Netflix - Resgate 2 (Extraction 2)

6/17/2023 02:11:00 AM |

Antes de mais nada, é preciso falar que "Resgate" foi lançado no meio de uma pandemia quando praticamente todo o mundo estava parado em casa só assistindo filmes, então isso não garante que o segundo filme será um sucesso, então mesmo acreditando que vai ser outro sucesso, afinal Chris Hemsworth junto da história dos Irmãos Russo, contando ainda com o mesmo diretor de dublês do primeiro filme não tem como não ser algo imponente. Dito isso, para quem não assistiu ao primeiro filme apenas saiba que o protagonista pertence a uma organização de mercenários que tenta salvar um jovem indiano que está sendo feito de refém, tem um milhão de cenas de ação em uma história quase inexistente, e no final ao levar uma tonelada de tiros aparentemente morre, caindo na água, e vemos algumas outras cenas de fechamento, e agora em "Resgate 2" o longa começa exatamente na cena do protagonista caindo da ponte. Pronto, você nem precisa ver o primeiro mais, a não ser que goste apenas de cenas de ação, pois mesmo sendo incrível tem pouquíssima história, e isso foi corrigido aqui satisfatoriamente na continuação, tanto que conseguiram criar um pouco mais da história do protagonista, vemos algo muito mais intenso por parte dos vilões (que aqui é literalmente um ser imponente e que luta até a sua última gota de sangue), e mais do que isso introduz um personagem que possivelmente terá um filme solo em breve e que deve ser alguém que irá voltar na continuação em algo meio que de um Universo Netflix de Ação, que deve ficar bem interessante para quem gosta do estilo. Ou seja, é um tremendo filmaço, agora bem mais completo, com cenas que tiram o fôlego, personagens irritantes (o garoto dá vontade de matar na primeira chance de tão chato - e depois ele piora - pô está sendo salvo de uma prisão, vai ficar querendo a família assassina moleque doido!), vilões imponentes, e claro os protagonistas lutando com as mãos, com armas, explosivos e tudo mais que gostamos de ver em tramas desse estilo, então dê o play agora, ou em breve, pois o longa vai dominar a plataforma.

No longa acompanhamos o retorno do mercenário australiano Tyler Rake, que sobreviveu por um triz aos eventos do primeiro filme, onde precisou viajar até Bangladesh, na índia, em uma difícil missão para salvar o filho de um poderoso chefão do narcotráfico. Agora, Rake deve encarar um desafio ainda mais perigoso e insano do que o anterior: resgatar a família de Zurab, um gângster impiedoso da Geórgia, e libertar a todos de uma prisão de segurança máxima na qual que estão sendo mantidos, contando com a ajuda dos irmãos mercenários Nik Khan e Yaz Khan. Além de acompanhar a mais nova missão de Tyler, a trama também mostra como o homem, que um dia já foi um honrado herói militar, se transformou em um mercenário do crime organizado.

Se no primeiro filme o diretor Sam Hargrave estava estreando na função depois de anos como diretor de dublês, aqui ele já mostrou um bom conhecimento de técnicas, de ângulos, e claro melhorou ainda mais as cenas de ação para que toda a desenvoltura do protagonista convencesse do começo ao fim, ou seja, ele pegou o roteiro de Joe Russo, que é baseado em cima do livro de Ande Parks, e ousou com estilo, criando uma trama bem desenvolvida, tendo agora muito mais história para não ficar apenas algo corrido como foi o primeiro filme, e pôs os personagens para jogo com também muito mais cenas de ação, de tal forma que o resultado acaba surpreendendo bastante, tendo alguns planos-sequências bem interessantes, e principalmente sabendo conduzir tudo para que o filme não ficasse frouxo em nenhum ato, ao ponto que chegamos até cansar com tudo que nos é entregue, e o resultado impacta e agrada demais. Ou seja, é daqueles que claro tem muitas coisas que são falsas, mas que envolve o público e entrega cenas de ação tão boas que até relevamos isso, afinal nesse estilo o que vale é dar para os fãs algo que convença dentro do gênero, mesmo que para isso precise forçar um pouco (ou muito). Agora é ver até aonde vão chegar, pois deram brecha para que a franquia fique ainda maior e se ramifique com o final, então vamos aguardar.

Quanto das atuações, novamente Chris Hemsworth faz o que gosta em cena, que é atirar, socar, esfaquear, correr de um lado para o outro, bater mais um pouco, e até trabalhou bem alguns olhares e trejeitos, demonstrando dor e claro muita imponência para seu Tyler Rake, que claro teve muita ajuda de seu dublê, afinal são muitas cenas perigosas, e ele não é tão maluco ao ponto que nem alguns outros astros do cinema, e mesmo assim seu personagem é bacana de ver na tela, conhecemos um pouco mais de como acabou virando um mercenário, e o resultado funciona. Golshifteh Farahani entregou muito mais desenvolturas com sua Nik, lutando muito mais em cena, brigando bastante, tendo alguns bons conflitos com o protagonista, e o resultado cai bem em cena, de modo que ainda não descobrimos muito de sua história, mas nem foi tão necessário, pois a atriz usou os artifícios da luta para suprir isso. Junto dela, se no filme anterior Adam Bessa foi quase um enfeite com seu Yaz, aqui botou tudo para jogo, teve cenas fortes, e sofreu bastante do começo ao fim com os vilões vendo que era o mais fraco e botando bala para cima do garoto, e sua intensidade foi bem colocada chamando atenção até sua última cena. O antagonista/vilão da trama foi também bem forte, botando trejeitos malvados na cara e matando quem estivesse no seu caminho como vingança pelo irmão, de tal forma que Tornike Gogrichiani fez com que seu Zurab fosse direto e objetivo, não dando margem para cenas frouxas, e botando tudo para jogo, agradando bastante. A família completa está bem indefesa sempre atrás dos protagonistas, de modo que Tinatin Dalakishvili teve uma boa desenvoltura nas cenas de luta de sua Ketevan, e a garotinha que foi vivida pelas irmãs Mariami e Marta Kovziashvili foi graciosa em alguns atos, porém o garoto vivido por Andro Japaridze foi literalmente um pé no saco, sendo daqueles que o protagonista teve que aguentar todas suas burrices, e ainda desejar salvar ele, ou seja, eu teria deixado ele lá na prisão mesmo, que teria sido bem melhor. Ainda tivemos outros personagens bem colocados dentro da gangue dos Nagazi, que fizeram trejeitos fortes bem trabalhados, mas sem dúvida quem teve apenas duas cenas para se mostrar e conseguiu fazer com que saíssemos pesquisando sobre o personagem, se já era alguém conhecido ou o que vai rolar daqui para frente foi Idris Elba com seu Alcott, mas segundo os produtores devem fazer um filme seu para explicar melhor e depois colocar ele realmente no terceiro longa da franquia. Quanto Olga Kurylenko, ainda é uma tremenda atriz, gostamos muito dela, mas apenas apareceu como a ex-esposa do protagonista e irmã da coadjuvante, Mia, sem grandes chamarizes.

Visualmente a trama tem muitas cenas com explosões, começando num hospital luxuosíssimo em Dubai, depois vamos para uma cabana bem trabalhada no meio do nada, vamos para uma prisão de segurança máxima bem imponente lotada de figurantes dispostos a lutar ao máximo numa batalha com bombas, facas, pedaços de cerca e tudo mais que pudesse ser usado como arma, num show completo em plano-sequência, na sequência uma perseguição frenética com carros, motos, e muito mais explosões, até chegarmos em um trem recheado de equipamento militar para brigar com alguns helicópteros, tendo no meio disso ainda uma fuga por dentro de uma fábrica continuando em planos-sequências de muita ação, até chegarem na Áustria em um prédio incrível (que ficou duas semanas praticamente fechado somente para as filmagens!!!) aonde rola várias lutas, tiros em vários andares, explosões, quebras de vidros de telhado, pessoas penduradas e tudo mais, até chegarmos nos atos finais em uma igreja com muitas explosões, de tal forma que temos armas, cenários e tudo mais muito bem recheado do estilo de ação, aonde a equipe de arte gastou o orçamento no máximo que podia e acabou chamando muita atenção.

Enfim, um tremendo filmaço do estilo que até tem falhas comuns do gênero, afinal com tanta desenvoltura de ação acabam fazendo atos improváveis que muitas vezes erram e saem com furos de roteiro, mas que funciona demais para quem gosta do estilo, sendo quase sem respiro e agradando do começo ao fim, tendo um miolo forçado e que muitos acabarão até reclamando, aliás meus colegas críticos certamente irão reclamar de tudo no filme, mas como costumo falar, minhas análises são muito mais em cima da produção em si do que de uma história, porém aqui tudo foi muito bem usado, e agora é aguardar até que sigam com a franquia para algo a mais, que a Netflix não vai deixar barato com apenas três filmes já sabemos, o que vai dizer é se o público vai querer muito mais (e queremos!). E é isso pessoal, recomendo ele sem dúvida alguma para todos os fãs de ação desenfreada, e se você gosta de algo mais cult, com filosofias e tudo mais esse nem é para dar o play, então veja outra coisa, e reclame menos, pois aqui foi entregue o que queríamos ver numa trama do gênero. Então fiquem com meus abraços e até logo mais com mais textos.

PS: Fiquei entre 8 pela história e 10 pela ação, então vamos no meio do caminho que é uma ótima nota pela produção completa.


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