Netflix - Spectral

9/19/2020 12:04:00 AM |

Sempre é interessante observar como diretores e roteiristas tentam inovar em longas de guerra, pois é um gênero que praticamente tem sua formatação tão bem definida que a maioria já entra tanto para gravar, quanto para conferir lendo uma cartilha de pode isso e não pode aquilo, mas há sempre alguns que gostam de criar em cima, e já vimos grandes exemplares que inovaram com brigas contra aliens, contra zumbis, ou contra monstros gigantes, então porque não entrar numa guerra contra espectros? Pois bem, se você leu essa abertura e não achou que o Coelho pirou, digo que pode se preparar para conferir um bom longa na Netflix que coloca um exército lutando contra um força sobrenatural que ninguém consegue definir o que é, e ao chamar um engenheiro de armas para o fronte acabam descobrindo bem mais do que ciência numa briga incrível e bem cheia de nuances, de forma que "Spectral" acaba fluindo com rumos bem interessantes ao ponto de curtirmos toda a loucura, mesmo com o protagonista sendo daqueles malucos que acham que podem criar qualquer coisa com o que tiver perto no melhor estilo MacGyver de ser. Ou seja, é um estilo de filme de guerra interessante que até lembra um pouco "No Limite do Amanhã" por os protagonistas estarem lutando contra algo que não sabem o que é, mas que aqui brincaram um pouco mais com algo científico do que alienígena, e assim sendo o resultado até surpreende bem.

A sinopse nos conta que a agitação civil no país europeu da Moldávia fez com que as forças dos EUA enfrentassem os insurgentes, mas há uma nova ameaça que decidiu que ambos são seus inimigos. Esta nova ameaça reside em um espectro alternativo que os torna invisíveis a olho nu e morte instantânea para qualquer um que os enfrente. Os habitantes locais acreditam que são Espíritos da Guerra, mas outros acreditam que são uma tecnologia de armas superior fabricada pelo governo da Moldávia.

Por incrível que pareça, com toda essa produção imensa, diversos estilos de câmeras, e muita desenvoltura nos atos, o longa não é de um diretor experiente, mas sim de um estreante, que inclusive escreveu a história da trama, ou seja, começou com dois pés direitos no peito, mostrando que tem muito potencial, e que sabe como trazer dinâmica para um filme, pois certamente muitos acabariam criando desenvolvimentos exagerados de personagens, outros colocariam tiro para todo lado, e aqui Nic Mathieu acabou priorizando a história, e fazendo com que tudo acontecesse diretamente, trabalhando os atos com bons efeitos, criando possibilidades tanto de ação como explicativas, e principalmente fechando o longa bem, afinal há até a possibilidade de uma continuação com o que deixaram no final, mas a trama em si como uma pesquisa foi fechada, e muito bem fechada, sem precisar criar romances, nem conexões gigantescas com personagens, de modo que a maioria dos atores não são grandes estrelas, e isso não impacta em nada. Ou seja, o diretor foi centrado e bem colocado aonde deveria estar: dirigindo e criando a sua trama, sem se preocupar com qualquer pormenor que uma produção do estilo pediria, e assim sendo o acerto foi perfeito.

Já que falei um pouco sobre as atuações, James Badge Dale se entrega bem para a trama com seu Clyne, um engenheiro que vai além de ficar atrás de pesquisas e parte para a guerra, ajudando os soldados com criações mil em minutos, fazendo as armas mais impressionantes possíveis rapidamente, e que o ator conseguiu chamar muita atenção com tudo o que fez, ao ponto de mesmo sendo um personagem bem exagerado, resultar em cenas impactantes e bem feitas. Emily Mortimer até chamou bem a atenção para sua Fran, de modo que até chegamos a pensar que rolaria um romance no miolo do filme, mas a atriz e a personagem foram centradas na missão ao ponto de querer mais é descobrir novos rumos e armas, e com isso sempre séria foi bem usada e agradou no que fez. Quanto dos soldados em ação, tivemos claro o lado imponente de Bruce Greenwood com seu General Orland inicialmente mantendo muita presença e determinação, mas sua volta no bunker foi com trejeitos tão tristes e desesperados que chega a dar pena, mostrando que o ator sabe mostrar bem estilo, além dele vale destacar o lado carrancudo de todos os demais, meio que desdenhando do homem da ciência, mas que acabaram necessitando e fazendo boas caras para ele depois, com destaque para Max Martini como Capitão Sessions.

No conceito artístico a equipe de arte trabalhou bem em locações imponentes e bem grandiosas, muitos efeitos especiais principalmente para representar os espectros, e que com figurinos imponentes de guerra, muitas armas gigantescas, robôs, naves, tanques e tudo mais de forma que acabou resultando em uma super produção, e que talvez por esse motivo o peso tenha caído pela crítica não ter jogado o longa para cima, mas não vemos grandes defeitos, e cada elemento é bem mostrado funcionando bem, e agradando da forma que foi mostrado, ao ponto que vemos toda a cenografia sendo usada para dar tom e ação em cada momento do filme.

Enfim, é um longa bem interessante, que agrada bastante tanto na dinâmica quanto na execução, e que se encaixa desde um bom filme de guerra, quanto um bom filme de ficção científica, e nessa junção o resultado consegue funcionar bem para todos que gostam de uma boa ação, e que só tenho que reclamar mesmo com o exagero no engenheiro em conseguir construir armas em minutos (pelo menos o filme passa isso, não parecendo ser dias!), pois de resto é um filmão para ver e curtir do começo ao fim. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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