Netflix - O Paciente Perdido (Le Patient) (The Lost Patient)

6/08/2023 06:27:00 PM |

Costumo dizer que os suspenses franceses tem o grande defeito de começar de forma impactante, cair de ritmo imensamente no miolo e depois fechar bem sem explodir como poderia, de tal forma que soam bem interessantes e agradam com histórias que você não resolve de cara, mas que davam para ser daqueles que você veria seu queixo desabar se fossem melhor trabalhados. Claro que isso é apenas um modo genérico de falar do filme da Netflix, "O Paciente Perdido", pois dá para explorar algumas boas situações da mente humana no desenvolvimento do filme, mas o jovem nos convence de tal forma a ficarmos grudados nele, que não abrimos nossa mente para todo o restante, e assim o resultado dava para tomar alguns rumos melhores. Ou seja, não é um filme ruim, mas também não é algo genial que merecesse um grande destaque no gênero suspense, e por pouquíssimos detalhes que demoram a acontecer, mas ainda assim quem gosta de tentar desvendar mistérios não terá um trabalho fácil de descobrir logo de cara, e dessa forma acaba entretendo bem.

A trama nos conta que Thomas acorda no hospital depois de três anos em coma. Amnésico, o jovem descobre que é o único sobrevivente do massacre de sua família e que sua irmã Laura desapareceu. Ajudado pela psicóloga Anna Kieffer, Thomas tenta reconstruir suas memórias para desmascarar o assassino e encontrar Laura. Ao longo das sessões, o passado e seus mistérios sombrios vêm à tona e mergulham Thomas em um labirinto mental agonizante.

O diretor e roteirista Christophe Charrier foi bem intenso no estilo escolhido de sua trama, pois dava para jogar tanto para um lado mais puxado para o terror quanto também para um lado mais dramático, e ficando com o suspense e principalmente com muitas cenas recortadas, o resultado acaba fluindo bem e principalmente acaba prendendo o público até o final para uma revelação completa, porém ainda dava para ficar melhor elaborado com um miolo que impactasse mais, para que o ato final ficasse mais imponente e marcante, afinal mesmo sabendo tudo no fim, o meio ainda não dá a brecha que precisava para que você ficasse pensando em tudo. Ou seja, o diretor soube enganar bem o público, como todo bom diretor de suspense faz, e o ator conseguiu ser expressivo e duplo para marcar suas cenas, e assim o resultado acaba sendo interessante.

Sobre as atuações, diria que o jovem Txomin Vergez foi muito bem usado para o papel de Thomas, pois como a trama se passa praticamente em duas épocas bem diferentes, perdeu bastante peso para os atos no hospital, e se desenvolveu bem nos atos que vai lembrando antes e durante o crime, de tal forma que o jovem em sua estreia soube brincar com olhares e passar bem as dinâmicas de perca de memória, parecendo que estudou bastante o personagem e criou algo diferente do usual. A psicóloga vivida por Clotilde Hesme foi bem direta nos seus atos, não se impondo em nenhuma cena, e sabendo aonde colocar a sua voz e a vez do rapaz conseguiu entrar na mente dele e abrir bem tudo o que aconteceu. Rebecca Williams foi bem intensa nas suas cenas, nos convencendo da versão de sua Laura para o mundo, de forma que por vezes até pensamos nela como quem fez tudo, e isso foi uma sacada boa pelos trejeitos que entrega, ou seja, foi bem também. Quanto aos demais, diria que cada um teve alguma conexão bem encaixada com tudo, mas sem grandes atos de fluidez, valendo destacar um pouco Audrey Dana como a mãe do protagonista e Matthieu Lucci como o primo, mas sem grandes chamarizes.

Visualmente a trama se fechou bem no quarto do hospital e nos atos da casa dos protagonistas, sem ter grandes detalhes, nem muitas pistas nos elementos cênicos da trama, de tal forma que acabou sendo algo até bem simples de ver o trabalho da equipe de arte, ou seja, é o básico bem feito que funciona e agrada quem curte o estilo de suspense.

Enfim, é um filme simples, bem feito e que até poderia ter ido mais longe, mas que funciona dentro da proposta, só faltando mesmo um miolo melhor para empolgar e chamar mais atenção, mas ainda assim vale o play. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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