Amazon Prime Video - The Quarry

9/25/2020 10:19:00 PM |

Quer ser bem enganado, vá conferir um filme que está escrito do famoso diretor isso, ou então do roteirista de tal filme bom... é quase que 100% de chance que o novo filme é uma tremenda bomba. E dito e feito, fui pela sinopse interessante e misteriosa, pelo famoso escrito do mesmo roteirista de "Narcos: México", e pronto, caí feito um patinho num filme que começa de forma estranha, rola alguns acontecimentos no miolo que soam intensos (mas sem muitos rumos!), e finaliza de uma maneira pior ainda do que começou. Ou seja, até conseguimos pegar a essência da ideia de culpa, de pecados, de tentativas de passar algo, mas não teve jeito, o longa "The Quarry" (ou "A Pedreira" já que não traduziram o título) é daqueles que você até vê bons atores, mas não empolga, não vai para rumo nenhum, e com o final entregue até desanima de qualquer outra coisa, de modo que se não fosse tão tarde até encararia outro filme para tentar salvar a noite, pois esse, ao menos espero contribuir para que outros fujam.

O longa nos mostra que depois de assassinar um reverendo viajante, um errante fugitivo viaja para uma pequena cidade e se apresenta como o homem que matou. Embora a congregação ame os sermões de perdão do errante, o chefe da polícia local suspeita do homem. Logo, uma descoberta horrível em uma pedreira local força o assassino a lutar por sua liberdade.

É até estranho procurar algo que tenha dado errado no filme do diretor e roteirista Scott Teems, pois a essência do filme até se entrega bem coerente ao ponto de prestarmos bastante atenção na transformação do protagonista que era um errante na vida, em um pregador cheio de culpa, mas que procura uma salvação/perdão, porém a trama não deslancha, ficando presa sempre no ciclo culpa/pecado/perdão, e que junto de flashbacks/sonhos estranhos pensando nas coisas ruins que fez, com o delegado forçando e caçando atitudes, o resultado acaba não andando e assim acabamos cansando de tudo. Ou seja, é um roteiro cíclico demais, que se até tenta passar um mistério interessante, mas que o público já sabendo de tudo não tem muita dinâmica para se prender, e assim o filme soa falso demais, não fluindo, nem empolgando em momento algum, e para piorar, com um final ruim, que resulta em algo ainda mais irritante para quem esperava algo a mais.

As atuações até tinham tudo para dar certo, afinal os protagonistas são bem bons, e possuem atitudes imponentes ao ponto de criar bons trejeitos para seus personagens, mas nem assim o resultado foi salvo. Shea Whigham trabalhou bem, deu olhares vagos, momentos reflexivos de culpa bem funcionais, e se entregou bastante para seu David falso, porém faltou um algo a mais para que seu personagem se mostrasse mais e fluísse, de modo que acabamos nem entrando na sua onda, nem sentindo o que desejava passar. Michael Shannon certamente pode se preparar para fazer mais vários personagens de delegado carrancudo, pois seus trejeitos caíram como uma luva para o que seu John pedia, foi durão, teve atitude em todas as cenas, e o resultado chega a chamar bastante atenção pelo estilo todo, porém acabou faltando um pouco mais de dinâmica nas investigações para que o tom misterioso empolgasse e seu personagem se movimentasse mais, mas não era essa a proposta, e o ator não foi além do que o roteiro pedia. Bobby Soto teve cenas bem fortes com seu Valentin, entregou olhares bem marcados, se impôs como um semi-inocente (ao menos do que estava sendo acusado), e suas cenas finais com o reverendo falso foram perfeitas tanto na cadeia quanto no barco, mostrando um talento impressionante de dinâmica e de trabalho com diálogos/expressões. Catalina Sandino Moreno até trouxe um ar meio vago para sua Célia, abriu bem as possibilidades do filme ir para outros rumos, foi simbólica em alguns atos, mas seu personagem não tinha muito o que chamar, e no final acabou parecendo ser importante, ou seja, acredito que comeram alguma parte do roteiro que iria mostrar um algo a mais, pois apenas um flashback no miolo não foi suficiente para o que foi mostrado. E para finalizar, Bruno Bishir até fez bem o começo do filme, mas logo é morto e seu David original acaba desaparecendo na memória, de modo que o ator até aparece rapidamente em cenas espalhadas, mas não foi muito além, sendo apenas um bom reverendo bêbado.

Visualmente a trama foi até muito bem, criando uma cidadezinha interiorana do Texas praticamente completa de ilegais mexicanos, aonde poucos falam inglês, com o famoso estilo igreja/cadeia e casas, aonde nem vemos praticamente as casas, focando só nos dois principais ambientes, e com isso a equipe foi bem coesa de elementos cênicos, usando bem as amarras do início na pedreira, mas não indo muito além, jogando sempre referências dos primeiros momentos em alguns atos, trabalhando fobias, de modo que o resultado cênico acaba impressionando e funcionando até mais do que o filme em si, mas certamente o diretor poderia ter utilizado mais tudo, e aí o acerto técnico teria funcionado ainda mais.

Enfim, é daqueles filmes que não dá para recomendar para ninguém, pois não funciona, não empolga e nem chama atenção, ao ponto que acabamos a trama da mesma forma que começamos a ver ela, sem entender nada, e com poucos atos imponentes. Ou seja, o resultado é bem ruim, e mesmo não sendo uma bomba visual ao menos, é melhor optar por ver qualquer outra coisa do catálogo da plataforma de streaming. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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