Os Suspeitos

10/17/2013 02:43:00 AM |

Fico impressionado quando leio esses escritos que colocam em cima dos pôsteres nacionais de filmes, dizendo geralmente algumas inverdades as vezes para vender o filme, afinal de tirar o fôlego eu não diria, mas repleto de suspense e forte com toda certeza é, depois mudam o título original para algo que ou mude o contexto que a história quer passar ou revelam já de cara o que vai acontecer, nesse caso vamos optar pela primeira opção. Dito isso, posso até tirar alguns espectadores de "Os Suspeitos", mas não se aborreçam, pois apesar de tudo que disse, o filme ainda vale muito ser visto pela quantidade enorme de reviravoltas e principalmente pelo casting de deixar qualquer um de queixo caído, afinal estão os melhores atores de Hollywood reunidos para deixarmos mais confusos a cada momento com suas atuações perfeitas, então não se culpe se a cada 10 minutos você resolver incriminar um personagem, pois é totalmente normal num filme desse estilo.

O longa nos situa na cidade de Boston nos Estados Unidos, onde Keller Dover leva uma vida feliz ao lado da esposa Grace e os filhos Ralph e Anna. Um dia, a família visita a casa de Franklin e Nancy Birch, seus grandes amigos. Sem que eles percebam, a pequena Anna e Joy, filha dos Birch, desaparecem. Desesperadas, as famílias apelam à polícia e logo o caso cai nas mãos do detetive Loki. Não demora muito para que ele prenda Alex, que fica apenas 48 horas preso devido à ausência de provas contra ele. Alex na verdade tem o QI de uma criança de 10 anos e, por isso, a polícia não acredita que ele esteja envolvido com o desaparecimento. Entretanto, Keller está convicto de que ele tem culpa no cartório e resolve sequestrá-lo para arrancar a verdade dele, custe o que custar.

Lendo a sinopse e vendo o trailer, já dá para sentir um pouquinho do clima do longa, e coloquem mais letras na palavra longa, pois os 153 minutos parecem ser quase 300 de duração, onde o que se vê é algo que praticamente aparenta que não teremos solução, pois o diretor faz tantas reviravoltas na trama que se quisesse poderia resumir o longa pela metade facilmente mantendo a mesma tensão que gostaria, mas fiquem tranquilos, pois terá resolução, porém só bem ao final mesmo, pois antes dificilmente sem que tenha lido qualquer spoiler em algum lugar, ninguém irá acertar seus tiros em querer culpar alguém. Só vou falar um detalhe a respeito do título original "Prisoners" que se traduzirmos em qualquer ferramenta, ou até mesmo num dicionário conceituado nunca irá virar suspeitos, e a ideia do nome original fará muito sentido com relação a tudo que ocorre, melhor até que o nome nacional. Pronto juro que não falo mais nada sobre o que ocorre. Sobre o excesso de mudanças de planos na história que o diretor Denis Villeneuve, em alguns momentos até ficou bem bacana, mas começa a irritar devido a querer brincar com a inteligência dos espectadores, só não vou falar o motivo real senão irei atrapalhar toda a investigação que é o bacana de fazer durante o filme, mas até o personagem de Paul Dano que tem QI de uma criança de 10 anos faria algo que a polícia não fez, só não sei se culpo o roteirista Aaron Guzikowski por fazer isso em praticamente seu primeiro filme 100% escrito por ele, ou o diretor, que tem o costume de fazer isso, afinal assistam "Incêndios". Enfim, sobre a história poderia ser mais curta que agradaria mais, porém como o diretor optou por planos mais concisos e centrados, acaba ficando bacana seguir toda a investigação pelo lado de tentativa e erro, que acaba realmente tornando um processo longo e demorado, como acabou ficando o filme.

Acho que poderia pular esse parágrafo sobre o elenco, pois falar desse time é quase como escalar uma seleção que você tem certeza que ganhará o campeonato. Se você acha Hugh Jackman violento nos Wolverine, você não mexeu com alguma filha dele no filme, o homem vira outro e junte a isso um pouco de bebida, e tenha um personagem monstruoso de bom com ótimos diálogos colocados numa interpretação forte e convincente. Jake Gyllenhaal já fez personagens melhores, mas seu policial engomadinho, afinal fiquei com dó da equipe de maquiagem que deve ter passado todas as gravações colocando gel no cabelo dele, consegue passar toda a sensação de não querer perder uma causa somente com olhares e medindo cada fala para que seja bem pontuada e interessante. Maria Bello acho que realmente tomou os remédios das cenas, pois passa mais tempo deitada no filme que quase esquecemos que atua nele. Dylan Minnette obedece completamente seu pai e também fica na casa o longa inteiro sem dizer praticamente nada, ou seja, se não tivesse um pequeno momento de discussão com o protagonista, praticamente esqueceríamos que fez parte do longa. Terrence Howard tem bons momentos coesos, onde mostra seu sofrimento, mas é coadjuvante muito pequeno para a trama, e poderia ter dado mais pelo filme. Viola Davis sabe como fazer do menor papel um salto dramático, e nas poucas cenas que está enquadrada, consegue chamar toda a atenção para si de forma bem coerente com boa interpretação dos diálogos sem pensar duas vezes. Melissa Leo está irreconhecível visualmente, tanto que demorei muito tempo para perceber que era ela, mostrando mais um bom trabalho da maquiagem para envelhecimento, e também consegue fazer dos seus pequenos momentos algo sensacional para ser muito lembrada talvez até para uma indicação de coadjuvante quem sabe, onde consegue ter um gestual melhor até que de diálogos. Agora se temos de lembrar de alguém que está irreconhecível é Paul Dano que vem evoluindo demais a cada filme que é contratado, e quase não dizendo uma sentença inteira já que seu personagem é meio perturbado, consegue irradiar sensações somente com olhares, o que impressiona demais, estarei no aguardo de um protagonista forte para ele conseguir finalmente uma indicação considerável, pois merece pela evolução. Pra quem nem ia falar dos atores, acabei falando demais deles, então vamos considerar o restante como figuração.

As locações bem velhas, mostram uma cidade bem diferente do que costumamos ver em outros filmes, talvez pelo bairro ser mais deslocado, afinal se considerarmos o tanto que o policial anda de carro na última cena para encontrar um hospital dá pra notar a distância que está do centro que tanto conhecemos em outros filmes. E com isso, o longa capricha nos elementos cênicos para termos em diversos momentos tudo como pistas da investigação, além de trabalhar bem com os próprios suspeitos no quesito visual do figurino. A fotografia soube dosar tanto a escuridão quanto as cenas com chuva e neve, de modo a não ficar nem muito escuro nem claro demais, usando em alguns momentos tons avermelhados que instigam a tentarmos matar algumas charadas, mas na verdade é só sangue mesmo sendo derramado.

O compositor poderia ter sido mais incisivo em alguns momentos para deixar o filme mais tenso e descontrolado, mas optou pela serenidade na maior parte, sem dar nenhuma pista aparente e também não ajuda a ditar um ritmo, o que é uma pena, afinal poderia ter colocado algo que acelerasse tudo e quem sabe a duração passaria mais rápido.

Enfim, é um excelente filme pra quem gosta de policiais com boa dose de suspense, mas se não for muito fã do gênero talvez se incomode demais como percebi em algumas pessoas da sala, que fugiram tão rápido quanto ao acender das luzes do cinema. Mas quem espera ver algo depois ou durante os créditos com a deixa na cena final, pode sair tranquilo que não possui nada. Acredito que se fosse mais enxuto e direto ao ponto, poderia até perder um pouco do charme investigativo, mas seria mais adequado, ou quem sabe se tivessem dado um ritmo mais agitado agradaria também um pouco mais. Porém vale bem o ingresso pelo nível artístico dos atores e também para brincar de detetive tentando solucionar o caso no menor tempo possível. Fico por aqui, mas ainda sobrou dois dessa semana para conferir, além dos vários que virão na próxima, ou seja, teremos muitos filmes ainda pra comentar nos próximos dias por aqui, então abraços e até breve pessoal.


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Riddick 3

10/15/2013 10:39:00 PM |

É engraçado ver como alguns produtores são malucos, pois mesmo um filme não dando praticamente nenhum lucro, vão lá e compram uma sequência, a sequência fica pior que o original, dá menos lucro ainda, e o que eles fazem? Vão lá e compram mais uma continuação. Fico me perguntando o quão grande é a fortuna ou a loucura de uma pessoa para fazer isso, pois em números: 1° custou 23mi e arrecadou 53mi, o 2° custou 105mi e arrecadou 115mi, e o terceiro economizaram novamente ficando apenas com 43mi de custo, vamos ver quanto vai render, já que o longa leva nada a lugar nenhum, ou melhor, apenas mostra a briga de Riddick com vários mercenários para conseguir uma nave para sair do planeta onde foi deixado no último filme. Ou seja, ainda teremos um 4° filme se os produtores forem corajosos, afinal tá empatado já que o que rendeu nos 2 primeiros pagou o 3° então o que vier agora é lucro para fazer mais um, para ver sua vingança ser plena realmente.

A sinopse nos mostra que Riddick, o homem mais procurado da galáxia, foi abandonado à própria morte em um planeta habitado apenas por animais selvagens. Ele deseja retornar ao seu planeta natal, mas como não tem uma nave precisa encontrar um jeito de sobreviver neste ambiente inóspito. A situação muda quando dois grupos de mercenários chegam ao planeta separadamente, ambos com o objetivo de capturar Riddick. Conhecendo muito bem os perigos do local, Riddick passa a usá-los a seu favor na tentativa de conseguir uma das naves para si.

Não vou negar que é um filme muito bem produzido, com um visual interessante, mas os roteiristas poderiam ter trabalhado um pouco mais e criado algo além do que foi feito, pois se uma pessoa foi largada em algum lugar, o mínimo que se espera da história é que ela saia de lá, isso é ponto óbvio, então poderiam ter resumido isso na metade do filme e criado mais algo para a outra metade, mas não caros leitores do Coelho, quem for ao cinema irá assistir 119 minutos com esse único propósito, incluindo apenas o modo Riddick de ser, que pra quem não conhece é matar tudo que estiver na sua frente. O diretor David Twohy que dirige sozinho, mas assina os roteiros e produz junto com uma equipe desde o primeiro episódio, poderia também ter dado mais de si criando algo novo, mas está acomodado com o que tem de bom, fazendo apenas algumas tomadas mais dinâmicas para pelo menos já que vai ficar só ali nesse cenário, o longa ter ritmo e não cansar tanto os espectadores.

O ator Vin Diesel que também faz parte dos produtores, aparentemente gosta bastante do seu personagem e já sabe conviver com ele dando sua alma e seu corpo para que as cenas fluam, e assim nesse quesito temos de concordar que o que faz em cena é digno de ganhar mais bons papéis como algum herói, ja que consegue controlar seus trejeitos e tudo mais. Em compensação Jordi Mollá em certos momentos esquece que é o vilão da trama e desliga sua interpretação de malvado, nada que chegue a atrapalhar muito tudo de mal que faz, mas que ficaram esquisitas algumas cenas, isso com certeza ficou. Matt Nable quase nos convence que vai conseguir mudar o rumo da trama quando começa a fazer o interrogatório, mas foi surpreendido pelos bichões e aí é só correria e praticamente esquece seu propósito, o que é uma pena, pois sua interpretação tinha tudo para conseguir dar um ar diferenciado pra trama. Karl Urban vamos ter de aguardar o próximo longa para ver realmente sua interpretação, pois vou considerar mais uma participação especial do que atuação propriamente dita no filme. Dos demais atores, praticamente todos só serviram para morrer, tirando Katee Sackhoff que tem alguns diálogos interessantes, mas optaram mais por querer mostrar sua beleza que esqueceram que ela era uma atriz e não modelo.

O grande destaque da trama com certeza fica por conta do visual árido do planeta, muito bem desenhado com uma paisagem característica dos desertos, mas com solo mais próximo da nossa lua, além claro de bichões estranhos e bem feios que se tivessem utilizado o 3D para arrecadar mais fundos, assustaria muita gente nos cinemas, além claro de naves e motos bem bacanas que poderiam facilmente estar presentes nos filmes mais futuristas possíveis. O misto cachorro com hiena e zebra até ficou interessante, mas sei lá virou quase uma daquelas máquinas malucas que jogam vários bichos dentro e forma algo. A fotografia caprichou no tom avermelhado para deixar mais seco ainda o clima do planeta, e isso agradou bastante dando um realce no visual do filme. Ou seja, mais uma vez nos quesitos técnicos, a série agrada bastante.

O único problema ao meu ver pra série é continuarem acreditando que vão sempre conseguir enganar o público, colocando sempre pedaços que não encerrem ou ditem algum final possível para a trama, pois daqui a pouco estará assim como algumas séries de TV que todos esperam o capítulo final, aí vem um anúncio de que terá mais uma temporada. Não achei o longa ruim, mas também não é nada tão original como foi o primeiro, pelo menos é melhor que o segundo, mas ainda acho que ficou faltando ter resolvido mais algo e não apenas mostrar como faria para fugir do planeta. Quem tiver gostado dos anteriores talvez ainda continue gostando do que verá, mas quem não viu nenhum dos anteriores talvez fique um pouco perdido sem saber o que acontece e porque ele quer sair dali, mesmo mostrando um pouco do que ocorreu antes. Como as TVs abertas adoram reprisar esse estilo de filme nos finais de noites, talvez valha mais a pena aguardar pra ver lá a série inteira, senão opte por um dia mais barato nos cinemas que pelo menos visualmente vale a pena conferir mesmo sem ser 3D, o que talvez mesmo sendo mais caro, compensaria pra ficar mais bacana. Fico por aqui hoje, mas ainda faltam 2 estreias dessa semana para conferir, então abraços e até breve pessoal.


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Silent Hill: Revelação em 3D

10/14/2013 10:46:00 PM |

Existem alguns filmes que mesmo sendo bem comerciais acabam ficando presos nas distribuidoras da mesma forma que muitos pacotes de encomendas ficam presos na alfândega. Quando estavam produzindo "Silent Hill: Revelação", o que era dito para os fãs era que o longa seria bem mais próximo do jogo de videogame que seu antecessor, mas as filmagens acabaram, saíram propagandas em diversos lugares, o filme estreou nos EUA, e a cada semana recebíamos uma nova programação de estreia, pois bem, usando a divulgação do Halloween até que acabou sendo um comercial viável para o Brasil também, pois quase 1 ano após ser lançado chega aqui a estreia do longa nos cinemas, e provavelmente teremos sessões quase fantasmas, visto que já existem cópia em bluray 3D sendo entregues aqui no Brasil por quem comprou lá na terra do tio Sam. O longa é bem mais semelhante com o jogo, mas poderia ter utilizado uma pegada mais assustadora ao invés de tudo calmo demais, pois aí teríamos algo mais denso e medonho, já que os monstros aparentam ser mais fraquinhos do que os malucos presos no manicômio.

O longa nos mostra que Heather Mason e seu pai Harry estão sempre em fuga das perigosas forças demoníacas as quais não compreendem direito. Quando a garota está perto de completar 18 anos, ela passa a ter constantes pesadelos. O súbito desaparecimento de seu pai faz com que descubra que não é quem imagina ser. A revelação faz com que atravesse o portal rumo a Silent Hill, onde várias armadilhas foram montadas para que Heather fique presa na cidade para sempre.

Para quem não assistiu o primeiro filme ou até mesmo nunca jogou o jogo, não é preciso se preocupar, pois em diversos momentos os protagonistas contam tudo bem bonitinho do que aconteceu para situar os perdidos, E além disso, o roteiro é bem simplório de modo que nada aconteça sem que saibamos bem o que está acontecendo. A computação gráfica escolhida foi bem realista, mas o diretor poderia ter abusado um pouco mais, já que o jogo é bem violento, e colocado monstros que realmente aterrorizasse os espectadores, assim como ocorria no jogo em que muitos que conheci nem dormiam direito depois de jogar algumas horas seguidas. Ficou parecendo que se preocuparam demais com a censura de idades e fizeram um algo bem soft para passar nos cinemas, quem sabe numa versão estendida no bluray venha algo melhor não é mesmo?

Os atores também poderiam ser melhores em seus trejeitos tanto de assustados como de salvadores de algo, pois todos parecem estar realmente atuando num fundo verde sem nada para lhe assustar. A cena que Heather encontra com Alessa, ambas interpretadas por Adelaide Clemens, parece que ambas estão vendo um desenho do Mickey de tão "empolgadas" que estão com o que fazem, isso acredito que seja mais um problema de direção de atores do que da própria atriz, e nesse quesito ficou devendo e muito. O mesmo acontece com Sean Bean que está tão acostumado com grandes interpretações e na cena que está pendurado faz uma cara de nada, assim como nas demais cenas, ou seja, não é problema de atores e sim diretor. Pra compensar um pouco Kit Harington até tenta soar como mocinho dando algumas cantadas fajutas e fazendo em alguns momentos cara de piedade, mas quando necessita fazer drama, esquece que o diretor não orientou nada. Dos demais nem compensa falar, pois como a maioria está maquiada de monstros, então melhor nem dizer de suas interpretações estranhas, mas o grande destaque negativo fica para os figurantes da escola, que nem num filme de primeiro semestre do curso que fiz, com os próprios alunos interpretando bem mal, se consegue algo parecido de tão ruim.

O grande ponto positivo do longa pelo menos é o visual macabro criado nos mesmos moldes do jogo, que aí sim temos corredores assustadores, com rangidos, barulhos estranhos, luzes piscando, muita fumaça e carnificina espalhada por todo lado. Nesse quesito a equipe de arte soube trabalhar com o melhor que tem tanto de digital quanto de materiais para recriar um ambiente monstruoso. A fotografia também elaborou bons tons de vermelho e preto para que os filtros das luzes não revelasse nada de antemão, já que todo o restante o diretor foi entregando facilmente. O 3D foi muito bem empregado tanto no quesito profundidade de campo, quanto de coisas saindo da tela, tanto que logo de início as cinzas caindo até incomodam um pouco nossa visibilidade e depois durante as aparições dos monstrengos sempre algum elemento deles sai da tela, mas de maneira tão previsível que nem assusta nada, o que é uma pena.

Enfim, é algo que prometeu demais e cumpriu de menos, principalmente ao deixar milhares de brasileiros fãs dos jogos aguardando um ano para ver o longa no cinema, e ao chegarem lá verem personagens que poderiam facilmente trabalhar nas noites do terror de alguns parques, pois só são feios de longe e de perto não assustam nada, aliás o visual do parque de diversões com toda certeza se já não foi copiado, muito em breve deve aparecer nos parques brasileiros. Além disso, a direção pecou demais em não dirigir realmente os atores, para que fizessem as atuações necessárias para um filme de terror. Recomendo somente para aqueles que não possuem bluray 3D e queiram ver alguns bons efeitos tridimensionais, senão podem esperar que em algumas semanas com certeza já deve estar nas locadoras, ou se preferir comprar online nos EUA que já chega bem rápido. Amanhã estou de volta nessa semana que está bem dividida com filmes ótimos, mas também temos os bem capengas. Abraços e até amanhã pessoal.


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Dragon Ball Z - A Batalha dos Deuses

10/13/2013 10:54:00 PM |

Começo meu texto hoje já com uma recomendação: somente vá ver "Dragon Ball Z - A Batalha dos Deuses" se você for realmente fã da série e queira ver um episódio estendido da nova série que anda passando na TV, senão fuja, pois como filme não tem nada a acrescentar para o cinema mundial. Sei que serei imensamente criticado por ter dito isso, mas nunca fui fã nem da série original, quanto mais dessa nova, mas como tudo que aparece nos cinemas eu vejo, fui gastar algum dinheiro numa sala lotada de crianças que não pararam de falar e se movimentar um minuto na sala, ou seja, como costumo dizer se uma animação não segura as crianças entretidas, não tem como ser boa. Dito isso vamos falar um pouco sobre o que de interessante teve nesse episódio nas linhas abaixo.

O longa nos mostra que após dormir por 15 anos, o deus da destruição Bills desperta e logo fica surpreso ao saber que Freeza havia sido derrotado por um jovem sayadin chamado Goku. Não demora muito para que ele e seu mestre partam para encontrá-lo, ainda mais após Bills lembrar de um sonho que teve envolvendo um duelo épico com um deus super sayadin que ninguém jamais ouviu falar. Ao encontrá-lo, Goku fica logo animado em enfrentá-lo num duelo, mas logo percebe que seus poderes são ínfimos perto do poderio de Bills.

Pode até parecer complicado ler essa sinopse e falar nossa nunca vi nada de Dragon Ball Z, será que vou entender alguma coisa se for assistir? Sim, pois tudo é bem explicadinho durante a duração, mas não chega a convencer ninguém a se tornar fã da saga, pois é algo feito exclusivamente para eles. Mas nem tudo é ruim no filme, pois a dublagem caprichou na abrasileiração dele, colocando termos, piadas e até mesmo comidas para que o público se divertisse com o que é mostrado, e assim até dá para rir em alguns momentos.

O desenho continua com suas linhas tradicionais mangás, com personagens de olhos enormes e roupas largas que a maioria já viu em suas zapeadas de canal, então nesse quesito não há nada de novo, só não conhecia mesmo o tal Bills que não lembro de ter visto em nenhum episódio dos quais assisti, que agrada mais por sua fome desesperadora do que pelos poderes que tem, dando apenas alguns soquinhos em Goku, o que o torna bem chato já que esperava mais pancadaria pelo menos.

Muitos vão falar que irei economizar digitação, mas vou preferir falar apenas isso do filme, que é um episódio maior de 85 minutos de um dos desenhos feitos para pouquíssimos fãs, e que com certeza se você levar seu filho que não conhece para ver, sairá da sala sem que ele queira comprar qualquer coisa do desenho, ou seja, uma ótima economia para os pais, já que a maioria dos filmes deixa as crianças malucas por brinquedos inspirados nos filmes. Ainda espero que algum diretor maluco de Hollywood resolva comprar os direitos do desenho e crie quem sabe um filme live-action que faça realmente valer pagar por qualquer outro novo filme da série, senão já dei duas chances, vendo os dois que foram lançados no cinema e não pretendo ver um terceiro. É isso pessoal, posso ter ficado um pouco zangado a mais já que uma criança não parou de chorar o filme inteiro, mas continuo sem recomendar ele. Fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais posts no site, abraços e até amanhã.


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A Sorte em Suas Mãos

10/13/2013 10:16:00 PM |

Certos filmes conseguem ser tão leves que acabam sendo gostosos de ver, e isso muitas vezes agrada as pessoas que vão assistir. Um exemplo claro disso é o filme "A Sorte em Suas Mãos" que embora tenha até alguns problemas clichês, consegue mostrar sua essência que envolve tanto o jogo de pôquer como a vida, onde as mentiras podem ao mesmo tempo ajudar e também atrapalhar uma jogada, e dessa forma temos um filme bem Sessão da Tarde que vai agradar a todos que estiverem dispostos a se divertir com o romance apresentado sem esperar nenhuma reviravolta assustadora.

Não é novidade para Uriel desejar ser outra pessoa. Divorciado, com dois filhos e um emprego medíocre, ele há muito tempo abandonou seus sonhos de juventude. Sua única diversão é jogar pôquer. E então, ao acaso, ele reencontra Glória, uma antiga namorada. Esse encontro fará com que ele mude a perspectiva de sua vida e perceba que é chegada a hora de virar o jogo e reescrever sua própria história.

O maior problema do roteiro é principalmente o de embora seja uma produção argentina-hispânica-brasileira querer fazer os encontros de pessoas que querem se encontrar da forma mais natural possível, parecendo que tudo nessa vida acontece tão fácil assim, da mesma forma que ocorre em alguns romances americanos, e isso inicialmente incomoda bastante, mas com o andar da trama acabamos esquecendo desse detalhe e entramos mais enfocados no que o diretor quis mostrar, o lance todo do blefe, e conforme vai passando por todos os momentos dos protagonistas, tudo passa a ser normal e bonitinho de se ver, agradando na medida mais leve possível. O formato tradicional de planos e contra-planos também mostra que o diretor não quis se esforçar para que nada fosse diferenciado na sua trama, então não vá assistir esperando algo trágico nem uma reviravolta monstruosa que você se espante, mas sim um romance gostoso, leve e que se não tivesse alguns momentos de improbabilidade até pudessem acontecer.

As atuações estão bem convincentes, principalmente se pararmos para pensar que o protagonista nem ator é realmente. O cantor Jorge Drexler faz bons trejeitos em sua estreia nos cinemas ao conseguir passar como um pai separado que cuida bem dos seus filhos, seus olhares apaixonados agradam, mas poderia ter sido melhor como um jogador de pôquer que fica em segundo lugar num campeonato, pois sua forma de jogar para quem conhece um pouco do jogo, saberá notar facilmente suas fraquezas. A atriz Valeria Bertuccelli tem bons momentos, mas no geral não agrada muito, deixando que o filme saia das suas mãos e acabe parecendo ser mais uma coadjuvante do que atriz principal, o que é uma pena, já que poderia ser mais incisiva e chamar mais atenção para si. Os demais atores conseguem ter seus momentos para se mostrar bons ligadores de trama, mas nenhum tem grande destaque, tirando o jovem Lucciano Pizzicchini que do nada acaba virando guitarrista do show principal, de onde o diretor ou roteirista imaginou essa possibilidade é algo que gostaria de saber.

A parte técnica da trama agrada com suas três ou quatro locações feitas de forma bem interessante para convencer os espectadores de onde os atores estão sem precisar falar muito, tendo os cassinos, a empresa do protagonista, a casa da mãe da protagonista e o apartamento do protagonista todos decorados de forma simples, mas sempre mostrando o mais real possível, por exemplo sendo pai divorciado, a casa contêm muitos brinquedos espalhados e por aí vai, onde os elementos cênicos apenas estão presentes apenas para representar a cena e não para serem usados na trama. A fotografia também ficou bem tradicional, não abusando de nada inconvencional e usou cores claras para tematizar de forma leve e sutil todos os momentos, não criando nenhuma tensão que precisássemos relevar.

 Enfim, é um filme bonitinho para ver acompanhado de alguém especial ou somente para ver que nem sempre um blefe/mentira pode dar certo, deixando essa lição apenas. Recomendo ver ele mais como uma sessão da tarde gostosa e despretensiosa do que como um filme argentino forte e interessante como costumamos ver. É isso pessoal, fico por aqui agora, mas hoje conferi mais um filme também, logo depois que escrevi essa crítica num lugar que não possuía internet e estarei postando o que achei do outro logo na sequência, então abraços e até daqui a pouco.


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Rota de Fuga

10/13/2013 01:28:00 AM |

É sempre divertido na semana das crianças ver nossos astros de infância em ação, e claro que não perderia por nada a estreia de "Rota de Fuga" que conta com os dois nomes que praticamente assistia todas as semanas em alguma sessão na TV quando moleque. A única coisa que não pensei é que veria um filme tão bom dos dois juntos, pois "Mercenários" é mais comédia do que ação, e aqui felizmente temos todo um plano maquinado pela cabeça de Stallone a mil que conta com a ajuda do grande e velho Schwarzenegger. E aliado a toda ação/suspense que o filme cria como clima, ainda conta com diversos bons diálogos misturados de cadeia com piadas muito divertidas entre os protagonistas

O filme nos mostra que Ray Breslin é a maior autoridade em presídios de segurança máxima do mundo. Após analisar diversas prisões norte-americanas, ele desenvolve um modelo à prova de fugas. Quando recebe uma nova missão, Ray é enviado para a instalação secreta mais segura do mundo, mas é traído e abandonado por lá. Para sobreviver, ele precisa encontrar uma maneira que permita sua fuga. Sua única chance é se unir a Rottmayer, preso que está sendo pressionado para revelar o paradeiro de um chefão do crime internacional.

O intrigante da trama é adentrar a mente extremamente imaginativa dos roteiristas que com muita certeza assistiram a diversos episódios de séries sobre prisões ou estiveram realmente presos, pois dificilmente teríamos tantos detalhes de cada prisão por onde passou o protagonista. E com isso fica interessante logo na primeira cena saber como ele saiu de lá no melhor estilo Mister M das prisões, e logo na sequência ao ser preso num presidio completamente baseado em suas teorias anti fuga foi criado um misto de suspense que poucos filmes classificados nesse gênero conseguiram obter o mesmo resultado. Claro que isso também se deve muito à Mikael Håfström que conduz uma direção eficiente deixando os dois astros bem soltos para fazerem o que sabem de melhor e colocando um antagonista da melhor estirpe para maltratar e muito todos. Os planos de câmera escolhidos pelo diretor faz o filme ter um ritmo denso, mas ao mesmo tempo bem dinâmico.

Falar de atuações num filme desse é praticamente uma heresia, já que todos dominam muito bem a arte dramática e são feras em dar tiros, socos e tudo mais que se necessite num bom filme sobre fuga de prisão, mas vamos lá. Sylvester Stallone com sua voz rouca, utiliza mais sua mente e seus diálogos num filme que demonstra ter uma habilidade ímpar tanto para se meter em confusão quanto para ser um gênio dos negócios em segurança, e sua perspicácia para colocar os diálogos a seu favor, utilizando boas deixas de gangues e piadas que faz com tudo ao seu redor é um show a parte. Arnold Schwarzenegger depois que largou o governo resolveu trabalhar e muito nos cinemas, tanto que a quantidade de filmes que está envolvido só tem subido diariamente, e o mais incrível é que ele ainda faz muito bem o que sabe fazer que é brigar, ter um close perfeito e tem melhorado cada vez mais seus diálogos de forma precisa para não cair nos clichés dos personagens que já fez, apesar da cena em que pega uma metralhadora imensa e aí seu Exterminador volta à ação. Agora o azarão da trama se chama Jim Caviezel, que passou um período evaporado dos cinemas, mas se voltar com metade do gás que fez nesse filme está 100% perdoado do sumiço, pois ele simplesmente detona como antagonista, fazendo os dois protagonistas e mais qualquer um que estiver em sua frente sofrer duras penas regadas a muitos socos, pontapés, choques e tudo mais que tiver direito, sempre trabalhando seus diálogos com muito sarcasmo e aliando os pensamentos mais maquiavélicos possíveis. Dos demais atores todos fazem boas cenas, mas sempre auxiliando algum dos personagens principais, destacando alguns momentos de Faran Tahir, Vinnie Jones e Curtis "50 Cent" Jackson que souberam mostrar bem seus trejeitos para a câmera quando estiveram em foco.

Além de excelentes atuações, o filme conta com uma direção de arte minuciosa e precisa para construir um presídio inovador e impressionante, pois mesmo sendo de uma simplicidade por não conter tantos elementos cênicos, é toda trabalhada em artefatos e celas tecnológicas como cubos de vidro, além de solitárias com luzes fritantes e claro com a maior surpresa de todas ao descobrir onde está localizada. E o incrível é que a fotografia soube trabalhar com luzes bem claras, o que acaba sendo bem diferente, pois suspenses e tramas policiais costumam utilizar mais tons escuros.

Portanto é mais um ótimo exemplar que estreou nesse final de semana e deve ser conferido por todos que gostem de uma boa trama divertida e cheia de mistérios. Agrada bastante por colocar os atores livres tanto para piadas, como para fazerem uma boa dramaticidade num filme tenso e cheio de surpresas numa ação de ritmo interessante. Recomendo com certeza o filme para todos, e agora vamos aguardar o que a dupla terá para nos mostrar em "Mercenários 3". Fico aqui, mas nesse domingão ainda irei conferir pelo menos mais um filme e quem sabe pode surgir até dois posts aqui no site, então boa noite, abraços e até breve pessoal.


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É o Fim

10/12/2013 06:58:00 PM |

Se você assim como eu fica se perguntando todo dia o que os atores fazem com seus ricos cachês de Hollywood, o longa "É o Fim" vai lhe mostrar! Não, não estou dizendo que vai mostrar a vida dos atores já que eles interpretam eles mesmos, mas sim como gastar dinheiro numa produção bem feita mas totalmente bagunçada e cheia de coisas sem sentido algum. A única coisa que não posso falar é que não ri, pois de tantos absurdos acontecendo, alguns até soam engraçados e fazem rir bastante, mas no geral tudo que é apresentado poderia ter ficado somente como o curta-metragem "Seth e Jay versus Apocalipse" no qual foi inspirado, que com certeza seria mais produtivo e econômico.

O filme nos mostra que os grandes amigos Seth Rogen e Jay Baruchel vão em uma festa na casa do ator James Franco, que reuniu diversas celebridades no local, como Jonah Hill, Rihanna, Jason Segel e Emma Watson. Tudo corria bem até que um aparente terremoto se revela como sendo o dia do julgamento final. Rogen, Baruchel, Franco, Hill, Danny McBride e Craig Robinson acabam se vendo presos no local na torcida para que o mundo pare de acabar do lado de fora.

O que fico abismado com esse nível de comédia que usa de todos artifícios apelativos para fazer o espectador rir é de onde provém tanto dinheiro, pois em momento algum podemos dizer que ele é uma produção de qualidade ruim, muito pelo contrário, o longa conta com muitos efeitos visuais (toscos, mas de grande proporção) e um elenco cheio de estrelas de diversos filmes, que também não ajudam muito no que fazem. Uma coisa bem evidente é o puxa-saquismo completo em cima do diretor Seth Rogen, que praticamente podemos dizer que é quase uma festa de aniversário dele, onde todo mundo vem e fala que gosta, adora e tudo mais, porém tirando esse exagero, quando é colocado um para falar mal das atuações dos outros em diversos filmes, acaba divertindo mais.

Não posso dizer muito sobre as atuações, pois como disse eles tentaram pelo menos se passar por eles mesmos, então tirando alguns abusos de caretas de Craig Robinson e o momento possessão demoníaca de Jonah Hill, os demais fazem o que costumam fazer naturalmente em seus filmes, sem tirar nem por nada. Se pudesse mudar alguém talvez tiraria James Franco e colocaria no lugar Johnny Depp que tem os mesmos trejeitos e acho que agradaria mais, mas é apenas uma opinião.

O visual foi bem trabalhado tanto nas cenas de interior da casa quanto nas cenas que exigiram mais computação gráfica, e embora alguns bichos ficaram bem feiosos, todos tem movimentos interessantes e agradam. Os elementos cênicos poderiam ser mais usados, mas como não sobrou muita coisa na casa, então ficou fraco nesse quesito. A fotografia trabalhou até que bem, usando tons escuros e alaranjados indicando fogo na maior parte das cenas, mas sem abusar praticamente de nada que fizesse jus a querer algo mais.

Enfim, é mais uma das bobagens americanas que são jogadas nos cinemas, que em alguns dias ninguém nem lembrará da existência dele, vale a pena apenas para rir de algumas poucas cenas, então opte por ver assim que chegar nas locadoras em casa, ou até na TV quando passar naquelas sessões jogadas na noite. Fico por aqui agora, mas hoje ainda teremos mais um filme para conferir nessa semana que está lotada, então abraços e até mais tarde.


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Gravidade em 3D

10/12/2013 01:10:00 AM |

Poderia resumir o texto do filme "Gravidade" apenas dizendo que é algo que nos deixa totalmente sufocados tanto pela história quanto pela imersão perfeita do 3D, que esquecemos de tudo e de todas as palavras e só pensamos em o que podemos fazer num lugar hostil chamado espaço, onde não existe oxigênio, som, nem nada para pensar em como se salvar. Esse era um dos filmes que mais queria ver no ano, mas também era o que mais estava com medo de ser uma negação, já que só se ouvia elogios para ele, o que costuma me deixar bem receoso, e agora poderei lotar o texto de elogios também, pois valeu cada centavo pago para ver essa que pode ser considerada a nova grande obra do cinema americano. E espero com toda certeza muitas indicações ao Oscar, pois seria mais que merecido.

O longa nos mostra que Matt Kowalski é um astronauta experiente que está em missão de conserto ao telescópio Hubble juntamente com a doutora Ryan Stone. Ambos são surpreendidos por uma chuva de destroços decorrente da destruição de um satélite por um míssil russo, que faz com que sejam jogados no espaço sideral. Sem qualquer apoio da base terrestre da NASA, eles precisam encontrar um meio de sobreviver em meio a um ambiente completamente inóspito para a vida humana.

Pelo roteiro e pelo trailer, quem não for realmente fã de filmes dramáticos provavelmente irá fugir do longa, pois vai esperar que seja algo extremamente parado e chato, mas isso é puro engano, afinal ele é repleto de cenas agitadas que acabam provocando mais claustrofobia ainda por a pessoa se chacoalhar toda e ao redor tudo ser igual. Um fator interessante é que família Cuarón, Alfonso e Jonás escreveram algo com muito embasamento real de forma a acreditarmos mesmo que tudo o que ocorre no longa poderia ocorrer facilmente numa missão espacial. E Alfonso conseguiu dirigir tudo isso com uma precisão cirúrgica ao ponto da protagonista parecer uma astronauta bem real e ainda por cima parecer ter sido filmado realmente fora da Terra. Poderia tecer inúmeros pontos positivos da trama, mas em todos colocaria algum spoiler e em hipótese alguma vou fazer isso, já que é um filme que necessita viver a experiência de sair sufocado da sala, da melhor forma possível que o diretor escreveu, estudou, dirigiu, produziu e editou para que todos conhecessem esse novo marco no cinema. Esse é a primeira indicação que gostaria de ver, direção para Cuarón. E porque não dizer também para roteiro original, já que hoje 80% dos filmes acabam sendo adaptações, aqui o diretor e seu filho souberam criar uma história verossímil e inteligente sem ser monótona e chata. Você vai falar, tá lá o Coelho se vendendo e falando igual os demais sobre o filme, eu só respondo com essas palavras: vá ver e depois comente!

A segunda indicação tem de ser para Sandra Bullock, que além de perfeita nos diálogos, conseguiu uma suavidade nos movimentos que impressionaria qualquer diretor de elenco ao dizer que fez muitas das cenas apenas usando seu corpo vagarosamente, seu esforço é minucioso e inteligentíssimo, mostrando que ainda é muito boa no que faz, existem cenas que diríamos com certeza que a atriz já trabalhou na NASA e domina demais a profissão. George Clooney nos agrada também como um coadjuvante que serve muito de trampolim para que a protagonista decole, suas falas sempre encaixam bem com o que será dito na sequência, afinal ele também é um dos roteiristas do longa, e ajudou muito nessa concepção. Os demais como são apenas vozes, agradam também como apoio, mas não há nenhum grande destaque que valha a pena ressaltar.

É engraçado falar do trabalho visual de um filme que mostra o espaço, pois o que poderia nos surpreender em um lugar onde só existem estrelas? Mas o trabalho feito foi tão sábio que até as lágrimas da protagonista acabam virando elementos para serem usados na tridimensionalidade. Cada pequeno objeto jogado pelas naves abandonadas são detalhados e ganham sentido na trama, as naves estão tão bem colocadas que é difícil achar algo errado e falar que não é real. Um trabalho que com toda certeza foi meticuloso e honra demais a categoria. A fotografia encontrou a iluminação na medida tanto para retratar os nasceres do sol quanto para as cenas de maior tensão onde o filme fica praticamente em primeira pessoa, e vemos exatamente o que a protagonista vê, perfeito em tudo.

Hoje resolvi reservar um parágrafo só para o 3D do longa, já que assim como James Cameron falou, esse é "o melhor filme de espaço já realizado" não existe uma só cena que você não esteja imergido junto com os protagonistas, rodando junto com eles, deslizando pelos lugares com o efeito da gravidade no espaço, e principalmente nos efeitos de elementos (pense em tudo que for possível, como disse acima até as lágrimas da protagonista são usadas) flutuando e saindo da tela para os mais exigentes não ter do que reclamar. Na principal cena de efeitos tridimensionais, a da explosão da nave, possui tantos pedaços voando em nossa direção que é quase necessário proteger o rosto com a aflição que é causada. Ou seja, efeitos perfeitos que também mereceriam ser no mínimo indicado à premiação.

Agora de nada adiantaria ter bons efeitos de imersão, um ótimo roteiro, atuações perfeitas e na medida se não tivesse um clima pesado por trás que só foi conseguido graças a trilha impressionante de Steven Price que a cada momento de tensão ia aumentando gradativamente e auxiliando no sufocamento constante que o diretor desejava passar. Posso dizer sem exageros que foi uma das melhores que já ouvi no cinema, sem necessitar ter absolutamente nada cantado, e que consegue envolver perfeitamente todos os espectadores. Ou seja, mais uma categoria pra colocar em pauta na lista de indicações.

Enfim, pra finalizar só falta colocar na categoria principal que é melhor filme, pois até o presente momento nesse ano não tivemos nada que chegasse nem perto para o posto de melhor do ano, pelo menos na minha humilde opinião, então fecho a lista de indicações, recomendando demais que todos vejam esse excelente filme uma, duas, quantas vezes desejar, afinal é muito bom mesmo e felizmente não precisou de nada apelativo para agradar, sendo simples na quantidade de personagens, com uma história bacana e também se olharmos a fundo bem simples, mas tudo executado com minúcia para ser perfeito. Fico aqui triste apenas porque veio tantos filmes essa semana pra cá que não poderei rever ele tão cedo, mas com toda certeza irei rever, pois vale muito. Volto ainda hoje, sábado, com mais filmes por aqui, afinal essa semana está recheada de estreias, então abraços e até logo mais.

PS: Como já dei 10 para alguns filmes nesse ano, precisaria criar uma nota 11 para ele, mas não temos, então como estamos no dia das crianças, vamos relembrar a escola dando um 10 parabéns com estrelinha para o filme
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O Capital

10/10/2013 01:14:00 AM |

Uma coisa bem interessante me ocorre todas as terças-feiras quando sou surpreendido com algum filme na programação do qual eu nem sabia da existência, mas essas surpresas eu gosto de mais ainda de me testar e até o dia que vou assistir ele evito ler qualquer coisa a respeito. Hoje o teste foi muito mais grato do que poderia imaginar, pois o filme francês "O Capital" é mais uma obra de arte do diretor Costa-Gavras que envolve tanto assuntos financeiros, o qual estudei na minha pós quanto a beleza do cinema que foi minha formação, então parecia um bobo assistindo o filme, rindo de algumas situações e me divertindo como nunca com tudo que é mostrado na sua totalidade, tornando ele mais um dos filmes que irei recomendar muito para todos meus conhecidos.

A sinopse nos mostra que os cidadãos do século XXI são escravos do capitalismo; sofrem com os problemas e celebram os triunfos. Esta é a história da ascensão de um escravo do sistema que se transforma em mestre: o executivo Marc Tourneuil se aventura no mundo feroz do capitalismo, tornando-se o CEO de um grande banco. Ele trava uma perigosa luta contra o conselho de diretores quando começa a ter controle unilateral do poder, demitindo muitos dos funcionários e fechando um acordo corrupto com um fundo de investimentos americano.

Quem não for afim de intrigas bancárias ou que não seja acostumado a ler um jornal na parte de Economia, ou até mesmo ver algum jornal mais sério na TV pode se assustar um pouco com o que verá no filme, mas embora exista toda a parte ficcional, é a mais pura realidade que ocorre algumas vezes no mundo onde vivemos. O diretor Costa-Gavras é famoso por fazer filmes que nos leve a pensar muito sobre algum determinado assunto, mas aqui ele optou em ser um pouco mais explícito e já cravou sua faca na cara do espectador mostrando tudo e mais um pouco. Em alguns momentos até podemos pensar que ele vai mudar um pouco de lado e resolver o filme de forma diferente, mas sairia da coesão inicial da trama, e felizmente não temos isso. Outro ponto sábio foi colocar insights do protagonista realizando coisas que desejaria fazer ao invés da realidade, são os melhores do filme sem dúvida alguma, que mesmo sendo pontos de alívio de tensão conseguem agradar demais sem acabar com a seriedade da trama.

O ator Gad Elmaleh apenas possui uma pequena semelhança física com Nicolas Cage, mas sua qualidade técnica vai muito além ao demonstrar tanto uma perfeita persuasão tanto no olhar quanto na forma de interpretar seus diálogos que coloca qualquer personagem no devido lugar que é inferior a ele, e ao mesmo tempo ele não sai da linha simples querendo aparecer em foco demais agradando na medida. É até difícil falar de qualquer outro ator com tudo que o protagonista faz, mas a persistência de Gabriel Byrne é impagável com cenas onde qualquer um com sangue mais frio faria exatamente o que o protagonista pensa sem pestanejar nem um pouco, e isso mostra o quão bom ator ele é, pois faz o "vilão" ser o que deve ser. Lyia Kebede quase me convenceu ser uma modelo real, mas seu personagem na terceira aparição já começa a ficar chato demais, poderia ter sido resolvido mais facilmente sua trama da mesma forma como finalizaram, mas antes. É interessante que todos os atores mesmo que fazendo pequenas pontas conseguem chamar atenção no seu devido momento, mas a resolução sempre recai sobre o protagonista que mandou muito bem, valendo destacar alguns momentos de Natacha Régnier que soube fazer a mulher que apoia no início e vai desgostando de tudo que vai acontecendo com o marido, e isso é nítido em empresários grandiosos e suas esposas, e ela soube dosar a interpretação sem ser chamativa demais.

O visual todo trabalhado nos grandes escritórios bancários e toda a riqueza por trás disso é algo que faz do filme um charme a parte, pois ele tramita muito bem a realidade que é um mundo a parte do que vemos nas ruas e na nossa própria vida. Se a equipe de arte não filmou em locações reais, tenho certeza absoluta que os 8 milhões de euros do orçamento foi todo em construções, pois é minucioso cada detalhe usado, desde as videoconferências interessantíssimas que mostra o nível que andam as telecomunicações, quanto nos gestos mais singelos como os presentes coreanos dados para as crianças. A fotografia usou do tradicional para não chocar mais do que a trama em si já é chocante e aliado a planos mais velozes tanto de filmagem quanto na edição, a trama ganha um ritmo agradável sem ser nem rápido demais nem chegar a dar sono.

Enfim, é um longa mais técnico que alguns até podem não entender ou gostar, mas para aqueles que procuram algo diferenciado do comum que nós é jogado todos os dias e mostrar uma realidade dura de aceitar, esse é o filme que recomendo com toda certeza. Um fato bem cômico é que aqui em Ribeirão Preto está sendo exibido apenas na sala mais chique e rica dos cinemas, e alguns que estavam na sala aparentavam ser dessa turma que o filme mostra e ao mesmo tempo critica, então não sei se todos gostaram tanto quanto eu. Se você estuda Economia ou Finanças, é mais um longa obrigatório, e se você também se interessa por esses assuntos, vá que é garantia de gostar. Encerro a semana cinematográfica da melhor forma possível, com uma nota que andava meio sumida por aqui, mas que mereceu voltar. Mas não fiquem tristes, que só sumirei daqui nessa quinta-feira, pois na sexta volto com uma semana bem recheada de estreias pelo interior contando com pelo menos 8 filmes que irei acompanhar, talvez um pouco mais, mas iremos nos falando por aqui. Então abraços e até sexta pessoal!


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Metallica: Through The Never 3D

10/07/2013 10:49:00 PM |

Se você sempre quis ir a um show de rock, mas morria de medo de brigas, drogas e tudo mais, sua chance chegou e da melhor forma de assistir: sentado em uma poltrona extremamente confortável, com o volume no último e ainda em 3D que deixa você praticamente tocando a guitarra junto com a banda. Sim, essa foi a experiência mais surreal que poderia imaginar ter no cinema com "Metallica: Through the Never 3D", onde o show ultrapassa todos os limites de uma superprodução com direito a pirotecnia, terremotos, raios, cadeira elétrica, estátuas imensas, destruição de palco e tudo mais que você possa imaginar num show de rock de uma das bandas mais icônicas das últimas gerações. E olha que quem está digitando tudo isso conhecia sequer umas 2 ou 3 músicas da banda e saiu vibrando com tudo que viu na tela, então já fico imaginando como será para um fã.

Além do fantástico show, o longa conta com uma pequena trama por trás, que nos mostra a seguinte sinopse: Trip é um jovem roadie da famosa banda Metallica. Ele trabalha nos bastidores dos shows e nem sempre consegue assistir às apresentações. Durante um show do grupo, ele é chamado para solucionar um assunto urgente e irá se deparar com uma série de desafios sobrenaturais.

Embora seja muito bem produzida a trama ficcional para o show, considere mais pagando pelo show do que para ela, pois mesmo o diretor Nimród Antal dizendo que teve inspiração no livro "O Alquimista" de Paulo Coelho, tudo só consegue ter um cerne para quem tiver com muita erva na cabeça, pois eu gostei do que vi, mas não entendi lhufas. Considerei uma viagem muito louca que o cara teve e que a droga que mandou pra dentro antes de começar com tudo, o deixou muito louco vendo coisas absurdas pelo caminho de sua missão. Além disso fiquei muito puto com o final da trama, então quem entender melhor das músicas e conseguir entender o minifilme, e quiser compartilhar sem lotar de spoilers, os comentários estão abertos.

A atuação de Dane DeHaan é convincente para a trama, colocando seus medos e sua fúria completamente pra fora, fazendo muito mais do que poderia, agradou muito visualmente. Quanto do show James Hetfield detona tanto no vocal quanto na guitarra, mandando bem demais na condução do show aos 50 anos de idade. Lars Ulrich só falta pegar a sua bateria e destruir ela nas costas, pois do restante faz de tudo com ela, também aos seus 50. Robert Trujillo me deixa perguntando como seu cabelo não enrosca no baixo, pois o cara é pura violência nos acordes. E claro Kirk Hammet arrasa nos solos e demonstra uma precisão monstruosa com o que faz com sua guitarra.

A equipe de arte do filme fez uma cenografia de dar inveja em muitos longas de terror/suspense, com ruas desertas, trombadas fortes e misteriosas, carros de polícia pegando fogo, militantes em briga com a polícia tacando fogo em tudo, um cavaleiro muito sinistro laçando e enforcando militantes, ou seja tudo de mais sinistro possível. Já a equipe de arte fez tudo que falei no parágrafo inicial durante a performance nos shows, que são dois, um em Vancouver e outro em Edmonto, ou seja, tudo muito bem coreografado para não ferir ninguém da banda e muito menos o público que fica muito grudado do palco. Simplesmente uma experiência incrível ver isso tudo acontecendo num único palco. A equipe de fotografia usou e abusou de tons escuros e vermelhos para dar o hardcore total que um bom rock pede, usando as câmeras cedidas por James Cameron e Vince Pace para criar um ambiente 3D com coisas saindo da tela e dando uma profundidade de campo como poucas vezes vista, colocando realmente o espectador junto dos artistas no palco a todo momento.

É um show do Metallica, preciso falar algo da trilha? Mas vou ser bonzinho e colocarei todas as canções tocadas: "The Ecstasy of Gold", "Creeping Death", "For Whom the Bell Tolls", "Fuel", "Ride the Lightning", "One", "The Memory Remains", "Wherever I May Roam", "Cyanide", "...And Justice for All", "Master of Puppets", "Battery", "Nothing Else Matters", "Enter Sandman", "Hit the Lights", "Orion"

Enfim, vale demais ir conferir e quem tiver a oportunidade onde estiver passando vá, pois é algo único, claro que estou falando do show. Poderia ser um pouco melhor se a parte ficcional funcionasse e não ficasse nessa incógnita maluca que foi proposta e não resolvida, mas mesmo assim o visual dela compensa qualquer coisa. Como disse nunca fui fã da banda e gostava de uma ou duas músicas apenas, mas a performance mostrada é fora dos padrões normais e por isso recomendo com toda certeza para todos que gostem de um bom show, extremamente bem produzido. Fico por aqui hoje, mas amanhã estou de volta com mais um longa que apareceu pelo interior, então abraços e até logo pessoal.


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Mato sem Cachorro

10/07/2013 01:27:00 AM |

Como salvar um filme de roteiro fraco usando dois animais? Faça essa pergunta para Pedro Amorim, diretor de "Mato sem Cachorro" e terá a resposta rapidamente. Você deve estar se perguntando, mas o filme não tem só um cachorro de protagonista? Sim, mas quem salvou o filme de ser um marasmo de besteiras é a inconveniente atuação ou melhor zoação de Danilo Gentili, que fez todos sem exceção de uma sala lotada, rirem em todos os momentos que apareceu, salvando e muito o filme, pois a priori principal de uma comédia é fazer rir, e mesmo sendo extremamente mal-humorado, com toda certeza absoluta este filme fará você gargalhar.

O longa começa nos mostrando que Deco vive jogado no sofá de sua casa, apesar de ter bastante talento com a música. Um dia, ele encontra dois grandes amores de uma só vez: a radialista Zoé e o cachorro Guto, que desmaia toda vez que fica muito animado. Não demora muito para que o trio viva como se fosse uma família. Só que, dois anos depois, Zoé termina o namoro, fica com a guarda de Guto e ainda por cima arranja um novo namorado. Motivos mais do que suficientes para que Deco fique revoltado e prepare uma vingança: sequestrar Guto. Para tanto ele conta com a ajuda de seu primo Leléo.

Só de ler a sinopse já é notável que tudo tende a ser o maior besteirol possível que alguém teria a ideia de fazer, mas souberam trabalhar com um elemento que funciona demais no Brasil, a comédia novelesca. Porém para nos salvar de tudo que andam fazendo nesse quesito, o diretor soube trabalhar com algo que anda muito em falta nas comédias brasileiras: as piadas. E com isso, passamos quase duas horas no cinema rindo de tanta porcariada que se tivesse algum momento sério na projeção tentando dar alguma lição, o mesmo passaria completamente batido. Portanto fica aqui um conselho desse Coelho que vos digita, veja o filme se desligando de qualquer ideia de algo sério, e com toda certeza você irá ter uma sessão completamente diferente e divertida, pegando toda a sintonia que o diretor quis passar, ao escolher um elenco de pessoas anormais.

Já que citei os anormais, vamos falar um pouquinho deles, afinal é evidente que o diretor quis que seu filme não fosse levado à sério ao escolher Danilo Gentili, Rafinha Bastos, Marcelo Tas, Sidney Magal e Sandy numa única produção não é mesmo? Mas a colocação deles deixou o longa mais caricato e interessante de se ver. Rafinha como um veterinário, fez o que sabe fazer, falar besteiras com um sotaque estranho que estamos acostumados e ainda rimos disso. Marcelo Tas fazendo uma figuração dupla serviu pra nada. Sidney Magal provavelmente trocou os direitos de suas músicas por algumas aparições e também não fez nada. Sandy está decidida a ser a Miley Cyrus brasileira, não querendo ser santinha, vomitando em uma blitz e tirando isso também não serviu pra nada, ou melhor, serviu pra ser citada durante todo o filme pelo processo que move contra o protagonista por ter a filmado sendo malvada. Então sobrou pra quem? Pro grande humorista das noites brasileiras chamado Danilo Gentili, que soube muito bem segurar a onda e embora tenha dito numa entrevista que tentou não ser ele mesmo no filme, fez muito bem o seu próprio papel, e divertiu como nunca em esquetes perfeitas e engraçadas, claro que todas muito regadas a escracho e pornografias, mas é seu jeito, e isso soou muito bem para o longa. Mas vamos falar dos protagonistas um pouco também né, afinal Bruno Gagliasso e Leandra Leal até conseguiram manter uma boa química junto do cachorro Guto, sem necessitar apelar para caras e bocas, os dois que são atores conceituados na nossa televisão souberam dosar toda a bagunça do elenco de apoio com técnica e divertindo sem apelar muito. Dos demais atores Enrique Diaz, Gabriela Duarte, Letícia Isnard, Felipe Rocha e Tatsu Carvalho, melhor apenas citar os nomes e rezar pela alma deles, que apelaram bonito para fazer rir, mas conseguiram pelo menos.

O visual da trama é bem produzido e trabalhado para retratar um apartamento de dois homens solteiros, ou seja, uma bagunça completa, uma clínica monstruosamente temática para cães, uma outra clínica totalmente pobre e que nem parece um lugar de veterinária, uma rádio alternativa, algumas praças e praias, e tudo isso foi muito bem retratado sem precisar colocar nenhuma plaquinha identificando, então ponto para a equipe de arte. A fotografia optou por não utilizar nenhum filtro deixando o longa bem claro principalmente para dar o alívio cômico necessário para a trama, e isso caiu bem já que o diretor também optou por planos tradicionais e foi sensato nesse quesito. Temos algumas acelerações de câmeras, mas que não chegam a ser prejudiciais demais.

As trilhas sonoras mixadas de diversos artistas, assim como a Sandy fala a única coisa sensata da trama, deve ter dado um trabalho imenso para a equipe legalizar os direitos de todas as músicas, mas ficaram muito interessantes todas e caíram bem para não ficar nas mesmices de sempre.

Enfim, fui assistir o filme pronto para voltar e falar mal de tudo, mas ri tanto com o que foi mostrado que atingiu o nível necessário para cumprir com a função de comédia e acabou me agradando bem mais do que imaginava. Não digo que é a melhor comédia nacional já feita, mas quem quiser rir de muitas besteiras ditas em cena, pode ir que é garantido. Só não faça como uma mãe que ao ver cachorrinhos no trailer achou que poderia levar seus filhos pequenos para uma sessão feliz e sorridente e com a quantidade de palavrões e ditos e insinuados, quero ver explicar depois para as crianças todas as dúvidas delas. Fico por aqui nessa madrugada, mas nessa semana ainda teremos muitos posts por aqui, então abraços e até mais tarde pessoal.


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Frances Ha

10/06/2013 05:52:00 PM |

Em um mundo atual onde as novelas e filmes mostram que para uma mulher ser feliz, ela deve casar, ter filhos e um emprego onde sobre tempo para viver com sua família e ter uma vida colorida, o longa "Frances Ha", vai completamente no modo inverso e mostra que essa pseudo-realidade não cabe bem para a mulher moderna e que esse conto de fadas não é necessariamente a melhor forma para que ela seja feliz. E o que deixa o filme mais interessante ainda é ver que ele não trata de algo cult e europeu, mas sim de um longa americaníssimo com toda desenvoltura possível, mas completamente independente assim como a protagonista deseja ser e consegue de forma incrível.

Frances divide um apartamento em Nova York com Sophie, sua melhor amiga. Brincalhona e com ar de quem não deseja crescer, ela recusa o convite do namorado para que more com ele justamente para não deixar Sophie sozinha. Entretanto, a amiga não toma a mesma atitude quando surge a oportunidade de se mudar para um apartamento melhor localizado, mesmo que isto signifique que ela e Frances passem a morar em locais diferentes. A partir de então tem início a peregrinação de Frances em busca de um novo lugar que se adeque às suas finanças, já que ela é apenas aluna em uma companhia de dança à espera de uma chance de integrar o grupo de bailarinos que encenará o espetáculo de Natal. Mesmo diante das dificuldades, Frances tenta manter o alto astral diante os problemas que a vida adulta traz.

A composição do roteiro feita pelo diretor Noah Baumbach e a atriz Greta Gerwig é de uma dramaticidade ímpar, pois consegue aliar toda a animação que seria necessário para manter um longa diferenciado e ainda assim continuar com a seriedade imposta para que o filme não saia do eixo. E essa subjetividade que é passada a todo momento, contrapondo a chegada da idade adulta, da saída da faculdade, da perca de um romance, da melhor amiga se casando e abandonando, e tudo mais que acabamos vivendo em algum momento de nossa vida, com a fantasia que alguns filmes tentam mostrar que seria na realidade, é ao mesmo tempo um baque imenso para quem acredita nas fantasias quanto uma felicidade muito grande ao ver que ao menos um diretor foi capaz de mostrar que nem toda mulher necessita dessas falsas realidades para viver sua vida, o que na verdade é o mais moderno possível, encarar uma vida sozinha com um emprego que mal paga suas contas, mas que pelo menos consegue deixar sua vida feliz. A linguagem que o diretor escolheu filmar, totalmente linear e em preto e branco conseguiu fazer um contraste da modernidade contextual a que estamos inseridos com um passado onde tudo que era certinho era bom, e ao mesmo tempo chocar mostrando que a realidade não é bem essa que tentam nos passar.

A atriz Greta Gerwig é impressionante no que consegue passar com sua personagem, é praticamente um relato de vida mostrado pelo diretor que fazem as horas passarem voando com sua desenvoltura frente as câmeras. Mickey Sumner é uma atriz com trejeitos diferentes do costume, e sua Sophie acabou mostrando ela de forma mais estranha possível, claro que isso não atrapalhou em momento algum o filme, mas suas ações são difíceis de conseguir esperar, e isso em alguns momentos é muito bom, mas em outros acaba soando que um erro pode ser corrigido facilmente. É muito bonito a forma de tratamento de Michael Zegen com a protagonista, mostrando que é possível sim ter amizade entre homens e mulheres sem que o homem seja gay, sua naturalidade para com o personagem agrada e mostra de uma forma sutil toda sua interação e expressão sem que soe falso em momento algum. Adam Driver e Michael Esper são praticamente figurantes de luxo, que possuem algumas falas contundentes, e conseguem até chamar atenção quando estão enquadrados, mas não fazem diferença para o filme, pois a protagonista rouba toda a atenção e isso é um mérito excelente dela.

O visual nova-iorquino nem é tão trabalhado no filme, mas como um pano de fundo para a história serve perfeitamente, afinal estamos falando de um lugar onde tudo é muito corrido e cheio de glamour, porém novamente o diretor entra para diferenciar e coloca como se nada disso importasse, pois as pessoas lá também vivem, mesmo que com pouco dinheiro. Os elementos trabalhados nos apartamentos usa bem esse contraponto a fim de mostrar as divergências de quem tem dinheiro e também de quem tem sorte na vida. A fotografia em preto e branco além de servir para dar a oposição que o diretor queria, serviu para dar um charme a mais para o longa, afinal se fosse colorido, alguns elementos chamariam mais atenção do que a própria protagonista em si, e isso em momento algum poderia ser pensado na trama.

Outro ponto perfeito é a trilha sonora escolhida, que utiliza todas as músicas no momento preciso que devem aparecer, trabalhando quase que como uma extensão do filme. As músicas orquestradas jogam alguns momentos quase que para um cinema mudo, onde as expressões fazem valer muito mais do que qualquer palavra dita e com isso fica excelente. E a música "Modern Love" de David Bowie entra tanto em cena quanto na finalização com todo o significado máximo da mensagem que o diretor quis passar para a trama.

Enfim, um ótimo filme que até poderia ser um pouco melhor se não tivesse demorado demais em algumas poucas cenas, mas no geral é perfeito e fará muitas mulheres saírem dos cinemas onde estiver passando ou até mesmo nas suas casas com um ar de eu posso tudo e esse filme me representa. Recomendo principalmente pra essas mulheres modernas e também pra todos que gostem de um filme diferenciado e divertido, mas já aviso que alguns homens mais machistas talvez achem o filme meio cansativo e chato, então pensem duas vezes na companhia que irá levar para assistir. Pra quem for de Ribeirão Preto e quiser assistir, ele está passando no Cine Belas Artes dos Estúdios Kaiser de Cinema nessa semana, e é uma boa opção para quem não curte shoppings lotados. Fico por aqui, mas hoje ainda teremos mais uma sessão no Belas Artes para conferir, então abraços e até mais tarde com mais um post.

PS: Daria 9,5 fácil para o longa devido apenas à algumas cenas desnecessárias e longas, mas somente por esse motivo, como não tenho notas pela metade e isso pesa um pouco vamos ficar com 9.


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Aposta Máxima

10/06/2013 02:00:00 AM |

Um ponto que costumo dizer é que de nada adianta um filme ter um bom roteiro se o elenco não se empolgar com ele, pois o filme irá remar, remar e continuar rodando em círculos sem que nada empolgue o espectador e o mesmo acabará cansando do que está vendo. Com "Aposta Máxima" temos algo bem próximo disso, pois o filme demora muito a engrenar seja pela falta de empolgação dos atores com a história que é bem trabalhada, seja pelo roteiro que foi feito para quem gosta de jogos de blefe, e quando a trama entra num ritmo que vai agradar o espectador comum, simplesmente chegamos ao final dela e já é tarde demais para conquistar alguém.

O longa nos mostra que Ritchie luta para concluir sua universidade, mas tem problemas para arcar com as despesas do curso. Ele acaba entrando de cabeça no mundo das apostas online de pôquer. Antes ele apenas apresenta o jogo para outras pessoas, mas também acaba jogando para conseguir dinheiro. Ele perde tudo, mas está convencido de que foi passado para trás. É aí que decide visitar a Costa Rica e pressionar o executivo Ivan Block. Impressionado com o jovem, o empresário acaba acolhendo Ritchie em seu negócio.

O roteiro em si até aparentava ser interessante e com dois atores que sabem trabalhar bem em dramas poderíamos ter novamente algo do gênero de "Sem Limites", mas diferente do acelerado filme de 2011, esse anda tão devagar que quase dá para ver os jacarés comendo em slow-motion na cena em que Affleck os alimenta. O que não consegui enxergar é se o problema ficou para o diretor que não conseguiu empolgar na ação dramática ou se o roteiro mesmo que pecou em não colocar essa ação para ser feita, pois chega a cansar o excesso de pontos narrados por Timberlake para representar seus pensamentos e ações, transformando o espectador em um objeto que não sabe nem ver o que está sendo mostrado, pois narra tudo. Outro fator que aparenta ser uma escolha do diretor já que seu filme anterior também foi cheio de termos técnicos é que ele adentra tanto para explicar algo que as vezes até esquece que tem um filme de 91 minutos nas mãos e não tem tempo para enrolação. Além disso, um erro gravíssimo do diretor é ter escolhido diversas cenas com a câmera na mão, já falei isso em filmes de terror e repito aqui, se você não vai usar de forma correta, não use, pois fica uma poluição visual completamente desnecessária e feia de ver na telona.

É interessante ver o quanto Justin Timberlake consegue oscilar nas suas interpretações, e principalmente dentro de um mesmo filme, onde começa fraco, joga o nível lá pra cima, despenca fazendo caretas, e finaliza bem com uma sacada feliz do roteiro, então com isso fica difícil avaliar se o ator é problema ou se não conseguiu também adequar o roteiro para ele e acabou confundindo sua forma de atuar. Ben Affleck é outro que estão apostando demais nele e como ator ainda não conseguiu me empolgar, fazendo sempre o mesmo jeitão canalha, consegue ter diálogos bem encaixados, mas quando achamos que vai decolar e chutar a todos, vira um cordeirinho manso com a mesma expressão que estava quando estava bravo, ou seja, é ator de cara única. A beleza de Gemma Artenton é algo que é bem diferenciado dentro de Hollywood, e no filme poderiam ter usado um pouco mais disso ao invés de tentar jogar ela no excessivo diálogo de apostas, seria mais sábio e mais prazeroso vê-la seduzindo no jogo de apostas do que a forma boba que fica de conversinhas falsas com os dois protagonistas. Outro que poderia empolgar se tivesse mais cenas é Anthony Mackie que anda fazendo bons papéis, mas sempre o colocam como secundário ou terciário na trama, e o cara manda muito bem mesmo pegando diálogos ruins, aqui chega com tudo e poderia muito bem ter salvo o filme. Os demais atores acabam servindo sempre para algum elo pequeno, então é difícil falar que tenham se saído bem ou não, destacando apenas um pouco Yul Vasquez nas três pequenas cenas que demonstra saber fazer caras tanto de desespero, quanto de revolta e imposição para o que pedia no roteiro.

Um ponto favorável no filme é a questão visual que com cassinos, mansões belíssimos e junto disso lugares também bem barra pesada, a equipe de arte soube trabalhar bem para retratar tudo da melhor forma e agradar sem pesar muito a mão, com isso vemos diversos elementos cênicos que retratam essa vida abusiva por trás dos jogos de cassino e independente de onde o protagonista esteja, conseguimos identificar facilmente. A fotografia trabalhou muito com o branco estourado e o azul escuro, sem maneirar em quase nada, o que ajudou um pouco o longa a ficar mais cansativo do que já é, poderiam ter usado mais amarelo para dar ação que quem sabe faria algo mais interessante.

Enfim, era um filme com potencial gigante, pois o poker online anda tão na moda que é difícil conhecer alguém que não tenha perdido algumas horinhas jogando mesmo que não seja envolvendo dinheiro real, mas acabou entrando pra um outro lado sem que esse outro lado do tráfico tivesse sido bem trabalhado, além de deixar mais bagunçado e cansativo algo que necessitaria ser mais dinâmico. Fico com dó do dinheiro do Leonardo DiCaprio que investiu pesado como produtor gastando 31 milhões e até agora só viu 11,5 milhões de volta, vai ter de rezar muito pra não afundar o seu Titanic. Encerro aqui hoje, mas nessa semana ainda terá muitos textos de diversos filmes que apareceram pelo interior, então abraços e até breve pessoal.



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Tá Chovendo Hambúrguer 2 em 3D

10/04/2013 11:36:00 PM |

Um fator interessante que existe nas animações da atualidade é o de conquistar as famílias, saindo do costumeiro e tradicional filme feito para crianças. Quando a Pixar/Disney começou com essa moda de enxergar os pais que levavam seus filhos ao cinema e ganhar cada vez mais público, pois solteiros também iam por conter boas piadas e tudo mais, formou-se então um nicho que só vem crescendo e cada vez mais melhorando. Com "Tá Chovendo Hambúrguer 2", a proposta embora seja até um pouco mais infantil do que o primeiro longa, a Sony Animation consegue colocar elementos inteligentes ocultos durante toda a trama que surpreendem e acabam divertindo bem todos os adultos que forem pegar uma sessão de cinema descontraída, pois existem pontos fofinhos para as garotas suspirarem, possui referências de diversos outros filmes nerds e até mesmo algumas sacadas interessantes por envolverem ciência e cinema junto, então pra quem gostar de um pouco de cada coisa, o filme irá atingir com certeza e não terá motivos para reclamar.

O filme nos mostra que após a desastrosa tempestade de comida no primeiro filme, Flint e seus amigos são obrigados a deixar a cidade de Boca Grande. Sem saída, ele aceita o convite de seu ídolo, Chester V, e junta-se à The Live Corp Company, que reúne os melhores inventores do mundo. Porém, quando descobre que sua máquina ainda funciona e agora cria perigosas comidas animalescas mutantes, Flint decide retornar e tentar salvar o mundo.

O que é mais interessante é que mesmo quem não viu o primeiro filme, o que acho difícil, afinal já passou várias vezes na TV aberta, não irá ficar em momento algum perdido, pois o filme retorna até antes mesmo do primeiro, para explicar um pouco sobre o vilão desse novo filme, explica rapidamente o que aconteceu no longa de 2009, e continua exatamente da cena final dele com sua nova história, que muitos até podem reclamar de não ser nenhum primor, mas muito equivoca-se quem achar que ela não diverte, pois todos os elementos tecnológicos e hiper-coloridos estão presentes na trama com todo carinho possível para agradar a criançada e seus pais. Como já falei uma vez aqui no blog, avalio animações pela quantidade de crianças correndo pela sala, e hoje novamente ficaram todos bem paradinhos, ou seja, o objetivo do longa foi cumprido por prender a atenção completa da garotada, e além disso a todo momento era possível ouvir os suspiros de meiguice pelos animais mais fofos feitos de comida que a imaginação dos roteiristas conseguiram fabricar.

A modelagem dos personagens continuou no tradicional do primeiro filme, não tendo tantas texturas mas utilizando um efeito liso mais interessante e agradável onde as sombras ajudassem a dar a tridimensionalidade dos objetos. Não é como a maioria dos longas animados que parecem ter bonecos de massinha ou até mesmo os personagens que dê para pegar, mas também fica bem longe dos efeitos antigos desenhados. Um fator que usaram muito dessa vez foi trabalhar bem com o emocional dos personagens, onde a todo momento ou temos alguma agulhada de moral ou algum fator que faça um personagem ir para o lado dos amigos ou não, e isso é bacana, pois já mexe um pouco com esse tipo de questionamento que a criança deve ter logo nos primeiros anos, claro que alguns pais até irão criticar algumas atitudes, mas aí aparece o moranguinho bonitinho e pronto já fica tudo esquecido. Outro ponto bem bacana dos personagens é a forma que deixou tudo tão parecido com "Jurassic Park", os animais são brilhantes na forma de interagir e sua interatividade com os protagonistas ficaram perfeitas. Os protagonistas estão bacanas no mesmo estilo do primeiro filme, agradando praticamente com as mesmas piadas e carisma conhecido. O vilão no melhor estilo Steve Jobs é mais divertido do que malvado, então não chegamos nem a ficar bravo com ele.

Assim como o primeiro filme, a tecnologia empregada nos efeitos tridimensionais foi muito bem usada, tendo muita coisa tanto saindo da tela quanto dando profundidade de campo, não chega a ser tão exagerado como o filme original, onde a cada 2 segundos tinha algo sendo jogado no nosso colo, mas no geral consegue agradar bem e fazer valer pagar mais caro num ingresso, mas também não é algo que se julgue completamente necessário, afinal tudo pode ser visto de forma agradável pelas sombras muito bem utilizadas pela fotografia digital.

Um ponto que sinto muita falta nas animações da atualidade são as trilhas que costumavam emocionar e ficar em nossa playlist por muito tempo, hoje são colocados apenas algumas poucas canções que acabam nem emocionando, nem servindo para muita coisa, quando não ficam apenas algumas trilhas orquestradas para dar ritmo, o que é uma pena.

Enfim, é um filme bonito visualmente, com uma história engraçadinha, mas que poderia ser muitíssimo melhor, afinal o primeiro conseguiu tanto inovar nas maluquices propostas, quanto na identidade mais jovial de um personagem animado, o que acabou retrocedendo um pouco nessa continuação. Quem quiser ver algo melhor ainda que o filme, fique durante os créditos finais, antes de entrar o letreiro negro, observando a animação e tudo de divertido que fizeram em 2D desenhado contando uma história mais maluca ainda pós-filme, quem sabe usem até de base para fazer um terceiro filme. Recomendo bem ele para levar a garotada e pra se divertir no final de semana, principalmente para encontrar as referências usadas, mas esperava um pouco mais dele. Fico por aqui hoje, mas ainda nessa semana teremos mais muitos outros posts de filmes por aqui, então abraços e até breve.


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R.I.P.D. - Agentes do Além em 3D

10/02/2013 10:54:00 PM |

Olhando o pôster ou apenas dando uma conferida no trailer de "R.I.P.D. - Agentes do Além" já é notória a semelhança com o conhecido MIB que já está na sua terceira edição. E olha que se a história fosse um pouquinho melhor, acredito que essa versão dos agentes mortos poderia muito em breve ganhar também continuações. Porém se existe uma coisa que foi muito bem usada nesse longa são os efeitos tridimensionais, pois em diversos momentos a imersão é tão grande que me senti jogando videogame em primeira pessoa.

A sinopse nos conta que Nick Walker é um policial que morreu recentemente. Para sua surpresa, sua alma foi enviada para o Departamento Descanse em Paz, uma espécie de agência que trabalha às escondidas na Terra. Devido à sua experiência, Nick logo é enviado de volta à Terra para trabalhar ao lado do veterano Roy Pulsipher para proteger e servir o mundo dos vivos contra um crescente número de almas destrutivas que se recusam a seguir pacificamente para o outro mundo.

A história em si até poderia ser interessante e quem sabe até substituir MIB, mas a falta de gags cômicas e até mesmo a inexistência da ligação entre todos acaba fazendo o filme mesmo sendo de ação ficar monótono no meio do excessivo número de efeitos, que é onde não economizaram nem um pouco. E com isso não vemos a hora do filme acabar, mesmo sabendo como tudo vai acontecer, para pelo menos sabermos se somos bom em vidência de filmes tradicionais. Por ser uma adaptação de quadrinho poderiam ter colocado mais coisas características do gênero, não apenas na abertura, mas sendo usado no contexto do filme, quem sabe melhoraria um pouco. É uma pena, pois o diretor já havia mostrado ser bom com adaptações de quadrinhos em "RED".

O sotaque que Jeff Bridges apenas incrementou, afinal já estamos acostumados a ouvir ele falando dessa maneira na maioria dos filmes, ficou muito interessante, mas seu carisma para herói não é tão convincente, ficando em diversos momentos bem falso sua atuação em querer salvar o mundo. Ryan Reynolds é o ator que mais oscila entre boas e péssimas atuações no cinema, sempre sendo uma incógnita o que faz nas telas, dessa vez ele novamente assim como fez em "Lanterna Verde" pareceu não se dar muito bem com o chroma-key e ficou em diversos momentos bem falso sem saber para onde estava olhando. Kevin Bacon poderia ter sido melhor aproveitado como vilão, de forma que quando aparece até faz bons trejeitos, mas como o filme nem foca tanto nele, acaba sendo simplório. Stephanie Szostak soa quase imperceptível para a história e nos seus 3 momentos também aparenta não estar ali, fico me perguntando como uma pessoa recebe cachê para ficar com cara de paisagem num filme? Mary-Louise Parker tem duas boas cenas, mas também quase não foi aproveitada, quem sabe se tiver uma continuação ela não mostre melhor suas caras e bocas. James Hong e Marisa Miller são apenas enfeites de corpo, afinal suas cenas são mostradas muito rapidamente, o que é muito triste, pois seria bacana ver aquela mulherona falando com o sotaque do Bridges.

O visual trabalhado é bem interessante, mas poderiam ter ficado mais tempo no momento em que o conflito ocorre, pois é onde a trama é mais digamos ficcional, pois Boston é uma cidade que não agrada tanto cinematograficamente. E quando as almas penadas resolvem partir pra quebradeira, tirando a maquiagem muito feia, o cenário destruído fica bem divertido de conferir. Sobre a maquiagem já que citei ali, já vi equipes digitais bem melhores, pois aqui parecia feita pelas equipes do Playcenter nas Noites de Terror só que ainda pior. A fotografia utilizou muito de tons avermelhados, e sem sentido nenhum, pois não estamos falando do inferno nem de nada pegando fogo, estamos numa cidade comum porém cheia de almas que não foram embora, e com isso ficou um pouco estranho entender as cores escolhidas. Bom pelo menos a técnica não errou em economizar nos efeitos, pois como disse o 3D está nos melhores níveis possíveis de se ver, claro que nas cenas que contém, afinal ainda andam fazendo filmes com partes misturadas ao invés de gastar de uma vez e filmar tudo com a tecnologia, quem gastar uns trocados a mais pelo menos nesse quesito não terá do que reclamar.

Enfim, se for para ver efeitos tridimensionais em uma história sem sentido de existir eu recomendo ir naqueles brinquedos de parque de diversões, portanto com uma história fraca que poderia ter sido melhor desenvolvida e principalmente melhor atuada, recomendo que vá ver outro filme. Quem sabe dê algum lucro e pensem em fazer uma continuação que esses problemas sejam resolvidos, mas enquanto isso, fique em casa. Encerro aqui essa semana cinematográfica bem recheada que tivemos e  na sexta já iniciamos mais uma bem gordinha de estreias pelo interior, não virão todos que estrearão pelo Brasil, mas pelo menos virá a maioria. Então abraços e até sexta pessoal.


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