Netflix - A Babá: Rainha da Morte (The Babysitter: Killer Queen)

9/13/2020 02:39:00 AM |

Sempre que um filme tem um estilo diferenciado é fácil saber que teremos continuações, e a Netflix já captou que dá para brincar bastante com isso tanto que ao lançar "A Babá" em 2017 já meio que negociaram com o diretor McG a continuação, e eis que agora logo após lançar a trama já estão falando num terceiro filme, ou seja, muito em breve veremos outro terrir bem maluco sendo lançado. Mas vamos nos ater no lançamento dessa semana, "A Babá: Rainha da Morte", que seguiu bem a linha do original, mudando um pouco a fórmula para algo mais próximo de um jogo de videogame, ao ponto que cheguei a lembrar até de "Scott Pilgrim Contra o Mundo", numa versão mais sangrenta, e isso não é algo ruim, pois trouxe um pouco do estilo de HQs, colocou personagens bacanas para serem derrotados, e principalmente seguiu a ideia original do culto satânico e seus adoradores em busca de uma vida melhor. Ou seja, é um filme bem divertido também, levemente inferior ao primeiro, que brincava um pouco mais com a inocência do protagonista e seus atos ocorrendo naturalmente na correria, enquanto aqui já sabendo mais o que fazer o filme fluiu mais para o besteirol, o que também não foi ruim de ver. Sendo assim, o resultado geral foi bacana, mas poderiam ter seguido mais com o lance do terror denso, que agradaria um pouco mais.

O longa acompanha Cole dois anos após derrotar o culto satânico liderado por sua babá Bee. Tentando superar o passado e sobreviver no colégio, tudo parece estar bem. Porém, quando velhos inimigos retornam inesperadamente, ele terá que lutar novamente.

Se no primeiro filme o diretor McG pode ousar, mas ainda era um projeto sem muito chamariz, aqui que já tinha o resultado do primeiro longa, ele pegou a ideia e saiu explodindo e detonando tudo de forma que vemos uma produção muito maior, com mais locações, mostrando um pouco mais da escola, indo para uma grandiosa festa num lago, vemos um ritual maior e tudo mais para o diretor poder brincar. Aliás falando em brincar, ele até usou o estilo de jogo de luta de videogame em determinado momento, saindo completamente do eixo do cinema, ou seja, ele abusou de técnicas, mexeu com estilos diferentes, e ampliou um pouco sua história, afinal se no primeiro filme tudo era mais lúdico pela idade do protagonista, agora que já está numa idade mais sexual, ele pode apimentar um pouco mais as coisas e ter um pouco mais de referências. Ou seja, ele acabou saindo um pouco da ideia fechada do projeto, mas fluiu um pouco mais, mudando um pouco do gore (mesmo que mantendo toda a sanguinolência) para algo mais próximo de uma ação cômica com toques de terror, o que não é ruim, mas que a comparação faz com que o primeiro filme seja bem melhor, principalmente se visto no mesmo dia.

Sobre as atuações, chega a ser até assustador o tanto que Judah Lewis cresceu em relação ao primeiro filme, tanto que a trama se passa 2 anos depois do primeiro, mas ficou parecendo que se passaram pelo menos uns 5, mas o jovem soube manter um pouco seu jeito bobão e ingênuo, encontrou forças para se desenvolver melhor, e mesmo sendo daqueles que ainda tem o estilo mais preso, foi dinâmico e cheio de bons trejeitos para cada um dos momentos de seu Cole, mostrando um certo potencial para bons filmes no futuro. Emily Alyn Lind voltou com uma Melanie ainda mais bonita que no anterior, e ainda mais intensa de estilo, porém seu segundo ato ficou exageradamente forçado de trejeitos, e muito em segundo plano, o que acabou desapontando um pouco pelo que esperávamos dela, mas não foi ruim. Uma ótima surpresa foi ver Jenna Ortega como uma Phoebe diferenciada, cheia de estilo, que trouxe uma certa vitalidade de estilo nas cenas mais intensas, e mesmo ficando claro de cara tudo que ocorreria nas cenas finais, acabou funcionando bastante. Samara Weaving também ficou bem em segundo plano durante o longa todo, e até parecia que não tinha acertado seu cachê para reviver a babá Bee, mas teve alguns bons atos, e até saiu-se bem no final. Novamente o elenco secundário serviu apenas para divertir no besteirol, e Robbie Amell trouxe um Max ainda mais maluco correndo sem camisa e fazendo charme, Andrew Bachelor foi ainda mais cômico nas piadas com seu John, inclusive fazendo a piada clássica de ateus e satanistas em seu último momento, Bella Thorne voltou sensualizando ainda mais com sua Allison, e claro Hana Mae Lee veio ainda mais psicopata com sua Sonya, e por incrível que pareça, os personagens novos foram péssimos ao ponto de nem dar para falar nada deles.

No quesito visual a trama se mostrou bem segura do que queria mostrar, tendo bem mais locações, ousando nas filmagens em um lago belíssimo com um estilo mais rústico de paisagens, afinal o primeiro se passou praticamente inteiro dentro da casa do protagonista, então aqui deram espaço para mortes mais impactantes e fortes em no meio de paredões de rochas e claro um chalé no meio do nada. Ou seja, a equipe precisou preparar melhor o terreno, e aqui sim tivemos muito mais uso da computação gráfica ao invés de efeitos práticos como foi o primeiro longa, e assim o resultado ficou um pouco mais artificial, mas ainda usando uma boa quantidade de sangue falso para a sujeira ficar bem bonita de ver.

Enfim, é um bom filme, divertido, ousado e cheio de bizarrices, mas infelizmente pecou em exagerar mais do que o original, e isso costuma pesar um pouco, principalmente para quem fizer como eu, e engatar os dois quase que seguidos. Ou seja, é daqueles longas que quem gosta do estilo de terror/suspense vai reclamar muito pela falta de tensão, mas quem gosta de um juvenil sujo bem bagunçado com mortes violentas vai vibrar, então fica a dica para esse público. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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