Jogos Mortais X (Saw X)

9/30/2023 01:15:00 AM |

Quem me conhece um pouco sabe que minha franquia favorita é "Jogos Mortais", isso desde os primórdios em 2004, aonde o então estudante James Wan explodiu nossas mentes com um orçamento minúsculo e virou o rei do terror, até o último filme de 2017 (não vou colocar a trama de 2021, "Espiral - O Legado de Jogos Mortais", na lista, pois é algo completamente a parte da franquia, e colocar um humorista para fazer terror não funcionou), e assim sendo, fui conferir "Jogos Mortais X" do jeito mais errado possível que sempre falo para vocês não fazerem, que é com as expectativas quase batendo na Lua de tão altas, e felizmente não me decepcionaram, voltando os personagens clássicos da franquia, John Kramer e Amanda, com Tobin Bell e Shawnee Smith perfeitos como sempre foram, deram as nuances corretas dos jogos, que é se você lutar pela sua vida você irá conseguir sair da armadilha e poderá até ser usado para algo maior, e principalmente, voltando para algo entre o primeiro (2004) e o segundo (2005) filme, agora vão ser criativos para fazer todos os intermeios e assim teremos a franquia eternamente (sou exageradamente apaixonado!!). Ou seja, sei que quem não for tão conectado com a franquia vai odiar, tanto que existem muitas notas ruins nas plataformas de críticas, mas quem gosta da saga pelas ideias completas vai ver tudo com tanta paixão que vai amar até as falhas de conexões que foram colocadas, e assim sendo, que venham muitos outros enquanto Tobin está aguentando com seus 81 anos!

A sinopse nos conta que nesta nova sequência, John Kramer, o impiedoso assassino Jigsaw - criador dos sádicos jogos de sobrevivência - está muito doente e em busca de uma cura milagrosa. Ele decide, então, viajar para o México após ouvir falar de um inovador procedimento médico que, além de experimental, também é muito arriscado. Disposto a tentar a sorte, Kramer parte rumo à cura. Porém, ao chegar a seu destino, se depara com um ambiente macabro, e descobre que toda a operação é uma farsa para enganar pessoas vulneráveis. Agora armado com um novo propósito, o infame serial killer usará armadilhas insanas e engenhosas para virar o jogo contra os vigaristas, relembrando o motivo de ser conhecido como o terrível vilão Jigsaw.

O diretor Kevin Greutert já é um velho conhecido da franquia, afinal trabalhou de editor desde o primeiro filme (editando inclusive os que dirigiu, até mesmo esse de agora, só fugindo da bomba "Espiral") e dirigiu os capítulos VI (2009) e "O Final" ou "VII" como prefiro chamar (2010), então ele sabe como criar as armadilhas mais icônicas, sabe aonde devia trabalhar cada ato, e aqui num filme que digamos tem até mais história para ser desenvolvida, conseguiu criar toda a ambientação imponente para que tudo tivesse boas conexões, e claro uma volta satisfatória para o personagem principal e sua pupila que já odiamos também desde o segundo filme (no primeiro ela apenas escapa de uma armadilha), junto de muito sangue, boas armadilhas, e claro a famosa reviravolta impressionante no final (que olha quase me enganaram dessa vez!). Claro que não dá para falar que ele foi muito original, afinal não gostamos de inovações dentro da franquia, e sim que tudo faça sentido, e também não dá para falar que não erraram no roteiro, afinal tem alguns leves furinhos que poderiam ser melhor arrumados, mas não é nada que atrapalhe o resultado para quem é fã, e sendo assim, o olhar crítico do Coelho vai ser um pouco desligado já que vou aceitar eles em paz. Ou seja, o diretor viu que seguir os acontecimentos do longa de 2010 ou até mesmo o de 2017, seria algo muito difícil para agradar os fãs, e atualmente as franquias de terror tem usado outro estilo de vértice, então a melhor e única opção foi voltar para o começo, e quem sabe ir melhorando as pontas soltas entre cada filme, e já que esse foi entre o 1 e o 2, se ele conseguir fazer algo fenomenal entre o 2 e o 3 (que é o meu preferido) vai ser incrível.

Sobre as atuações é fato que Tobin Bell é o cara literalmente, com 81 anos bem entregues na tela, aparentando realmente estar acabado com o câncer de seu personagem John Kramer, mas seus olhares, dinâmicas, envolvimentos e intenções cênicas que faz acabam mostrando uma personalidade até bem mais jovem, e como desde o primeiro filme ele já estava com uma personalidade mais velhinha mesmo, o resultado funciona demais, e claro que os fãs queriam demais ele atuando realmente ao invés de ser apenas flashbacks, então a volta do personagem é o melhor de tudo. Shawnee Smith também voltou muito bem com sua Amanda, e não aparentou seus 54 anos na tela, o que foi muito bom, pois nos primeiros filmes ela estava na casa dos trinta, ou seja, teve todo um bom preparo no visual, e a atriz não desaponta, afinal aqui ela praticamente acabou de escapar de sua primeira armadilha, e como já falei quem se salva acaba entrando para o time Jigsaw (lembre-se disso nesse filme, pois será importante para o fechamento), e seus trejeitos ainda são meio malucos de uma recém livre das drogas, tem personalidade e estilo que já conhecíamos no passado, e agrada bastante no que faz. Agora quanto aos novos personagens, diria que todos entregaram atos bem colocados tendo claro o destaque em cima de Synnøve Macody Lund com sua doutora Cecília Pederson bem imponente, cheia de traquejos e desenvolturas, não se deixando trabalhar em nenhum dos atos com trejeitos de medo ou desespero, mas sim com ódio no olhar, e chamando a responsabilidade muitas vezes; ainda tivemos Steven Brand fazendo um Parker Sears bem interessante de olhares e intenções; e Joshua Okamoto bem colocado com seu Diego, que faz bem o estilo desespero em velocidade para desarmar sua armadilha, já os demais Renata Vaca com sua Gabriela, Octavio Hinojosa com seu Mateo e Paulette Hernandez com sua Valentina só fizeram por gritar e se desesperar em suas cenas, afinal as armadilhas foram bem fortes com eles. E por fim ainda tivemos o garotinho Jorge Briseño bem usado com seu Carlos e uma volta interessante na cena no meio dos créditos (então não vá embora da sessão assim que começar as letrinhas) com outro personagem das antigas que já foi usado em vários filmes da franquia.

Visualmente diria que o diretor se conteve, pois se nos últimos filmes vimos armadilhas bem mais fortes, aqui como a trama é bem no começo de tudo, a equipe de arte usou coisas fortes, mas menos trabalhadas, além de que como bem sabemos as armadilhas de Jigsaw são possíveis de se resolver, basta que a pessoa obedeça, enquanto as de Amanda são impossíveis para que a pessoa morra mesmo, ou seja, a trama mostra bem o procedimento falso que o protagonista recebe num hospital improvisado, depois vemos tudo como foi bem tramado, é mostrado também um hotel/casa isolada, e depois tudo é muito bem usado para as armadilhas de Jigsaw. Ainda tivemos boas capturas pelo porco tradicional em boates, clínicas e até na casa luxuosa da doutora, ou seja, tudo simples, mas muito bem usado. E claro muito sangue nas cenas das armadilhas, afinal é disso que os fãs gostam de ver.

Enfim, estava com muito medo de ver a trama com tantas expectativas, mas não sai decepcionado, muito pelo contrário, saí extremamente feliz com o que vi, já querendo muitas outras continuações enquanto Tobin ainda consegue entregar personalidade para o papel. Claro, o longa tem defeitos, alguns que dá para relevar, e outros que mesmo sendo muito fã eu precisei apontar, por exemplo dos secundários não chamarem tanta atenção, e algumas conexões da história ficando levemente confusas, mas como faz quase 20 anos de tudo não dá para lembrar, e sendo assim vou ser criterioso e não vou dar nota máxima, diria que facilmente daria um 9,5 se tivesse notas quebradas, mas como não tenho vou por um 9 bem colocado, afinal 10 para mim só o 1 e 3. Ou seja, vá conferir, reveja todos, faça as conexões, e vamos torcer para muitos outros virem, pois isso é terror da melhor qualidade. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: Lembrando que é obrigatório ter visto o primeiro filme de 2004 (os demais nem tanto por esse ser uma sequência meio que direta, mas só se vira fã após o terceiro), e fiquem na sala que logo após os primeiros créditos tem uma ceninha extra!


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