Diria que o diretor alemão Maximilian Erlenwein soube desenvolver bem o roteiro adaptado da obra de Joachim Héden, "Além das Profundezas", porém ele não desenvolveu tanto a relação das irmãs antes de colocar o desespero para a linha de frente da trama, de tal forma que tudo parece meio sintético demais. Ou seja, faltou algo para criarmos um carisma por elas, e nos convencer em alguns momentos, pois claro que uma tentaria ajudar a outra a escapar da morte, mas as cenas de flashback acabam sendo tão jogadas que tudo acaba não fluindo como deveria. Outro ponto que ele acabou apelando foi para a inteligência do público, pois a jovem tem uma força descomunal para algumas coisas, e uma inteligência absurda em alguns atos, e o que ela acaba fazendo para salvar a irmã é algo que daria para ter feito no primeiro momento, mas aí não teríamos o filme, além de muita coisa que acaba rolando depois disso, ou seja, temos muitos erros técnicos que até quem não mergulha, mas já viu vários outros filmes do estilo sabe que não daria para acontecer como rola, e assim sendo podemos dizer de uma maneira bem fácil que ele acabou forçando a barra.
Sobre as atuações das garotas, foi bem sacado o uso de roupas completas de mergulho, apenas aparecendo suas cabeças, pois puderam usar mergulhadores experientes e apenas colocar seus rostos desesperados e bem maquiados nas cenas intensas, ou seja, com toda certeza nenhuma das duas enfrentaram o fundo do oceano sem ar para se desesperar, no máximo indo ao fundo de alguma grande piscina para criar um pouco de pânico. E sendo assim diria que Sophie Lowe com sua Drew e Louisa Krause com sua May trabalharam bastante trejeitos, fizeram atos desesperados, entregando cenas bem marcantes e intensas, aonde vemos as conexões e loucuras, com Lowe trabalhando e correndo mais já que a outra fica presa logo no começo da trama, e com atos bem marcantes tudo acaba sendo quase uma maratona em terra e água, o que funciona bastante, enquanto Krause ficou mais com pensamentos e introspecções, agora algo que não costumo apontar são erros de atores, e Krause poder nadar perfeitamente nos atos finais e ainda sair sem mancar foi algo que não tem como perdoar.
Visualmente trabalharam bem o fundo do oceano bem escuro, usando apenas as lanternas das jovens para dar ainda mais profundidade, criaram uma caverna interessante e bem claustrofóbica, uma pequena igreja, um carro bem trancado, e claro as máscaras de mergulho e seus cilindros de ar, sendo algo bem básico que talvez pudesse ter até um algo a mais, mas que funcionou bem dentro da loucura criada. Claro que alguns itens soaram estranhos como o spray de encher pneus, o kit médico bem simples e até uma placa que surge do nada, mas se eu for levar tudo ao pé da letra, vou só achar defeitos, e como costumo falar isso atrapalha demais a experiência de ver um filme.
Enfim, é um longa que causa tensão, mas que sinceramente esperava bem mais dele tanto pelo trailer, quanto pela promessa do pôster, mas como não vi o original norueguês nem vou dizer que o resultado ficou ruim, pois acaba sendo algo bem interessante de ver mesmo com as falhas, ou seja, quem sofre com algumas fobias respiratórias vai ficar literalmente sem ar conferindo o longa, mas quem procurar defeitos vai sair da sessão xingando tudo o que viu acontecer, então peço que relevem e entrem no clima, que aí o resultado vai ser bem melhor. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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