Netflix - Freaks: Um de Nós (Freaks - Du bist eine von uns) (Freaks: You're One of Us)

9/13/2020 09:07:00 PM |

É engraçado como longas de super-heróis ou de mutantes sempre acabam caindo no gosto popular, ao ponto que vemos exemplares até em países que não tem muito costume com filmes de aventura como é o caso da Alemanha. E isso não é algo ruim, pois geralmente o estilo entrega boas situações e desenvolturas, e o resultado de "Freaks - Um de Nós" chega a ser até interessante, embora demore demais para engrenar. Ou seja, é daqueles filmes que priorizaram tanto uma boa apresentação de personagens, explicaram tudo bem bonitinho, fizeram cada momento ser intrigante, até que de repente tudo começou a correr, ações explodiram, situações aconteceram, e tivemos uma briga final tão fraca (que olha... se o roteirista escreveu exatamente dessa forma e o diretor seguiu tem de apanhar os dois) para aí apresentar talvez um time para próximos longas. Ou seja, é um filme que dá para assistir como um bom passatempo, que quem gosta de formação de super-heróis irá se divertir e curtir tudo, mas que certamente poderiam ter ido além em tudo, mas não foi o caso, então é apenas um bom filme de início de franquia (talvez né, afinal não sei como andam as produções lá na Alemanha!).

O longa nos conta que Wendy, uma jovem mãe trabalhadora, percebe que anos de medicação suprimiram seus poderes sobrenaturais. E ao conhecer um estranho, Marek, com o mesmo histórico, descobre que seu colega de trabalho, Elmar, também é dotado da mesma forma. A pergunta é: o que ela fará com seus novos poderes?

O diretor Felix Binder até foi bem coerente no desenvolvimento completo da trama escrita por Marc O. Seng, claro que segurando demais tudo para deixar ocorrer somente no final a ação mesmo, e com isso toda a apresentação é bem feita, conhecemos bem os personagens, e o resultado passa a chamar atenção, e mostra que ele soube construir sua história, brincar com a personalidade dos protagonistas, e mostrar cada ensejo diretamente para o público, trabalhando o envolvimento tanto familiar, que acaba sendo o grande questionamento da protagonista, com sua vida cheia de poderes, ou seja, acabou entrando em discussão a questão se um super-herói pode ter família comum, entrou em discussão se remédios podem amenizar poderes ou não, ou seja, o filme tem bastante para discutir, e acabou sendo bem feito da forma mais simples, que até poderia ter ido além, mas não foi.

Sobre as atuações, a jovem Cornelia Gröschel aparentou ser nova demais para o papel, mas fez bem sua Wendy, se entregou aos poderes, e principalmente manteve bem o estilo mais mãe/esposa do que alguém que sonhasse com os poderes, ao ponto que a vemos fazendo bons trejeitos de dúvida, mas também se impondo em algumas cenas e agradando bastante. Wotan Wilke trouxe para seu Marek algo mais centrado, de uma pessoa de idade, e com uma desenvoltura mais seca, ao ponto que não o vemos como alguém que quer resolver o problema, mas sim como alguém que deseja se salvar mentalmente, e o ator mostrou bem isso. Já Tim Oliver Schultz não caiu nada bem para o papel de Elmar, pois o personagem pedia alguém mais imponente, mais desesperado por poderes, cheio de vida, e o ator entregou um nerd riquinho meio apático demais, ou seja, mesmo servindo para a base funcionar, um ator mais forte chamaria bem mais atenção. Ficou faltando mostrar um pouco dos poderes de Nina Kuzendorf como Dra. Stern, que provavelmente deve ser algo da fonte da juventude, pois ela trata a protagonista quando garotinha e já bem adulta com o mesmo semblante, sem envelhecer um dia sequer, e assim a atriz fez bons trejeitos dentro da clínica, trabalhou olhares, mas não foram muito a fundo nela, o que é uma falha. Quanto aos demais, tivemos alguns atos fortes com Frederic Linkemann como Lars, marido da protagonista e Finnlay Berger como Karl filho da protagonista, mas nada que fosse muito imponente e chamativo, além da patroa e do pai de Elmar que aparecem, tem cenas imponentes, mas ficam bem em segundo plano sempre.

Visualmente o longa não apelou muito para os poderes dos protagonistas, tendo umas cinco cenas aonde a equipe de efeitos precisou mostrar eletricidade e força, mas de modo geral os ambientes foram feitos para um filme comum, mostrando uma mansão grandiosa do protagonista, uma casa simples bem detalhada de família endividada, mas com boa vida, uma lanchonete simples também, um hospital psiquiátrico, uma clínica e um parque aquático, aonde tudo teve seus detalhes bem marcados, mas nada que fosse grandioso demais, ou seja, a equipe de arte não precisou sofrer muito para que um filme de super-heróis funcionasse.

Um ponto bem positivo da trama ficou a cargo da trilha sonora com clássicos dos anos 80/90, que a protagonista ouve em seu CD-Player, e que junto com composições atuais bem dinâmicas resultaram em um filme ágil e gostoso de conferir. E claro que deixo o link para todos curtirem as canções.

Enfim, é um filme bem passatempo, com muitas apresentações e pouca ação realmente, mas que talvez gere continuações e com isso acabemos vendo algo a mais depois, mas ainda assim vale a conferida, não sendo nada grandioso, mas que agrada. Ou seja, se você curte o estilo pode ver tranquilamente que o resultado não é apelativo, e também não é nenhuma bomba, sendo um filme mediano pra bom que funciona. Bem é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.


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