o que fizeram para o longa funcionar foi tão bem sacado que a história real até perde o brilho, já que a que conferi consegue empolgar demais do começo ao fim, tem boas sacadas de julgamentos, tem toda uma desenvoltura de um jovem advogado que consegue seus primeiros grandes casos explodir, e claro tem toda a conexão afetiva que o charme de pessoas simpáticas de uma cidade pequena consegue passar numa trama, e assim sendo, tanto o diretor quanto o roteirista mostraram muito serviço e acabaram agradando e chamando muita atenção para os seus trabalhos, tanto que agora fiquei com vontade de ver outros filmes deles (e por incrível que pareça muitos nem tem em lugar algum por aqui, mesmo sendo mais antigos!).
Sobre as atuações, diria que Joel Fry entregou com muita personalidade seu Hugh, fazendo bem o estilo de advogados jovens de grandes companhias que são jogados para casos improváveis de ganho e que conseguem trabalhar tudo ou morrem lá mesmo, e com olhares bem tímidos e sínteses até estranhas de trejeitos foi marcante e conseguiu agradar bastante. E falando em agradar, Rory Kinnear conseguiu ser tão simpático e envolvente com seu Dave que se o real tiver o mesmo carisma e ideias para melhorar sua comunidade, deve ser daqueles que merecem tudo e muito mais, pois o ator acabou trabalhando algo tão leve, tão cheio de personalidade, que mesmo sendo riquíssimo não ficou em momento algum parecendo arrogante, e isso foi o principal para que o público se conectasse com ele, além do mais no final com fotos e no documentário conseguimos ver que deixaram o ator bem parecido com ele fisicamente, o que é um grande acerto. Quanto aos demais, é fato que Phoebe Dynevor foi bem encaixada como a sobrinha de Dave, a médica Alexandra, dando as nuances de um possível romance desde o começo, usaram um bom Paul Kaye como Rick Purdy, músico e empresário de várias bandas para conectar a trama com o show do final, mas sem dúvida os atos de Hugh Bonneville como um consultor bancário do governo que arma tudo para que o banco do protagonista não saísse do papel foi rápido e cheio de trejeitos marcantes, coisa que ele sempre sabe fazer muito bem.
Visualmente a trama até entrega atos grandiosos para uma produção modesta, tendo casas chiques, bares bem trabalhados tanto na cidadezinha quanto em Londres, mostrando um escritório de advocacia bem requintado, um hospital popular simples, alguns atos de julgamento num tribunal e uma discussão na câmara da cidade, a loja de vans e micro-ônibus do protagonista e claro o fechamento num show imenso, ou seja, tudo bem cheio de detalhes para representar cada ambiente e cada momento do filme, mostrando que a equipe não exagerou nem se conteve para que tudo ficasse bonito e principalmente charmoso.
Para os amantes de rock, assim como o verdadeiro Dave Fishwick, a trama contou com muitas canções icônicas cantadas no karaokê da cidade pelos protagonistas, e claro com clássicos das bandas The Goa Express e Def Leppard, ou seja, só música boa para dar o ritmo e desenvolver a trama com tudo até chegar no final com os integrantes das bandas tocando em um grandioso show. Não colocaram no Spotify a trilha completa, mas tem "Pour Some Suggar on Me", "Kick", entre outros, assim que tiver volto aqui para atualizar.
Enfim, é um filme que até posso achar defeitos se quiser reclamar, mas me emocionou, me envolveu e principalmente me entreteve da melhor forma possível durante toda a duração dele, e assim sendo não tenho muito o que reclamar sem ser os clichês do estilo, e como já falei em outros casos, são os clichês que determinam o estilo de um filme para podermos classificá-lo como isto ou aquilo, e assim sendo não devemos reclamar, então digo que todos que curtirem um bom filme de comédia dramática, baseada em fatos mais ou menos reais, que não apela para o riso nem para o choro, vá conferir ele nos cinemas a partir de quinta 28/09. E eu fico por aqui hoje, agradecendo mais uma vez o pessoal da Synapse Distribuidora pela cabine de imprensa, e volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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