Que Horas Eu Te Pego? (No Hard Feelings)

6/24/2023 01:59:00 AM |

Costumo dizer que se um filme é vendido como comédia ele precisa fazer o público rir, pois não sou contra alguns gêneros como alguns falam por aí, mas a trama "Que Horas Eu Te Pego?" basicamente me entregou a tradução ao pé da letra do nome americano "Sem Ressentimentos", pois todas as cenas que fazem rir do longa estão no trailer, e o restante é um romancezinho meio que de sessão da tarde, com algumas sacadas bem encaixadas, e nada além disso, de tal forma que posso até ter ido esperando algo a mais pelo trailer bem trabalhado, por ser de um diretor que fez um tremendo filme de besteirol, por ter uma atriz que não gosta de cair em enrascadas, e tudo mais, mas foi frustrante para não dizer outras palavras ver apenas algo comum, que não tem grandes atos risíveis, mas ao menos não é um romance ruim de ver, de tal forma que serve como um passatempo, mas não espere nada demais dele.

No longa vemos que Maddie é uma mulher que tem o costume de sempre tomar as atitudes erradas. Quando percebe que pode perder a sua casa de infância, onde cresceu e viveu por muito tempo, ela decide arranjar um emprego. Mas não é qualquer emprego que se acha nos anúncios, e sim um pedido desesperado de dois pais com seu filho de dezenove anos. O anúncio descreve o trabalho que ela terá de fazer: "namorar" o garoto de dezenove anos, Percy, que é muito introvertido, antes que ele saia definitivamente de casa para ir para a faculdade.

Se antes botava muita fé no trabalho do diretor Gene Stupnitsky, agora tenho muito receio de sua capacidade, dizendo até que ele é um excelente vendedor de potes chineses que se passam por tupperware, pois antes de ver "Bons Meninos", os trailers nos deixaram num êxtase gigantesco, e depois foi apenas um bom filme, e agora ele fez a mesma coisa novamente, vendendo uma tremenda comédia besteirol que virou um romance cômico bem de passatempo, ou seja, ele até entrega alguns atos bem divertidos, mas não é o que sobressai na trama, de tal forma que vemos a protagonista bem atirada, um jovem bem simpático que dá para se conectar com seu jeito tímido e mimado demais pelos pais, mas ficou faltando transformar isso tudo ou em algo dramático bem imponente sobre relacionamentos familiares, bullying e tudo mais, ou então escrachar de vez e fazer algo sujo e bem ousado (como prometia o trailer) para que fosse algo a mais no cinema, o que acabou não acontecendo, e assim apenas quando acabamos de ver falamos: é bonitinho, e só!

Sobre as atuações ao menos posso dizer que ambos foram muito bem no que estava proposto, com Jennifer Lawrence completamente solta para que sua Maddie fizesse cenas mais ousadas, trabalhasse um olhar sedutor quando precisasse, e também trabalhasse um ar mais apaixonado em determinadas cenas, de tal maneira que vemos um trabalho bem feito e cheio de nuances para chamar atenção. Da mesma forma Andrew Barth Feldman aparentou até bem menos que seus 23 anos reais e 19 anos no longa, passando um ar bem tímido e introvertido, mas também sendo doce e direto no que deseja, dando um show literalmente ao piano, e conseguindo dominar bem suas feições frente a tudo o que ocorre na trama, acertando bem em tudo. Quanto aos demais, diria que as cenas com os pais do garoto são lastimáveis e as dos amigos da protagonista são quase que jogadas ao ar, ou seja, seria melhor uma trama sem qualquer um dos quatro coadjuvantes, e falar então do jovem que aparece como corretor quase que uma figuração, então salvo apenas Ebon Moss-Bachrach com seu Gary e Jordan Mendoza com seu Crispim, mas que apareceram num total de nem 10 minutos somados, ou seja, o filme é dos protagonistas e nada mais.

Visualmente a trama entrega uma casa antiga, mas bem decorada da protagonista, uma mansão imensa do garoto e sua família, um bar tradicional, um restaurante chique aonde desenrola o show do garoto, algumas cenas na praia e no bar que a protagonista trabalha, algumas viagens de carro de aluguel, e um parque de diversões, sendo algo básico, porém bem feitinho pela equipe de arte que mostrou luxo em muitas cenas bem colocadas para que tudo ficasse "requintado" pelo jovem de família rica, e claro por ser uma cidade litorânea de milionários.

Enfim, é um filme que até tinha um certo potencial, mas que não engrenou como poderia servindo de passatempo para quem gosta de um romance com pitadas cômicas até que ousadas, mas que passa bem longe de tudo o que é mostrado no trailer, então vá sem esperar nada que talvez saia ao menos feliz com o resultado, pois ao menos para o meu gosto pessoal faltou muito para que eu risse bastante com a trama, e assim não posso dizer que recomendo ele para muitos. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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