Amazon Prime Video - Get Duked!

9/10/2020 01:07:00 AM |

No filme da Amazon, "Get Duked!", os personagens comem fezes alucinógenas de coelhos que comem cogumelos selecionados para ficar bem loucos, e acredito que o diretor/roteirista comeu uma quantidade meio que exagerada desse alucinógeno para escrever/dirigir o longa, pois o que vemos na tela é algo completamente insano, e o pior de tudo, é muito bom! Confesso que ao ver a sinopse da trama imaginava algo meio bobo e estranho, mas conforme a insanidade toda vai rolando, o filme vai ficando melhor e mais divertido por tanta bizarrice, de forma que acabamos nos envolvendo com os garotos e com os policiais atrapalhados, ao ponto de torcer por algo ainda mais louco no final (e sim, ocorre!). Claro que a ideia toda não é algo genial, e acaba sendo um pouco apelativa, mas de certa forma o resultado é tão bacana de ver que acabamos relevando tudo, e curtindo cada momento até um bom final.

O longa nos conta que três adolescentes infratores recebem a última chance de mudar de vida, completando a jornada do Prêmio Duque de Edimburgo pelas terras altas junto de um jovem superestimado que precisa da oportunidade para preencher seu currículo. Sem nada em comum, o quarteto desajeitado caiu no meio do nada, apenas com um mapa, sendo obrigado a trabalhar em equipe para, enfim, conseguirem chegar ao acampamento antes do anoitecer. Porém, tudo muda quando aristocratas começam a caçá-los para matá-los por puro esporte.

Em sua estreia na direção de longas, o jovem Ninian Doff foi bem ousado de estilo, colocou nas mãos de quatro atores desconhecidos a responsabilidade para que sua história funcionasse, e não se conteve em entregar um filme tradicional de elementos casuais, optando por trabalhar bem a ideia de drogas alucinógenas, colocando desenvoltura na correria, e dando claro o ritmo do hip-hop como base para que seu filme ficasse bem sincronizado, ao ponto que acabamos nos divertindo com tudo, e o resultado não fica simples de ver. Ou seja, é daqueles filmes que certamente muitos irão ler a sinopse e correr, outros irão ver o começo e abandonar, mas principalmente quem conferir por inteiro acabará curtindo tanto as bizarrices entregues que ao final já vai estar até pensando numa continuação ainda mais ousada, e assim sendo tudo vale a pena.

Sobre as atuações, não conhecia nenhum dos jovens atores, e isso foi bom para não criar vínculos, e assim ver eles criando sozinhos seus momentos, de modo que não temos nenhum deles sendo um protagonista isolado, mas sim um conjunto bem escolhido que acaba divertindo pelas loucuras todas. Rian Gordon é o maluco das drogas, daqueles que até chamaria a atenção para ser o líder do grupo com seu Dean, mas foi bem aberto com os parceiros, e assim acabou acertando bastante. Lewis Gribben é o maluco total, que faz as maiores insanidades possíveis com seu Duncan, e ainda acaba acertando tudo, o que faz a trama ficar incrivelmente divertida com seus atos loucos. Viraj Juneja deu o ritmo de hip-hop com seu DJ Beatroot, e conseguiu brincar bastante com sacadas musicais, e junto com os fazendeiros fazer a maior loucura possível. Samuel Bottomley foi o mais certinho do grupo com seu Ian, mas acabou imponente e certeiro nos pontos mais de grupo, o que acabou mostrando que o jovem também é bom de trejeitos. Quanto dos adultos, Eddie Izzard e Georgie Glenn foram meio tresloucados com seus Duque e Duquesa, ao ponto que não se impuseram muito nas cenas necessárias, mostrando algo meio que de terceira idade, ao ponto que era necessário alguém mais dinâmico talvez para o papel, mas ainda assim foram bem no que fizeram, enquanto Jonathan Aris trouxe para seu Carlyle algo bem simbólico com as expressões, mas aparecendo pouco nem pode fazer muito, e claro que a loucura bobinha de Kevin Guthrie e Kate Dickie como policiais de vila, tentando ter um caso realmente foram engraçados, mas sem muita desenvoltura.

Visualmente o longa passeou bastante pelas terras altas da Escócia, aonde temos uma paisagem bem inusitada misturando campos e montanhas, com muita produção rural e claro vilas afastadas, ou seja, todo um grandioso espaço para os personagens correrem muito em meio a lama, pedras, esconderijos, cavernas, celeiros com festas regadas a drogas, e claro toda a insanidade possível que o diretor quis passar, de modo que ele até poderia ter explorado um pouco mais os demais caçadores, que aparecem só no finalzinho, mas ainda assim a equipe de arte trabalhou bem, e acabou agradando na simplicidade cênica bem efetiva, e além disso deixando para que a equipe de efeitos visuais brincasse bastante com a computação nas cenas com os personagens drogados.

Enfim, é um filme bem divertido, rápido e direto ao ponto, mostrando que um diretor estreante também consegue ir bem quando resolve inovar e não seguir padrões, tanto que o que vemos aqui é algo completamente fora do eixo, e o acerto foi tão bem colocado que dá para indicar com certeza para todos que gostem de um filme irreverente, ou seja, uma completa bagunça que deu muito certo. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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