Netflix - A Incrível História de Henry Sugar (The Wonderful Story of Henry Sugar)

9/28/2023 12:46:00 AM |

É raro eu vir falar de médias ou curtas-metragens por aqui, mas resolvi dar a chance para esse que é uma obra de Wes Anderson, direto na Netflix, que quem sabe seu estilo, sabe bem o que esperar, então não vá conferir "A Incrível História de Henry Sugar" esperando ver uma trama desenvolvida, interpretações gigantescas e tudo mais, mas sim uma história contada de forma quase que teatral, aonde os cenários vão se modelando exatamente como numa peça, com tapumes e montagens, e os personagens vão praticamente lendo seus textos para o público, contando a história de como um homem descobriu um método de enxergar através dos objetos e como isso foi passado para esse livro, sendo algo bem sacado que parece ser até menor do que a duração original, mas que talvez desse para florear mais e desenvolver como uma trama ambientada com tudo o que tem direito. Não digo que seja algo ruim, muito pelo contrário, mas poderia ser muito melhor, claro sem ser por Anderson, que aí ficaria confuso demais.

O filme adapta diversos contos do autor britânico Roald Dahl - mais conhecido por A Fantástica Fábrica de Chocolate - com foco na história de Henry Sugar, um homem rico que acaba ganhando a habilidade de enxergar através de objetos e prever acontecimentos do futuro graças a um livro que roubou. Com os novos talentos, o homem bola um grande plano para trapacear em jogos de apostas.

Nem digo que dá para falar muito do que Wes Anderson fez com a história, pois é tudo tão rápido e cheio de acontecimentos, que o trailer já mostra quase tudo o que tem na tela, que claro é bem melhor desenvolvida, mas que como disse no começo, quem não conhece o estilão próprio do diretor, vai achar tudo amarrado e até estranho demais, mas essa é a estrutura bem usual de seus filmes, e aqui com atores brilhantes (aliás a gama de amigos do diretor é gigantesca, e todos seus trabalhos tem quase uma Hollywood inteira!) conseguiu desenvolver uma história simples que acabou ficando mais ampla e que acaba sendo contada de um modo diferente do usual, o que acaba agradando quem gosta desse estilo. Ou seja, é o famoso básico mais enfeitado que funciona bastante.

Quanto das atuações diria que todos se encaixaram bem dentro da proposta de quase uma leitura colaborativa com cenários em movimento, pois mesmo fazendo caras e bocas, os personagens não tiveram tanta fluidez na trama, o que é engraçado ao mesmo tempo que estranho, mas não temos como falar mal de Benedict Cumberbatch como Henry Sugar, muito menos de Ralph Fiennes como Roald Dahl ou um policial em outra cena, e até mesmo Dev Patel caiu muito bem nos atos de um médico e de um advogado, além de Ben Kingsley com suas multifaces apenas mudando elementos em seu rosto, ou seja, todos foram muito bem encaixados e deram seu tom para a trama.

Visualmente a trama foi simples, mas bem interessante de ver, sendo praticamente uma peça aonde vamos vendo os atos ocorrendo com mudanças cenográficas, tendo alguns momentos mais amplos como as cenas do hospital e do cassino, e alguns mais fechados como as da floresta ou até mesmo da biblioteca, mas tudo com um cuidado de cores vivas e interessantes como sempre o diretor gosta de ousar.

Enfim, é um filme curto, mas bem direto aonde desejava mostrar, funcionando como algo interessante e cheio de nuances, que tem 41 minutos, mas parecendo ser ainda menor pela dinâmica rápida entregue, então com certeza vale o play na plataforma para quem conhece o estilo ver mais algo bem feito, e para quem não conhece experimentar algo bem diferente do tradicional cinema. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com as estreias do cinema, então abraços e até logo mais.


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