Elementos em 3D (Elemental)

6/22/2023 12:45:00 AM |

Costumo dizer que atualmente as melhores equipes de roteiros estão presentes nas animações, pois a liberdade criativa que dão para esse pessoal é algo que sai com uma facilidade tão incrível do papel e vira algo brilhante na tela que não tem como não se apaixonar quando tudo dá muito certo, e o novo exemplar que demonstra isso se chama "Elementos", e é proveniente da Pixar, uma empresa que tem altos e baixos com algumas escolhas erradas, mas que quando acerta no peito vem com força. O mais bacana das tramas da Pixar, que diferente da sua co-irmã Disney, é que lá eles podem brincar mais com o sentimental do público, e fazer com que as emoções fluam com muito mais naturalidade, e o que fizeram nesse filme foi algo tão belo e brilhante que vemos conceitos de paixão serem distribuídos desde o amor pela família, pelo emprego, pelos dons, por uma beleza e claro também o amor entre as pessoas, que até vemos elementos que não se misturam podendo ir mais além. Confesso que estava com muito medo do que entregariam aqui, pois a trama lembra muito dois grandes filmes da companhia "Zootopia" e "DivertidaMente", mas posso dizer agora após conferir que conseguiram ser originais e interessantes do começo ao fim, numa beleza sem tamanhos, que quem sabe podem até fazer algum tipo de crossover com esses outros filmes futuramente, pois o acerto é fora do comum.

O longa se passa em uma sociedade extraordinária chamada Cidade Elemento, na qual os quatro elementos da natureza - ar, terra, fogo e ar - vivem em completa harmonia. A história apresenta Faísca, uma jovem faiscante e espirituosa, cuja amizade com um garoto divertido e tranquilo, chamado Gota, desafia suas crenças sobre o mundo em que vivem.

O diretor Peter Sohn trabalhou aqui uma trama tão envolvente que nos faz esquecer do filme simples que entregou na sua estreia na Pixar, "O Bom Dinossauro", pois se lá tudo era bobinho demais, aqui ele pode fazer algo bem mais dramático, com muita consistência e emoções no limite para fazer com que o público se conecte demais aos protagonistas, e ainda se divirta com todos os demais que são apresentados no decorrer da trama, e não bastasse isso, ele ainda pode fazer uma singela homenagem aos seus pais que vieram da Coréia para Nova York antes de seu nascimento (algo que mostra bem a migração dos pais da protagonista da Terra do Fogo para Cidade Elemento), e uma outra grande sacada  da trama que o diretor fez, foi ter personagens bem simbólicos em relação aos elementos da natureza, tendo diversas personalidades de cada tipo, mas sem se preocupar com um traço efetivamente bonitinho, cheio de contorno e que realçasse tudo na tela, mas sim que eles tivessem expressões fortes e marcantes, e isso acabou dando um algo a mais para que o filme fosse quebrado e perfeito ao mesmo tempo.

Sobre os personagens é fato que a base do filme é toda em cima dos personagens Faísca e Gota, que são tão interessantes por si só que quase nem precisamos dos demais, tendo a garota um estilo temperamental, meio estourada, e claro desesperada também por seguir a sucessão do pai no comanda da loja da família, por um outro lado o rapaz é todo emotivo, chora por qualquer coisa, e tem uma família toda que se emociona fácil, e conforme vamos vendo as desenvolturas deles tudo acaba fluindo realmente na mesma intensidade dos sentimentos fortes deles, ou seja, passam bem suas mensagens e funcionam na tela, tendo inclusive ótimas dublagens por parte de Luiza Porto e Dlaigelles Silva na versão nacional, passando força e envolvimento para tudo na tela. Quanto dos pais, do lado da garota tivemos Brasa e Fagulha bem marcantes e cheios de intensidade, com o primeiro já nas vésperas de se aposentar, com muita tosse e também temperamental igual a filha, muito bem dublado por André Mattos, já a mãe com um estilo casamenteiro, sentindo o aroma do amor com quem desejar se consultar com ela, que Marisa Orth foi bem encaixada também na voz. Do lado do garoto tivemos uma família bem recheada com destaque para a mãe que foi bem emotiva feita pela voz de Giovanna Antonelli. E para fechar o time ainda tivemos Priscila Concepcion fazendo Névoa, a chefe da prefeitura que é torcedora fanática do time de Airball, Zeca Rodrigues fazendo o divertido e sério Xaxim, Cacau Protásio como Flarietta e Arthur Miazato como Turrão, ou seja, um time de bons atores e bons dubladores que deram boas vozes para a história.

Visualmente a trama é um luxo, com uma cidade bem trabalhada de prédios de vários estilos, cada um mais propício para o elemento que mora nele, tivemos um estádio ciclone de Airball com jogadas bem insanas e até um personagem que homenagearam nosso cestinha do basquete, Oscar, a loja dos protagonistas é cheia de possibilidades e comidas com fogo e brasa, meio que picantes de todo estilo, a brincadeira dos personagens de água é tentar não chorar com frases e coisas comoventes, e ainda tivemos um passeio de balão incrível mostrando toda a cidade por cima, vendo o trem que corre na água entre outras grandes sacadas, tudo bem desenhado e envolvente de ver. Só diria que o 3D foi mais usado para dar profundidade de campo, com quase nada saindo para fora da tela, tendo claro um grande destaque na cena debaixo d'água, que ali sim tudo tem um conteúdo que envolve com a tecnologia.

Enfim, era um filme que estava até um pouco receoso de não me envolver tanto, pois esperei tanto por "Soul" e não me atingiu como poderia, e aqui a trama encaixou de uma forma tão gostosa que me vi rindo do começo ao fim e até se emocionando com alguns momentos, então podem ir ver tranquilamente que assim como a maioria dos longas da Pixar vai envolver mais os adultos, mas os pequeninos que estavam na sessão ficaram bem conectados a trama toda (e como costumo medir se atinge eles, esse é um bom termômetro de gostarem) afinal é bem colorido e tem personagens bacanas, além de contar com boas canções que deram ritmo destacando com "Steal The Show". Ou seja, filmaço que vale conferir nos cinemas com toda a família, irei esperar o crossover com talvez "Zootopia 2" que vem logo mais, mas é apenas uma ideia maluca do Coelho! E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.

PS: Não chegue em cima da hora da sessão, pois antes do filme seguindo a tradição da Disney/Pixar, tem o curtinha "O Encontro de Carl" que quem não se lembra é o velhinho de "Up - Altas Aventuras", que está se preparando para seu primeiro encontro no mundo moderno e conta claro com a ajuda do cachorro Dug, sendo algo bem bonitinho e gostoso de ver!


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