A Freira 2 em Imax (The Nun 2)

9/06/2023 11:49:00 PM |

Pronto senhor Michael Chaves você já pode se considerar perdoado pelos fãs da franquia "Invocação do Mal", pois mesmo "A Maldição da Chorona" não ter sido um fiasco completo e "Invocação do Mal 3 - A Ordem do Demônio" não ter sido assustador como poderia, as fichas que James Wan apostou no jovem diretor não deram toda a lucratividade e imponência que a séria vinha trazendo, mas agora com "A Freira 2" posso dizer que ele achou seu caminho na luz não muito divina, e a palavra "muito" faz muita diferença aqui na entonação, pois o longa tem uma pegada religiosa até que bem imponente envolvendo Santa Luzia, protetora dos olhos, ou seja, além de toda a tensão com o demônio mais imponente da franquia, o diretor usou uma base bem trabalhada em cima da história da santa para criar sua trama, e assim sendo o longa tem força, tem história, e claro, tem sustos para todos os gostos, desde jumpscares (os famosos sustos gratuitos) até violência com sangue e possessões, e assim sendo mesmo os produtores falando que o próximo "Invocação do Mal" será o último da franquia, aposto fácil que virá ainda mais um da freira e mais alguns no meio, pois o estilo funciona, e querendo ou não é algo que até quem não é fã de longas de terror acaba conferindo.

No primeiro filme, após uma irmã cometer suicídio em um convento na Romênia, o Vaticano envia um padre atormentado e uma noviça para investigar o ocorrido. Arriscando suas vidas, a fé e até suas almas, os dois descobrem um segredo profano no local, confrontando-se com uma força do mal que toma a forma de uma freira demoníaca e transforma o convento num campo de batalha espiritual. Nesta continuação, na França de 1956, um padre é assassinado e parece que o mal está se espalhando por toda a região. Acompanhamos a Irmã Irene quando, mais uma vez, ela fica cara a cara com uma força demoníaca.

Claro que muitos amigos críticos bateram sem piedade no diretor Michael Chaves após os seus primeiros filmes, afinal estávamos acostumados com a franquia seguindo com as mãos de James Wan, e ele para o terror é quase um Deus com o que fez em muitos filmes, mas até que achei interessante conhecer o estilo do diretor mais novo, que pegou a franquia e trabalhou outros vértices, e aqui ele soube conduzir para algo ainda mais diferente, aonde pode brincar com fatos históricos, dar uma pegada de síntese de outros rumos, e mesmo que usasse toda a base do primeiro filme, conseguiu encaixar algo que gerasse alguns bons arrepios e tensões, e principalmente tendo o apoio dos produtores deixou seu filme com o ar violento que precisava para funcionar, pois certamente o estúdio pediu alguns cortes que não aconteceram. Ou seja, conhecemos um pouco mais do demônio Valak, mas principalmente vemos como a desenvoltura do mal foi andando até onde a conhecemos pela primeira vez, e assim sendo o filme teve muito mais história e acertou bem mais do que o original, e mesmo se passando em 1956 já dá a conexão com os primeiros filmes que se passam em 1971 e 1977.

Quanto das atuações, sinto que Taissa Farmiga encontrou definitivamente o estilo que precisava para sua Irmã Irene, e dando um leve spoiler descobrindo um pouco mais de sua origem, de tal forma que convence com suas imposições e visões, tem estilo e personalidade para segurar a trama, e mais do que isso não fica a espera dos seus atos, enfrentando tudo e todos e agradando bastante. Jonas Bloquet também voltou bem imponente com seu Maurice, tendo uma conexão bem marcada com a garotinha, e fazendo trejeitos de possessão bem marcantes, de tal maneira que convence, ataca com força, trabalha os olhares e tem a intensidade correta para não parecer bobo em cena. E falando na garotinha Sophie, a atriz Katelyn Rose Downey trabalhou com dinâmicas bem intensas, fez olhares de medo e tensão, alguns atos meio que desconfiados, mas soube acertar quando precisou entregar algo a mais, e isso acaba convencendo o espectador. Claro que não tem filme da Freira sem Bonnie Aarons, e mais uma vez a atriz contou com uma maquiagem precisa e uma desenvoltura bem intensa de expressões para aparecer do nada e dar seus sustos e tensões, agradando sempre com muita subjetividade e imponência. Quanto aos demais, vale alguns destaques para Storm Reid com sua Irmã Debra, mais pelos atos finais do que no começo quando nem parece muito uma freira, e também vale colocar detalhes nos olhares de Anna Popplewell com sua Kate, pois mesmo nas cenas sem personagens do mal pareceu estar com medo do ambiente, e isso causa uma certa tensão, mas dava para agir com um pouco mais de naturalidade. 

Visualmente eu diria que o internato escolhido é daqueles que não dá para estudar ali não, de tal forma que mesmo de dia o ambiente já passa uma certa tensão, então o que dizer da capela trancada após a guerra, com tudo destruído e coisas se movimentando sozinhas, tudo tem um ar velho e com possibilidades de assustar, vemos algumas cenas bem marcantes que já tinham aparecido no trailer como o das revistas formando a freira, tivemos atos com fogo bem imponentes que fazem todo o bom uso da história da santa, e claro muitos objetos cênicos prontos para serem usados e bem trabalhados para tudo, além claro de uma maquiagem bem forte para a protagonista e todas as cenas finais de explosões sendo gigantescas e bem preparadas. Ou seja, um filme de terror aonde a equipe de arte não ficou em segundo plano.

Enfim, sou suspeito por gostar demais da franquia, e o que posso dizer é que já tive algumas decepções e outras alegrias em todos os filmes, mas sem dúvida aqui mesmo não me causando tanta tensão quanto eu esperava sentir, acabei gostando bastante do que vi na tela, e assim mesmo não sendo perfeito acabo recomendando com toda certeza para todos que curtem esse estilo de terror misto de história e sustos gratuitos, então fica a dica, e como sempre digo, terror você tem de ver numa grande sala de cinema, pois em casa geralmente os sustos não funcionam, então aproveite que está passando nas maiores salas da cidade e vá conferir. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, irei tirar alguns dias de folga, que acredito que não irei ver filme nenhum (se rolar, é claro que venho escrever), mas volto em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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