O longa nos situa em 1966, no México, aonde vemos uma física e jovem cientista chamada Nora que decide colocar à prova uma teoria científica que diz que, a cada trinta anos, um buraco de minhoca se forma e abre a possibilidade de viajar no tempo. Ela constrói uma máquina com a ajuda de seu marido Héctor, um jovem físico também, que parece ser capaz de transportar os dois pelo tempo e espaço. Quando eles conseguem viajar por acidente para o ano de 2025, Nora se adapta perfeitamente a esta nova era, enquanto Héctor enfrenta dificuldades. Um dilema, então, surge: retornar para a época em que nasceram ou permanecer no futuro. Nora se divide entre o amor por Héctor e um mundo bem diferente e mais promissor para as mulheres. Será que a relação dos dois vai sobreviver aos novos tempos?
É interessante observar que o diretor Chava Cartas já virou um dos mais queridinhos da Netflix, tendo pelo menos um filme seu por ano na plataforma, e o mais engraçado é que todos estão na minha lista e não dei play em nenhum, sendo esse o primeiro que venho a conhecer seu estilo, e se os demais forem na mesma pegada, com certeza acabarei dando o play neles, pois trabalhou com um orçamento limitado, porém cheio de ambientes diferenciados, não usando tanto de computação para que sua máquina do tempo tivesse um certo ar rústico bem trabalhado mesmo dos anos 60, e usou bem o texto do roteiro para que os diálogos seguissem bastante um padrão cômico sem ficar bobo e escrachado. Ou seja, ele desenvolveu a base de modo que tudo fosse criativo e conectasse tanto o mundo atual incorreto, quanto o do passado correto, e vice-versa, o que deu um ar dinâmico e bem agradável de acompanhar.
Quanto das atuações, diria que Lucero entregou para sua Nora muita personalidade e controle dos seus atos tanto no passado quanto no presente, brincando com as facetas do mundo moderno e ao se ver mais empoderada no mundo atual se soltou completamente, entrando tanto no clima que nem parece estar deslocada, e assim soube dominar seus trejeitos e brincar com o que o longa pedia. Já Benny Ibarra fez com que seu Héctor mesmo no presente ficasse preso no passado, tanto visualmente pelas vestimentas, quanto pela entrega em si, e seus trejeitos desanimando conforme tudo ia acontecendo foram bem encaixados pelo ator para fazer os diferenciais das duas épocas, ou seja, encontraram um bom ator para fazer isso, pois poderia soar falso esse estilo mais preso. Tivemos outros momentos interessantes com outros atores e personagens, mas como a base e o foco fica bem mais nos protagonistas, nem vale tanto destacar os demais que aparecem na tela, tendo Ofelia Medina com sua Julia e Renata Vaca com sua Alondra, um pouco mais de atos expressivos de conexão com os protagonistas, mas nada que fosse impressionante de ter relevância.
Visualmente a equipe de arte foi muito esperta, pois nas cenas do passado não mostrou tanto as ruas e os ambientes em si, tendo uma sala de aula, o laboratório dos cientistas e a casa deles, validando tudo com os figurinos e pequenos detalhes em si no ambiente e do famoso cartão de ponto antigo na sala da reitoria, além claro da rusticidade da máquina do tempo com muitos botões e aparatos bem detalhados para não jogar a computação em jogo, aí quando chegamos no presente temos os grandes prédios, uma faculdade já cheia de panfletagens, celulares, bebidas e roupas mais despojadas, contrastando bastante na tela, e chamando muita atenção no resultado final.
Enfim, é um filme que demorei até que um certo tempo pensando se daria play ou não, mas que acabou sendo interessante na proposta para refletir um pouco e divertido de conferir, então acaba sendo algo que vale indicar para os demais amigos que estiverem com receio de assistir na Netflix. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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