Assim como fez em seu primeiro filme ("Meus 15 Anos"), a diretora e roteirista Caroline Fioratti conseguiu criar uma trama de cinema sem recair para o lado novelesco que tantos diretores nacionais optam seguir, e só isso já faz valer ficar de olho nela, pois dois filmes e não usar desse artifício já mostra técnica e sabedoria, e mais do que isso, ela soube brincar bem com todas as devidas divergências religiosas que tanto geram conflitos mundo afora, e que claramente num casamento com famílias tão diferentes acabaria gerando algum tipo de explosão. Claro que nem tudo é um mar de rosas no longa, e aqui diria que faltou trabalhar um pouco mais as situações, pois todos personagens foram muito bem apresentados, todo o conflito ocorreu, mas cada ato em si pareceu não estar conectado como uma história só, se desenrolando sem grandes elos, meio que rolando o anúncio do casamento para as famílias, o encontro das famílias na sequência, depois a despedida de solteiro e claro o casamento tudo em uma rápida e sem alívios de estética, ou seja, a trama foi bem feita, porém corrida demais, e isso dava para desenvolver melhor.
Agora quanto das atuações, posso dizer que todos se entregaram bem aos devidos papéis, alguns se formas mais simples sem explodir muito, como e o caso do casal protagonista vivido por Bruno Suzano com seu Lucas e Samya Pascotto com sua Bebel, ambos bem apaixonados, mas já cheio de conflitos mesmo antes do casório, com as devidas famílias na cabeça deles. Enquanto outros já bem mais expressivos e colocados como é o caso de Cacau Protásio com sua Regina, expansiva, cheia de atitude, e principalmente determinada para entregar seus atos com muita desenvoltura, ou seja, foi bem demais no que fez e mesmo apelando um pouco trabalhou o papel de uma maneira bem acertada. E da mesma forma Ary França trabalhou o seu Samuel com uma junção de preocupação exagerada pela filha com claro diversos preconceitos para cima da religião da família do noivo, e assim trabalhou olhares e sínteses de uma forma até que divertida, mas também forçando um pouco. Quanto dos demais, cada um apareceu um pouco, tendo destaque para Malu Valle com sua Myriam bem colocada como uma mãe disposta a entrar no clima de tudo para o bem da filha, e Mauricio de Barros com seu Jorge Alegre e cheio de desenvolturas bem trabalhadas para o mesmo fim de um enlace bem encaixado.
Visualmente o longa trabalhou bem toda a dinâmica das duas religiões, mostrando inicialmente ambos os cultos e claro as coisas confusas de cada um, trabalhou bem os elementos cênicos de cada lado, e entrou também na síntese da montagem da casa do casal, aonde o misto é bem respeitado, aonde toda a fluidez funciona, e que mesmo os pais não batendo bem com seus devidos santos, o resultado foi claro e objetivo, ou seja, a equipe de arte foi singela, porém determinada em acertar com símbolos e boas dinâmicas.
Enfim, é um longa bem simples, porém bem feito e com as devidas dinâmicas funcionando dentro do que o roteiro propôs, passando longe de ser algo memorável, mas felizmente também passando mais longe ainda de ser a bomba que parecia pelo trailer, ou seja, acaba valendo a conferida e a indicação para quem gosta de obras nacionais divertidas e diferentes. Bem é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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